quarta-feira, 22 de junho de 2016

RELATO DE UM DROGADO

     
RELATO DE UM DROGADO - PSICOGRAFADO POR GÉRO MAITA.

            Não sou um personagem importante da história, somente mais um que se perdeu nas ilusões transitórias do vício que vai corroendo nossa vida, nossa família, nossos sonhos aos poucos.
Permitam somente me apresentar como “ Aurélio “ nome que não me pertence, pois quero preservar minha família do desgosto que causei a eles e principalmente a mim mesmo.
Escrevo hoje pelas mãos de meu professor que me auxilia na composição desta mensagem no intuito de com o meu exemplo que queda moral e humana despertar o coração daqueles que transitam pelo caminho das drogas.
Como todo jovem normal, nasci em uma família abastada pelo dinheiro, desde cedo não conheci como muitos a dor de “querer e não ter”, pois meus pais na sede de demonstrarem seu amor acreditavam que mimos, presentes em outras palavras dinheiro construísse a felicidade que deve ser formada em cada lar a custa de diálogo e amor.
Tive uma infância paparicada, as melhores escolas, os melhores professores, ia a eventos em casa de amigos de meus pais, onde o luxo sempre imperava, não tinha noção de que fora daqueles locais muitas almas sofriam o drama da fome, da moradia e do desprezo que a riqueza mal administrada cria com o separatismo social. Cresci e cresceu dentro de mim, uma postura piega, fria onde a revolta sem causa tomava conta de meu ser, mal eu sabia que já ali aos meus 13 anos de idade andava as voltas com meus inimigos de outras épocas que vinham hoje na condição de cobradores de minhas faltas passadas para com os mesmos.
No lar, não havia diálogo fraterno em minha família, o dinheiro ou a ganância as vezes não somente cegam como tornam as pessoas frias alimentando um ostracismo e o dialogo não existia em meu lar, onde mais se vislumbrava uma família de aparências do que um lar abençoado por Deus. Querendo fugir de tudo isso, procurar uma respostas para uma ansiedade sem causa que sentia pulsar dentro do meu coração exatamente aos 14 anos fui guiado a um dos “guetos” onde o tráfico de ilusões através das drogas é vendido e ali tive meu primeiro contato com a maconha, mas sabendo que aquele seria o começo de um suplício em minha vida. A sensação da famosa “viagem” era um misto de sono, ilusão mental e inúmeras sensações onde eu ainda jovem tinha a impressão de que andava lado a lado ao meu corpo.
O tempo foi passando, minha vida desregrando, primeiro o abandono nos estudos, depois as faltas na escola para comprar drogas e curtir um barato, já me encontrava as portas de uma faculdade, atrasado em minha jornada estudantil, queria ser médico, dava “status” na época estudar em uma faculdade de medicina e ai me reporto ao ano de 1977, mas meus inimigos ocultos tinham outros planos para mim. Nesta época a maconha já não fazia tanto efeito, veio o álcool e logo conheci a cocaína, ali começava minha queda abismal ao reino das trevas e do sofrimento.
Meus pais tardiamente me deram a atenção que eu necessitava, devido ao farrapo humano que me transformei, digo tardiamente pois neste período já em 1981 eu me encontrava com a mente envolta pelas idéias difundidas dos meu perseguidores e isso me levou a ter minha mesada mensal cortada pelo meu pai e a me conduzir por outro caminho obscuro, o roubo. Vendi meus pertences, realizei pequenos furtos em minha residência pois precisava alimentar aquela sede de drogas, de êxtase, de ilusão que vivia quando drogado.
No transe causado pela droga ouvia vozes que hora pareciam me acusa, hora me apoiavam e soava algo sarcástico me induzindo a cada vez mais consumir, consumir e consumir sem notar que era conduzido para o esgotamento moral e físico ou se preferirem a morte.
Em uma noite em traficante me vendeu a cocaína de sempre, mas notei que a coloração da mesma estava alterada, mas em raciocínio usei a droga da morte e em instantes a sensação era diferente. Senti meu corpo inteiro tremer, não dominava a força dos meus músculos fracos e franzinos traduzindo a condição de farrapo humano, minha língua enrolara na boca e uma tontura me levou a uma queda, já no chão vi várias pessoas a minha volta em condições piores que a minha sorrindo e caçoando da minha aparência, naquele momento eu entrava em contato visual com aqueles que me esperavam sempre do outro lado da vida, lado esse que eu ignorava e julgava fábula ou religiosismo.
Naquela noite se encerrava minha vida na carne, mas meu sofrimento somente começava. De súbito cai em sono profundo, mas minha mente ficava ligada como que se eu passa-se por um pequeno sono e logo me vi acordado por um ou algo que se assemelhasse a um trovão.
Acordado e aterrorizado sentia agora os sintomas da droga em meu corpo, sangravam as vias respiratórias, minha cabeça parecia que explodia de minuto a minuto, meu corpo morria, mas eu estava vivo e a minha frente um grupo de espíritos sombrios e aterrorizantes pelas suas formas iniciavam meu julgamento, se não conhecia posso lhes dizer que ali julgava eu estar nos portais do inferno pagão. Fui julgado, maltratado, rebaixado, sofri flagelos horríveis e experimentei o misto da dor, do desprezo e conheci a miséria moral que me encontrava. Um viciado nunca pensa no depois, somente quer viver o momento em sua vida, o barato é legal ao menos na cabeça de um doente que é o que somos e dificilmente aceitamos esta condição para receber o auxilio e tratamento convenientemente.
Não sei relatar quanto tempo sofri naquela região escura, fria, pútrida onde somente se encontrava dor e visões de monstros mitológicos. Eu estava no “VALE DOS DROGADOS”, onde são levados pela afinidade moral todos aqueles que desencarnam por este motivo.
Um dia pela misericórdia divina, mãos amigas me socorreram, amigos que militam no lado escuro da vida para em nome da caridade divina nos socorrer. No estado em que me encontrava era impossível de se movimentar tamanho os traumas e sofrimentos que passei ficando ali abandonado pelos meus perseguidores em meio a lama e o mal cheiro.
Viajei não sei quanto tempo, os socorristas vinham como enfermeiros antigos amparados por “guardas” que impediam a turba de espíritos desequilibrados como eu de atacarem o pequeno comboio que se formava com os RESGATADOS. Fiquei durante algum tempo em um posto de serviço onde amável senhora lembrando as escravas da senzala, nos alimentava com caldo reconfortante e sempre nos contava uma das histórias que nos envolviam com amor e esperança de uma nova vida que eu desconhecia até então.
O tempo passou, recuperei minha alegria de querer viver, fui conduzido a um hospital escola, onde podia da janela do meu quarto ver e sentir o perfume dos Girassóis. 
Vieram as lições do evangelho, os tratamentos que ainda me encontro e hoje em atitude de misericórdia amparado por um de meus professores a oportunidade de lhes alertar o caminho de dor que as drogas constroem. 
Vejo todos os dias jovens, adultos, idosos desencarnando e chegando do lado de cá em condições deploráveis devido a inúmeras faltas cometidas desde o seio da família até a fuga de nossas responsabilidades morais. 
Meus irmãos se assim posso chama-los sou e conheci a condição de réprobo, mas tive a oportunidade de me renovar, confesso que poderia ter sido menos dolorosa minha trajetória mas eu usei de meu livre arbítrio. 
O desejo deste texto é somente alertar pais e filhos da responsabilidade que é a bênção da família, de que temos todos os dias a porta larga ou a estreita para seguir. A vida é uma escolha diária e temos que ter os pés no chão para sabermos qual o caminho que iremos seguir. 
Eu trouxe meu exemplo de queda para auxiliar o despertar de muitos que ainda como eu não se aperceberam da armadilha que estão sendo conduzidos. Com o auxilio dos amigos que conheci neste plano de luz estou aprendendo e muito com o evangelho de Jesus e posso lhes afirmar, careta é quem ainda não aprendeu a pratica-lo em suas vidas. 
Haverá novas oportunidades de contato por enquanto fica meu desejo de luz nos corações de todos que se ligaram ao mundo das drogas.

AURÉLIO 
Psicografado por GÉRO MAITA


USO DE FERRAMENTAS PELOS GUIAS ESPIRITUAIS

Uso de Ferramentas pelos Guias Espirituais
           
Muitos guias espirituais usam ferramentas para absorver energias condensadas, atrair ou projetar ondas vibratórias, descarregar os médiuns e os consulentes de energias negativas, etc.
Para muitos que desconhecem os fundamentos da Umbanda, para os que estão iniciando na religião ou mesmo para aqueles que estão apenas visitando um terreiro para tomar um passe, as ferramentas utilizadas pelos guias aparentam ser apenas adereços e símbolos para chamar a atenção e tornar o ritual cheio de pompas.
Mas tudo na Umbanda tem sua razão de ser e existir. Nada é por acaso.
Antes de explicar para que servem as ferramentas utilizadas pelos guias espirituais, vamos conhecer algumas:
· Pretos Velhos: cachimbo, bengala, rosário, terço, figa, crucifixo, lenço, xale, chapéu de palha, cigarro de palha, etc.
· Exu: tridente, corrente, marafo, charuto, cigarro, capa, cartola, guias de aço, etc.
· Pombo Gira: batom, cigarrilha, anéis, colares, saias, lenços, jóias, etc.
· Caboclos de Oxossi: penachos, cocares, arco e flecha, charuto, cuia, etc.
· Caboclos de Ogum: lança, espada, elmo, espada de São Jorge ou Ogum, etc.
· Caboclos de Xangô: oxé (machado de pedra de duas pontas), pedras, charuto, etc.
· Baiano: chapéu, cigarro de palha, badulaques, coco verde, facão, etc.
· Marinheiro: boné branco, copo com pinga, cigarro, cordas, etc.
· Boiadeiro: chicote, chapéu, cinto, lenço, etc.
· Cigano: baralho, lenço, incenso, pedras, jóias, almofadas, etc.
· Erês: brinquedos, bexigas, doces, bebidas, óculos coloridos, bonés, saias, etc.
Há outras linhas de trabalho nos terreiros, por isso enumeramos as mais conhecidas com apenas algumas ferramentas que cada uma delas utiliza, cada qual com sua devida utilidade não servindo apenas como mero adereço, como um batom, por exemplo.
Para que servem as ferramentas?
Algumas ferramentas como chapéus, cocares, capas, saias, etc., servem como proteção ao médium girante; outras como bengalas, tridentes, espadas, flechas, etc., servem como um meio para descarregar o médium ou o consulente; e há também as ferramentas como incenso, jóias, pedras, coco verde, doces, bebidas, etc., que servem para atrair e carregar o médium girante com energia positiva, ajudando no seu fortalecimento, equilibrando-o e acalmando-o.
Não há uma regra com relação à função de cada ferramenta, pois os guias utilizam a mesma ferramenta para diversos usos, dependendo de sua vontade e do objetivo que ele quer atingir, como por exemplo, a bengala do preto velho pode descarregar o médium, mas também pode servir como meio para atrair energia positiva e carregar o médium.
Como são utilizadas as ferramentas?
Cada guia espiritual utiliza a ferramenta de acordo com seu fundamento e axé e há variação no uso ou no tipo de ferramenta até mesmo entre guias de mesma linha - como a linha de caboclos Pena Branca, onde um caboclo pode utilizar um cocar e outro utilizar apenas uma cuia com água e mel. O médium girante também influencia na escolha da ferramenta, pois o seu corpo é um transmissor e receptor de energias, mas a facilidade por onde “entra e sai” energia do seu corpo (que pode ser através das mãos ou dos pés ou da cabeça ou do tronco, etc.) é o que ajuda o guia a definir qual ferramenta utilizar.
Para fazer o uso das ferramentas iremos descrever - com linguagem humana - como um (a) preto (a) velho (a) faz uso das mesmas:
I.                   Chapéu de palha, lenço, xale, etc.
a. Energia positiva: atrai bons fluídos e energia para a coroa do médium.
b. Energia negativa: protege a coroa do médium de vibrações negativas que estão no ambiente e ainda não foram processadas durante o ritual.
             
II. Cachimbo, cigarro de palha, cigarro, etc.
a. Energia positiva: o odor do fumo sendo queimado atrai bons fluídos ao médium e ajuda na concentração.
b. Energia negativa: queima os miasmas do corpo do médium e dos consulentes.

III. Rosário, terço, figa, crucifixo, guia de contas, etc.
a. Energia positiva: concentra energia positiva e fluído de essência divina para ser repassado ao médium ou aos consulentes. Também serve como meio para o médium se concentrar no trabalho do guia.
b. Energia negativa: concentra energia negativa que está no corpo do médium ou do consulente sendo descarregada quando a ferramenta é jogada ao chão ou quando ela quebra.

IV.    Bengala, espada de Ogum, lança de Ogum, galho de guiné, etc.
a.       Energia positiva: concentra energia positiva e fluído de essência divina para ser repassado ao médium ou aos consulentes.
b.      Energia negativa: concentra energia negativa que está no corpo do médium ou do consulente sendo descarregada quando a ferramenta é batida no chão.

V. Comidas e bebidas como café, bolo de fubá, mandioca, arroz, etc.
a. Energia positiva: concentra energia positiva e fluído de essência divina para ser repassado ao médium ou aos consulentes.
b. Energia negativa: concentra energia negativa que está no corpo do médium ou do consulente sendo descarregada quando descartado (cuspido) no “cuspidor”.

VI. Tapete de folhas, tapete de palha, chinelo de palha, etc.
a.       Energia positiva: concentra energia positiva e fluído de essência divina localizado no congá para ser repassado ao médium ou aos consulentes.
b.      Energia negativa: concentra energia negativa que está no corpo do médium ou do consulente sendo descarregada quando o guia bate os pés e ou as mãos contra a ferramenta ou contra o chão.

Para deixar bem claro, quem direciona o tipo de energia, positiva ou negativa, para a ferramenta é o guia espiritual, pois é ele que está visualizando o excesso ou a falta dessas energias, é ele que sabe como manipular essas energias, sem afetar o médium ou o consulente.
Mas quem é que define as ferramentas que os guias utilizarão nos trabalhos?
Os próprios guias!
Por mais “legais e belas” que achamos algumas ferramentas, e até gostaríamos de presentear nossos guias, somente os guias é que pedirão, ou não, as ferramentas. Somente os guias é que sabem quais as ferramentas que eles mesmos utilizam e se são ou não necessárias.
Há casos em que alguns terreiros proíbem o uso de ferramentas pelos guias, mas é claro que os guias sabem dessa “proibição” e por isso, manipulam as energias de outras maneiras, reforçando o direcionamento das energias para assentamentos ou para o altar, por exemplo.
E se o médium girante quiser presentear um guia espiritual com uma ferramenta? E se um consulente presentear o guia espiritual de um médium com uma ferramenta?
Quando decidimos presentear um guia espiritual que trabalha conosco, através do uso de nossa mediunidade, o melhor que se tem a fazer é perguntar para ele (ou pedir para que outra pessoa pergunte para o guia) se o presente será útil ou será uma coisa para atrapalhar. Acredite: se o guia precisar de uma ferramenta ele pedirá ao médium ou ao cambone do médium girante, e às vezes, o que chamamos de “intuição”, como num caso desses, pode ser apenas uma “vaidade” de nossa parte. Todo cuidado é pouco.
Se um consulente resolve presentear o guia espiritual devemos ter em consciência o seguinte caso: a consulta com o guia espiritual é gratuita, logo um presente pode caracterizar, indiretamente, como pagamento por um “serviço bem feito”. A vaidade do médium também pode ser exacerbada com este ato. O procedimento neste caso é: alertar para que os consulentes não ofereçam presentes aos guias espirituais, mas caso aconteça, o consulente deve oferecer o presente diretamente para o guia que saberá o que fazer com o presente.
E para finalizar este texto, uma dúvida de muitas pessoas é: uma guia de contas estourou durante a gira, isso foi descarrego?
Sim e não. Sim se o médium estava muito carregado negativamente e a única ferramenta que estava em seu poder era a guia de contas, daí, em decorrência do excesso de energia ela pode estourar. Porém não é sempre que uma guia de contas estoura em decorrência do excesso de energia. O médium constantemente molha a guia de contas em banhos de firmeza, amaci e até mesmo com o próprio suor. Alguns colocam as guias para energizar com a luz solar ou com a luz lunar. Esse processo de molhar e secar a guia por diversas vezes faz com que o fio de nylon da guia de contas não suporte tanta variação e quebre, e claro, como o médium só utiliza a guia de contas em dias de gira, é nesse momento que vai haver o “estouro” da mesma, e isso não é descarrego.



O NUMERO 7 E SEUS MISTÉRIOS

O Número 7 e Seus Mistérios

Que tal trocarmos uma idéia sobre o número 7, o número da vida que nos cerca e seus mistérios?
Vejamos:
Alexandre Cumino, em um dos seus livros, “Deus, deuses, divindades e anjos”, onde ele cita nas páginas 190 e 191, o seguinte:
“De acordo com Johhn Heydon, o sete é um dos números mais prósperos e também tem sido definido como o todo ou o inteiro da coisa à qual é aplicado; contudo, Pitágoras referia que o sete era o número sagrado e perfeito entre todos os números, e Filolau (século V a.C.) dizia que o sete representava a mente. Macróbio (século V d.C.) considerava o sete como o nó, o elo das coisas. O sete, por sua vez, é um número primo e também é o único de 1 a 10 que não é múltiplo nem divisor de qualquer número de 1 a 10″; 
- Na Antigüidade o 7 já aparecia como uma manifestação da ordem e da organização cósmica: 7 planetas no sistema solar, 7 fases da lua, 7 dias da semana; etc.
- Considera-se a Terra formada por 7 continentes (Américas, Europa, África, Oceania, Ásia, Pólo Norte e Sul);
- A Independência do Brasil ocorreu no dia 7;
- 7 anos foram gastos na construção do Templo de Salomão;
-No dia 15/11/1908, e sua primeira reunião com esse nome, no dia 16/11 (1 + 6 = 7), ano em que o pelo Caboclo das 7 Encruzilhadas anunciou a Umbanda;
- 7 linhas de Umbanda;
- 7 Encruzilhadas, 7 caminhos;
- 7 Reinos Sagrados, nos quais cada reino é representado por um Orixá (Fogo – Ogum, Terra-Xangô, Ar-Iansã, Água-Iemanjá, Matas-Oxóssi, Humanidade-Oxalá, Almas-Omolu);
- 7 são os graus dos iniciáticos dos médiuns: Abaré-Tatá (sacerdote do fogo), Abaré-Yby (sacerdote da terra), Abaré-Ybytu (sacerdote do ar), Abaré-Y (sacerdote da água), Abaré Caá (sacerdote das matas), Abaré-Abá (sacerdote dos homens), Abaré-Angá (sacerdote das almas).
- 7 são os graus para as entidades: Bojámirim, Bojá, Bojaguassú, Abaré-Mirim, Abaré, Abaré-Guassú e Moribixaba.
- os graus iniciáticos correspondem à 7 (médiuns Iniciantes -” I”, médiuns de Banco -”B”, médiuns de Terreiro -”T”, Sub-Chefes de Terreiros -”SCT”, Chefes de Terreiros -”CT”, Sub Comandantes Chefes de Terreiros -”SCCT”, Comandantes Chefes de Terreiros -”CCT”);
- 7 Maravilhas do Mundo Antigo ( as pirâmides de Gizé – Egito, os jardins suspensos da Babilônia, a estátua de Zeus em Olímpia, o templo de Ártemis em Éfeso, o mausoléu de Helicarnasso, o Colosso de Rodes e o farol de Alexandria);
- 7 Maravilhas do Mundo Moderno (a Muralha da China, a cidade de Petra na Jordânia, a cidade de Machu Picchu no Peru, as pirâmides de Chichén Itzá no México, o Coliseu de Roma, o Taj Mahal na Índia e o Cristo Redentor no Rio de Janeiro);
- No Egito Antigo, tanto o mundo quanto o homem eram constituídos de 7 princípios básicos: “chat” – corpo material, “bas” coração/vida física, “ka” corpo astral / personalidade, “Ab” vontade, “Ba” alma, “Chaib” a sombra do espírito, e “Chu” o espírito;
- 7 virtudes humanas (fé, esperança, prudência, amor, justiça, fortaleza e temperança);
- 7 pecados Capitais (vaidade, avareza, ira, preguiça, luxúria, inveja e gula);
- 7 cores do arco-íris (vermelho, laranja, amarelo, verde, azul, anil e violeta);
- 7 notas musicais (dó, ré, mi, fá, sol, lá, si)
- Manifesto das 7 Artes -( música, dança, pintura, escultura, teatro, literatura e cinema. E por isso o cinema é conhecido com a “sétima arte”, porque é o sétimo dessa lista);
- 7 são os mares navegáveis ( mar Adriático, mar Arábico, mar Cáspio, mar Mediterrâneo, mar Negro, Golfo Pérsico e mar Vermelho);
- 7 seres elementais no esoterismo (arcanjos, anjos, silfos, delvas, salamandras, gnomos e ondinas);
- Na Bíblia Católica, 7 são os livros sagrados do Antigo Testamento (Livro de Jô, Livro dos Salmos, Livro dos Provérbios, Livro dos Eclesisates, Livro da Sabedoria e Livro de Seriac Eclesiástico);
- Os 7 Sacramentos da Igreja Católica (batismo, confirmação, eucaristia, sacerdócio, penitência, matrimônio, extrema-unção)
- A criação do mundo em 7 dias;
- O mestre Jesus em sua última súplica, tenha dito 7 palavras na cruz: “PAI EM TUAS MÃOS ENTREGO MEU ESPÍRITO”
- O “Menorah”, candelabro judaico que representa a Árvore da Vida, possui 7 pontas;
- Os judeus, que obedecem ao Tora, por exemplo praticam o ‘Sabat”, ou seja o descanço do 7º dia;
- Os hindus conhecem 7 yogas: raja, jnana, karma, bhakti, hatha, tantra ou kundalini e kriya;
- Consideram-se 7 Chakras como principais;
- A renovação celular do corpo humano, de 7 em 7 anos;
- Os 7 Grandes princípios HERMÉTICOS (mentalismo, correspondência, vibração, polaridade, rítmo, causa e efeito, gênero); 
Pergunto: O número 7, é o número das verdades reveladas ao ser humano, ou apenas coincidências? Qual a opinião de vocês ?


Abraços fraternos,

sexta-feira, 17 de junho de 2016

REENCARNAÇÃO, CARMA E CARMA COLETIVO NA VISÃO DA UMBANDA

XANGÔ E O SENTIDO DA JUSTIÇA
Para começar a explanação sobre o Carma e seus sentidos, precisamos primeiro perceber a Justiça Divina e como Xangô – orixá desse trono – sustenta todos os aspectos da vida a partir do equilíbrio, razão e juízo divino.
O Orixá da Justiça, age sobre todos nós sem que precise de nossa autorização. Isso quer dizer que as irradiações de Xangô nos influenciam constantemente, a fim de proporcionar o sentido da justiça.
Quando pedimos pela presença de Xangô então, estamos pedindo pela justiça e ordem aos seres que se encontram em desequilíbrio. Deste modo, as irradiações vindas do Orixá são responsáveis por anular demandas cármicas, magias negras, fazendo com que se reestabeleça a paz e harmonia na vida da pessoa atingida por esses males.
Sendo assim, Xangô esta intimamente ligado a nossa consciência. Consciência essa que vai trabalhar junto da Justiça Divina. Mas, como? Bem, a Justiça se impõe desta maneira: se você faz algo de ruim, atraí para si aspectos negativos, e assim também acontece se você fizer o bem.
E a consciência trabalha exatamente isso, uma pessoa que age pelo mal, não terá paz. Alexandre Cumino aponta isso, “uma pessoa injustiça, interesseira, que não se preocupa em prejudicar o próximo, que não tem ética, essa pessoa também não tem amigos. Uma pessoa que não é digna de confiança porque age com injustiça, essa pessoa também não tem em quem confiar e acaba seus dias sozinha.
Ele ainda continua dizendo que alguém que acende uma vela para fazer mal a outrem, e que alguém que realiza um trabalho de amarração para o amor serão pessoas sem paz, tranquilidade e que o segundo será sempre alguém imatura, insegura e instável emocionalmente.
Esses sentimentos em desequilíbrio trazem a tona problemas mentais, racionais e até físicos, debilitando a saúde e bem-estar da pessoa.
 
REENCARNAÇÃO E CARMA NA VISÃO DA UMBANDA
Tudo no mundo segue um ciclo inevitável: nasce, cresce – vive e morre. Não há como evitar; não há como fugir desse inevitável que cerca todos nós viventes …
A reencarnação é o retorno ao ciclo contínuo de vida-morte-vida. É o sentido que não deixamos de existir após a morte e que uma consciência invisível que habita nossa carne, alma, não perece quando ela apodrece. Assim, reencarnação é simplesmente a volta do espírito a um novo corpo após a morte do corpo anterior que habitava.
Em si, a reencarnação é um conceito fácil e sem problemas de entendimento, o que complica ou o que dificulta sua compreensão não é ela, mas o mecanismo que está por trás dela que condiciona o retorno do espírito a um novo corpo: o carma ou lei de causa e efeito. Particularmente eu prefiro carma, pois é um conceito mais abrangente e dinâmico. Já lei de causa e efeito induz a pessoa a achar que o conceito é unidirecial, ou seja, uma causa, um efeito e as coisas não são bem assim, pois podem existir várias causas e vários efeitos e, nem sempre são ruins e, nem sempre são bons.
O conceito de reencarnação e de carma vieram de muito longe tanto na geografia como no tempo: índia, há uns, mais ou menos, 6.000 anos atrás (ou mais).
Samsara ou retorno ao mundo material ou reencarnação tem origem nos textos védicos, e nas tradições filosóficas e religiosas da Índia védica, este conceito se espalhou para outras regiões do mundo, bem como para outras tradições religiosas ao longo de 6.000 anos.
Nesses 6.000 o que variou de religião para religião que acabou incorporando a reencarnação ou sendo envolvida por ela não foi a idéia de retorno do espírito a um novo corpo, mas o mecanismo que condicional esse retorno que é o carma. Este sim, tem várias interpretações, variações, negações e visões que acabaram moldando essas religiões, suas doutrinas e a forma de seus fieis encararem a vida material e espiritual.
No hinduismo o carma constitui as ações realizadas na vida precedente (ações boas e/ou ruins). A existência é um ciclo de nascimento e renascimento, até a libertação definitiva da alma. Para se extinguir os efeitos do carma, é preciso um número indefinido de vidas (devido à substancial maldade do homem). É fácil entender, nesse sentido, por que o problema da salvação para os hindus é sempre o de libertar-se da transmigração. Por isso, sempre se esforçaram para encontrar muitos métodos para alcançar essa libertação, determinando diversas formas de pensamento e de práticas do hinduísmo que deram origem a diversas correntes (ioga, bhakti, tantrismo, etc).
A Umbanda acredita na reencarnação sem diferenciações de outras religiões reencarnacionistas. Só que, como as outras, sua variação se dá em relação ao carma.
O carma na Umbanda também está associado às boas ações e às más, só que sua abrangência está relacionada aos consulentes, aos médiuns e aos guias que incorporam nesses médiuns.
Existe o carma do médium, como um fato isolado e inerente ao próprio médium; o carma dos guias, também como um fato isolado e inerente a eles; e existe o carma relacionado a ambos, em que, tanto os médiuns como os guias partilham esse ou esses carmas. Os guias podem e agem dentro do ou dos carmas dos seus médiuns, de acordo com suas possibilidades, os ajudando e até solucionando os problemas khármicos e, por sua vez, os médiuns se dão aos guias como meio para que esses guias possam cumprir com seus carmas na ajuda às pessoas que necessitam.
No caso do carma dos consulentes, quem atua nele são os guias que esses consulentes consultam. Existe uma manipulação deste carma dentro das capacidades da entidade e no que ela pode ou não ajudar ou influenciar.
Disso tudo podemos destacar também outra qualidade da visão khármica dentro da Umbanda que é a visão de manipulação, alteração e transformação do carma por parte dos guias e de sua influência.
Alguns exemplos que podemos dar dessa manipulação são os seguintes:
• quando um guia cura uma pessoa de uma doença grave ele está influenciando no carma desse indivíduo;
• quando um guia quebra um feitiço ou um trabalho de magia negra em que a pessoa estava alucinada ou louca, ele está manipulando o carma desse indivíduo;
• quando um guia aproxima amorosamente duas pessoas, ele está influenciando o carma desses indivíduos;
• quando um guia tira uma pessoa do vício das drogas, esse guia está manipulando o khárma desse indivíduo;
Esses exemplos acima são visíveis e fatos que ocorrem freqüentemente em vários terreiros de Umbanda espalhados por todo Brasil e que acabam influenciando, direta e indiretamente, o processo reencarnatório tanto dos assistenciados como o dos médiuns que servem de “cavalos” para os guias.
Em relação aos guias de Umbanda, o processo reencarnatório está dividido em guias que não irão mais reencarnar e “trocaram”, digamos assim, esse ciclo pelo trabalho de vir como guias e ajudar as pessoas; e, os guias que ainda fazem parte do ciclo, só que seu trabalho dentro da Umbanda é uma forma de alcançar a iluminação ou a evolução como alguns gostam de dizer, para uma nova existência.
Há quatro grandes grupos de carma que operam em nossas vidas.
O primeiro é chamado de carma reprodutivo. É a força daquelas ações que exercemos que tem o poder para determinar o renascimento. O tipo de ações que tem o poder de determinar se vamos nascer no mundo humano ou em mundos inferiores, nos planos celestes ou brâmicos da existência.
"Entrai pela porta estreita, porque larga é a porta e espaçoso o caminho que conduz a perdição, e muitos são os que entram por ela; e porque estreita é a porta e apertado o caminho que leva a vida, e poucos há que a encontrem." Jesus Cristo (Mateus – 7,13)
Uma vez perguntaram ao Buda porque algumas pessoas nasciam ricas, outras pobres; porque algumas tinham corpos saudáveis, outras doentes. Porque algumas pessoas são tão lindas e outras tão feias? E assim por diante! Muitas perguntas foram feitas a ele. Em especial o que causava essas diferenças que podem ser vistas entre as pessoas? Ele respondeu que todos os seres são herdeiros de seu próprio carma passado. São, na verdade, nossos atos passados o útero do qual nascemos. A vida como ela é experimentada no presente é o resultado da força acumulada de todas as nossas ações do passado.
O Buda continuou explicando quais tipos de ações levavam a quais resultados específicos. Ele disse que seres que tiram a vida de outros seres, vivem muito pouco tempo. Seres que se abstêm de matar, experimentam um tempo de vida longo. Pessoas que causam mal e dor a outros seres vivos, experimentam muitas enfermidades e doenças. Aqueles que praticam não causar mal aos outros, não-violência, experimentam boa saúde. Ele disse que aqueles que são gananciosos, miseráveis, experimentam grande pobreza. Aqueles seres que praticam a generosidade, o compartilhar, são mãos-abertas, experimentam a abundância. Esta é a lei da causa e efeito em funcionamento. Cada ação produz um certo resultado.
Os seres que se envolvem em comportamentos não-harmoniosos, tais como adultério ou roubo, têm como resultado a associação com pessoas insensatas, não conseguem muitos bons amigos, não chegam a entrar em contato com o Dharma. Aqueles que praticam as restrições morais básicas acabarão vivendo em locais agradáveis, terão muitos bons amigos e terão muita ajuda ao longo de seu caminho. Aqueles que nunca questionam o porquê da vida, que nunca tentam analisar ou compreender a natureza das coisas, nascem parvos ou estúpidos. Aqueles que questionam, que sondam, que investigam, que tentam buscar respostas para este mistério da vida tornam-se muito sábios. Novamente, é a lei da causa e efeito em funcionamento. Aqueles que praticam um falar gentil, amoroso e harmonioso acabam experimentando grande beleza como resultado. As pessoas que utilizam muita linguagem abusiva, rude, com palavras de ira, assumem uma aparência feia.
O segundo tipo de carma é chamado carma de suporte. São aquelas ações que apoiam o carma reprodutivo. Por exemplo: suponha que temos um bom carma reprodutivo e nascemos no mundo humano. Esse é um bom renascimento, um plano feliz de existência. O carma de suporte são todas aquelas ações que fazem nossa experiência como humanos ser agradável. Reforça um bom carma reprodutivo e é causa de todo o tipo de alegrias.
O terceiro grupo é chamado de carma contra-ativo ou de oposição. Ele atrapalha o carma reprodutivo.
O carma necessário para o renascimento como ser humano foi benéfico, porém se houve um forte carma contra-ativo, ele cria situações desagradáveis. Isso também funciona ao contrário. Suponha que um ser renasça como um animal. Este seria um mau carma reprodutivo; trata-se de um renascimento inferior. Suponha que tenhamos um bom carma de renascimento como seres humanos, mas que experimentamos muita confusão, muita dor, muito sofrimento. Esse é o efeito do carma contra-ativo. O renascimento foi bom.
O carma contra-ativo pode tornar a existência do animal muito prazerosa, como ocorre com muitos animais de estimação. Esses animais vivem com mais conforto do que muita gente. Esse carma poderoso contrabalança o mau carma do renascimento. Ele funciona nos dois sentidos.
O último grupo é chamado de carma destrutivo. Ele impede o fluxo das outras forças. Suponha que você atire uma flecha no ar. A flecha tem uma certa intensidade de movimento e, se não for impedida, continuará até que caia num certo lugar distante. O carma destrutivo é como uma força poderosa que segura a flecha no meio do ar, jogando-a no chão.
Há uma história a respeito de um homem da época do Buda que ilustra alguns dos funcionamentos do carma. Ele fez uma oferenda de alimento a um arhant, um ser plenamente iluminado. Após fazer a oferenda, ele começou a se arrepender de tê-lo oferecido. Há seres que experimentam uma morte precoce. Seu carma reprodutivo e o de apoio podem ter sido bons, porém, de alguma forma, por causa de uma ação passada um carma destrutivo poderoso derruba o vôo daquela flecha, interrompe o fluxo das outras forças cármicas.
Conta-se que durante sete reencarnações em seguida, ele renasceu milionário como resultado de ter dado a comida. Traz muito poder dar comida a um ser plenamente iluminado. Porém, como resultado dele ter tido aqueles momentos de arrependimento, esse homem muito rico viveu de uma forma muito miserável, completamente incapaz de curtir os frutos de sua riqueza, pois era muito avarento. Diferentes tipos de carma trazem diferentes resultados dependendo de nossos estados mentais mutáveis.

PALAVRAS DO MESTRE BUDA
Não ponhas tua fé em tradições, mesmo que tenham sido aceitas por muitas gerações e em muitos países.
Não creias em algo porque muitos o repetem.
Não aceites algo baseando-te na autoridade de sábios antigos, nem com base nas afirmações que encontreis nos livros.
Não creias em nada mesmo que as probabilidades estejam a favor.
Não creias em nada que tenhas imaginado, pensando que um deus te inspirou.
Não creias em nada baseando-te na autoridade de mestres ou sacerdotes.
Depois de haver examinado algo, crê no que tenhas comprovado por ti mesmo, achado razoável e que esteja em conformidade com o teu bem estar e das demais pessoas.

BOATE KISS (Santa Maria RS) E O CARMA COLETIVO
Boate Kiss, Santa Maria, Rio Grande do Sul, madrugada de 27 de janeiro de 2013: um incêndio provoca o desencarne de 242 jovens. Eles tinham entre 18 e 21 anos idade onde a maioria morreu por asfixia, ao inalar grande quantidade de fumaça altamente tóxica. Com a morte, quer dizer, com o desencarne de tanta gente reunida no mesmo local, no mesmo dia e horário e, o que é mais intrigante, com a mesma causa: asfixia, muitos se perguntam: por que esses jovens tiveram que desencarnar todos juntos? E por que deixaram o corpo em circunstâncias tão trágicas? E os familiares, por que precisam passar por tanto sofrimento? E como fica a situação desses espíritos ao voltar tão cedo para o mundo espiritual? É o que vamos tentar responder. Fique ligado e você vai entender que tudo tem um por que. Deus não desampara nenhum de seus filhos.
Sempre que pessoas desencarnam juntas, quase sempre em situações trágicas, um turbilhão de questionamentos aparece. E um dos principais é esse: por que tiveram que morrer juntas? Foram reunidas ali para isso? É uma punição de deus?
Não, Deus nosso pai de bondade, não pune seus filhos, que somos todos nós. O que acontece em casos como o de Santa Maria é o que nós chamamos em espiritismo de “carma coletivo”. Trata-se de uma situação em que diversos espíritos, com o mesmo tipo de dívida com as Leis de Deus, desencarnam juntos, num mesmo acidente. E, nesse caso específico da boate Kiss, de uma mesma causa: asfixia. Isso significa que todos eles, em outras existências, em outras encarnações causaram a morte de pessoas em circunstancia similar, ou seja, por asfixia.
Quem com a espada perece, com a espada perecerá, disse Jesus. Quer dizer, da mesma forma que a gente mata, a gente morrerá também. É a lei de causa e efeito funcionando para todos nós e colocando em funcionamento a justiça perfeita de Deus. Nesse aspecto, vale a pena lembrar outra advertência de Jesus, nem sempre compreendida em toda sua extensão: cada um recebe de acordo com as suas obras. Outra: somente o amor cobre a multidão de pecados.
É bom esclarecer que de todo jeito esses espíritos desencanariam em situação traumática e coletiva. Isso porque, muito provavelmente, juntos, ou não, em outras existências, tiraram a vida material de jovens em situação idêntica. Quer dizer, mataram outros jovens por asfixia. Sentiram agora, no próprio corpo, o que causaram nos outros em existência passada. E os familiares, não estarão sofrendo por uma situação que eles nada tem a ver? Os familiares desses jovens provavelmente se envolveram indiretamente ou acobertaram esses crimes cometidos em um passado distante ou mais recente. Mas chega uma hora, claro, que a dívida precisa ser quitada. Para os 231 jovens de Santa Maria, esse dia chegou no domingo, 27 de janeiro de 2013. E a partir de agora, quites com as Leis de Deus, finalmente livres desse pecado, poderão seguir seus caminhos mais livremente, sem essa nódoa, sem essa mancha em suas consciências.
Como estarão esses espíritos no plano espiritual? Isso varia de pessoa para pessoa. Mas por serem muito jovens, a maioria com menos de 20 anos de idade, podem sim, dependendo do grau de evolução, se revoltar contra as Leis de Deus por terem desencarnado tão cedo. Outros aceitam melhor e darão prosseguimento às suas vidas mais rapidamente. São inúmeras as situações. Mas o mais importante é saber que estão mais vivos do que nunca e que cada um receberá atenção, carinho e tratamento espiritual para recuperar a saúde plena e dar prosseguimento às suas vidas. Em muitos casos são acompanhados pelos avós ou outros parentes já desencarnados. Afinal, ninguém fica desamparado. Mas, repito, cada um é livre para aceitar brandamente ou não sua nova condição de espírito desencarnado. As Leis de Deus não permitem violência. E a maturidade espiritual de cada um é respeitada sempre. Mas muitos, repito, se revoltam por terem voltado tão jovens para o outro lado da vida.
Nesse primeiro momento não sabem ainda que morreram, quer dizer, que desencarnaram. Provavelmente estarão em hospitais e enfermarias do mundo espiritual. Aos poucos vão percebendo algo diferente: o lugar estranho, a tecnologia muito mais avançada, as pessoas desconhecidas. Enfim, só aos poucos vão se dar conta que não pertencem mais ao mundo da matéria. Depois vem a grande e, para a maioria, a dolorosa surpresa de constatar a realidade de espíritos desencarnados. Primeiro a surpresa da nova condição e depois a frustração de ter deixado para trás tantos sonhos, pessoas e situações. Mas com o passar do tempo todos acabam aceitando a nova condição. Com o tempo também poderão entender porque tiveram que voltar para o plano espiritual tão cedo e em uma situação de tragédia coletiva.

Numa situação como a tragédia de Santa Maria, para os familiares e amigos mais próximos a única coisa que consola, que conforta e acalma é a certeza da imortalidade. Saber que eles continuam vivos e que estão recebendo, do outro lado da vida, todo carinho e atenção dos missionários de Jesus, é realmente gratificante, consolidando cada vez mais nossa fé em Deus nosso Pai de bondade e justiça. Não. Nessas horas nada é mais consolador do que a certeza da imortalidade! E essa é uma prova de que o espiritismo é o consolador prometido por Jesus. Quando todas as outras religiões se calam ou falam coisas sem nexo, o espiritismo enxerga uma luz e mostra que a vida continua. E isso consola, conforta e dá esperança.