O SACRIFICIO ANIMAL NOS RITUAIS DE EXU E POMBO GIRAS
O sacrifício animal é um ato
sagrado e ritual em que, primeiro, deve-se reconhecer e aceitar o fato de que
somos carnívoros e nos alimentamos de carne animal. A partir do momento em que
conscientiza-se de que alguém mata animais para você se alimentar, então
deve-se tomar conhecimento do porquê estes animais morrem. Depois, busca-se uma
consciência da vida que se vai, para manter sua vida e, neste ínterim,
eleva-se o pensamento a Deus para entender este processo e até onde é natural
comer carne. Você deve
agradecer ao animal que “dá”, ou melhor, perde sua vida, para você manter a
sua. Então eleva-se
novamente o pensamento a Deus e busca-se uma comunhão com o sagrado neste
ato ritual.
É
uma grande hipocrisia um carnívoro criticar o sacrifício animal. Sacrifício é
um sacro ofício, um ofício sagrado, algo milenar que vem de um tempo em que o
homem não tinha nada de valor além da sua família, sua comida e sua fé. Com pouquíssimo conhecimento
sobre si mesmo e sobre a vida, tudo era creditado na fé com suas crenças e
superstições. A
única coisa que este homem tinha para ofertar para Deus era a sua comida,
ou seja, a carne compartilhada para a família seria também compartilhada com
Deus, tornando aquele momento sagrado, para que a morte do animal não fosse em
vão e claro para que não faltasse alimento na mesa.
Da mesma forma, quando o homem
se torna agricultor, ele vai compartilhar a terra e o fruto da terra com Deus
por meio de oferendas com os elementos vegetais colhidos, como uma primeira
porção de cada colheita oferecida para a deidade relacionada. Também era comum
oferecer algo para a terra, como, por exemplo, oferecer o leite no sentido de
agradar à divindade terra, independente de seu nome (Geia, Gaia e etc.) ou de
sua cultura. Com o tempo,
surgiu a moeda e, então, o homem começou a ofertar para Deus uma parte do
seu dinheiro como fruto de seu trabalho. Mas este dinheiro, que faz parte de
uma sociedade mais organizada, acaba sendo entregue para “Deus” na mão de
um sacerdote, que deverá empregá-lo na manutenção da propriedade de Deus
(Templo), de sua obra, como ações para a comunidade e, claro, para o sustento
de seu “zelador”, o sacerdote.
O sacrifício animal é feito por
judeus, mulçumanos, hindus, candomblecistas e demais adeptos de cultos afros. Na Umbanda não é fundamento e,
portanto, não é comum e nem obrigatório o sacrifício animal. Boa parte dos umbandistas nunca fez um
sacrifício animal. Apenas os umbandistas que carregam maior influência dos
cultos de nação afrobrasileiros é que praticam o sacrifício animal. A prática
da Umbanda, feita com fundamentos dos Cultos de Nação Afro ou Candomblé, é
chamada de Umbanda Mista, Umbanda Trançada, Umbanda de Angola, Umbanda Omolocô,
Umbandomblé e etc.
Quanto a oferecer um “bife”,
corações de frango ou de boi, é apenas tirar um pouco da comida de seu prato
para oferecer a uma entidade que irá manipular aquele elemento em seu favor.
Isto é mais comum em algumas oferendas para entidades da esquerda (Exu,
Pombagira e Exu Mirim).
O sacrifício animal não é, por si só, magia negativa. Quando praticado em seu
fundamento deve ser rápido e o mais indolor possível, realizado em ambiente e
contexto sagrado, de amor e reverência. Em magia negativa, se explora o sofrimento
do animal para projetá-lo em alguém, se tira o sangue para abrir portais
negativos. Logo, deve-se
sempre pensar e conhecer antes de pré-julgar.
A Quimbanda é a
ramificação da Umbanda na qual atuam predominantemente os exus e pombagiras,
também chamados de “Guardiões” ou “povos de rua”. Eles fazem uso das chamadas
“forças de Esquerda”, a Coluna do Rigor na Árvore da Vida, o que não significa
que sejam malignos.
Como os Exus precisam desfazer trabalhos de magia negra que muitas vezes envolvem ameaças de mortes, doenças e ataques astrais graves, pode ser necessário, em alguns casos mais extremos, o sacrifício de algum animal, para que a energia vital seja usada como fio condutor daquele trabalho. Normalmente, é a própria entidade quem faz o sacrifício e é cuidado para que o animal não tenha dor.
Como os Exus precisam desfazer trabalhos de magia negra que muitas vezes envolvem ameaças de mortes, doenças e ataques astrais graves, pode ser necessário, em alguns casos mais extremos, o sacrifício de algum animal, para que a energia vital seja usada como fio condutor daquele trabalho. Normalmente, é a própria entidade quem faz o sacrifício e é cuidado para que o animal não tenha dor.
Aos que são radicalmente contra
o sacrifício animal eu recomendo que tornem-se vegetarianos, visitem um
matadouro, conheçam as drogas e hormônios que são injetados nos amimais de
carne vermelha e branca.
Conheça mais profundamente o
assunto e lembre-se: tudo o que é alimento pode ser colocado em comunhão com o
sagrado, dependendo apenas da tradição, método e contexto em que está.
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