FUMO E BEBIDAS
A Umbanda é muito criticada pelo fato de suas entidades
usarem o fumo e as bebidas nas sessões, os detratores aproveitando-se disto
para taxarem as entidades de atrasadas ou primitivas.
O FUMO
O segredo e a
utilização, desses elementos por parte de nossas entidades, o modo como a
fumaça é dirigida (magia) tem o seu eró (segredo) e não é como muitos utilizam,
para alimentar a vaidade, o vício e a ignorância.
O fumo é a erva mais
tradicional da terapêutica psico-espiritual praticada em nossa religião.
Originário do mundo novo, os nativos fumavam o tabaco picado e enrolado em suas
próprias folhas, ou na de outras plantas, conhecendo o processo de curar e
fermentar o fumo, melhorando o gosto e o aroma.
Durante o período
físico em que o fumo germina, cresce e se desenvolve, arregimenta as mais
variadas energias do solo e do meio ambiente, absorvendo calor, magnetismo,
raios infravermelhos e ultravioletas do sol, polarização eletrizante da lua,
éter físico, sais minerais, oxigênio, hidrogênio, luminosidade, aroma, fluidos
etéreos, cor, vitaminas, nitrogênio, fósforo, potássio e o húmus da terra.
Assim, o fumo
condensa forte carga etérea e astral que, ao ser liberada pela queima, emana
energias que atuam positivamente no mundo oculto, podendo desintegrar fluídos
adversos à contextura perispiritual dos encarnados e desencarnados.
O charuto e o
cachimbo, ou ainda o cigarro, utilizados pelas entidades filiadas ao trabalho
de Oxalá são tão somente defumadores individuais. Lançando a fumaça sobre a
aura, os plexos ou feridas, vão os espíritos utilizando sua magia em benefício
daqueles que os procuram com fé.
Os solos com textura
mais fina, com elevado teor de argila, produzem fumos mais fortes, como os
destinados a charutos ou fumos de corda, enquanto os solos mais arenosos
produzem fumos leves, para a fabricação de cigarros.
No fabrico dos
charutos, as folhas, após o processo de secagem, são reunidas em manocas de 15
a 20 folhas e submetidas a fermentação, destinada a diminuir a percentagem de
nicotina, aumentar a combustividade do fumo e uniformizar a sua coloração.
Os tipos de fumo mais
utilizados na confecção dos charutos brasileiros são: Brasil-Bahia, Virgínia,
Sumatra e Havana.
Nos trabalhos
umbandistas a cigarrilha de odor especial é muito utilizada pelas Pombogiras e
Caboclas.
Os cigarros são
utilizados para fins mais materiais, normalmente relacionados com negócios
financeiros.
Os charutos de fumo
grosseiro e forte são peculiares à magia dos Exus, enquanto os charutos de fumo
de melhor qualidade são usados por Caboclos.
Já os Pretos-Velhos
dão preferência aos cachimbos, nos quais usam diversos tipos de mistura de
ervas, como o alecrim, a alfazema e outros, além de utilizarem cigarros de
palha, impregnando assim os elementos com a sua própria força espiritual,
transformando o tradicional “pito” em um eficiente desagregador de energias
negativas. Desta maneira, como o defumador, o charuto ou o cachimbo são
instrumentos fundamentais na ação mágica dos trabalhos umbandistas executados
pelas entidades. A queima do tabaco não traz nenhum vício tabagista, como dizem
alguns, representando apenas um meio de descarrego, um bálsamo vitalizador e
ativador dos chakras dos consulentes.
Vemos assim que, como
ensinou um Pai Velho, “na fumaça está o segredo dos trabalhos da Umbanda”.
Geralmente os Guias
não tragam a fumaça, utilizando-a apenas para “defumar” o ambiente e as pessoas
através das baforadas, apenas enchem a boca com a fumaça e a expelem sobre o
consulente ou para o ar.
A função principal é
a de defumar aqueles que chegam até a entidade. Algumas entidades deixam de
lado o fumo se a casa for defumada e mantiver sempre aceso algum defumador
durante os trabalhos.
BEBIDAS
O álcool, tem emprego
sério na Umbanda. Quando tomado aos goles, em pequenas quantidades, proporciona
uma excitação cerebral ao médium, liberando-lhe grande quantidade de
substâncias ativadoras cerebrais, acumulada como reserva nos plexos nervosos
(entrelaçamento de muitas ramificações de nervos), a qual é aproveitada pelos
guias, para poderem trabalhar no plano material.
Deste modo, quando o
médium ingere pequena quantidade da bebida, suas idéias e pensamentos, brotam
com mais e maior intensidade. É também uma forma em que a entidade se aproveita
este momento para ter maior “liberdade de ação”.
Os exus são os que
mais fazem uso da bebida. Isto se ao fato de, estas linhas utilizarem muito de
energias etéricas, extraidas de matéria (alimentos, álcool, etc.), para
manipulação de suas magias, para servirem como “combustível” ou “alimento”,
encontrando então, uma grande fonte desta energia na bebida.
Estas linhas estão mais próximas às
vibrações da Terra (faixas vibratórias), onde ainda necessitam destas energias,
retiradas da matéria, para poderem realizar seus trabalhos e magias!
O marafo também é
usado para limpar/descarregar pontos de pemba ou pólvora usados em descarregos.
O álcool por sua
volatibilidade tem ligação com o ar e pode ser usado para retirar energias
negativas do médium.
Já o alcool consumido
pelo médium também é dissipado no trabalho, ficando em quantidade reduzida no
organismo.
O perigo nestes casos
é o animismo, ou seja, o Médium consumir a bebida em grandes quantidades por
conta própria e não na quantidade que o Guia acha apropriada. Nestes casos,
pode ser que o Guia vá embora e deixe o médium sob os efeitos da bebida que
consumiu sem necessidade.
MENORES DE IDADE
Se o médium for menor
de idade, não se deve permitir que o guia use o fumo e a bebida quando
incorporado. Trata-se de respeitar as leis vigentes e evitar que o nome da
Umbanda seja associado a possíveis processos judiciais.
O mais indicado seria
inclusive ter uma autorização dos responsáveis pelo menor para que ele possa
participar dos trabalhos, especificando inclusive (se possível) os horários de
início e término das mesmas.
O FUMO E A BEBIDA SÃO
INDISPENSÁVEIS?
Podemos sim não
utilizar fumo e bebidas. Estes elementos são ferramentas dos Guias para os
trabalhos, que podem não ser utilizadas. Haverá uma diminuição da eficiência e
rapidez do trabalho, mas ele será realizado também, mais devagar e de forma
mais trabalhosa. Será como utilizar apenas as mãos para um determinado
trabalho, possível, mas mais trabalhoso. É uma opção do médium, caso o médium
não possa ou não queira fumar e beber, o Guia irá respeitar sua decisão.
Pode neste caso
solicitar apenas que sejam feitas oferendas com estes elementos, ou que um copo
com sua bebida seja deixado próximo a ele quando estiver trabalhando
incorporado.
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