terça-feira, 30 de agosto de 2016

POMBA-GIRA

QUEM É A POMBA-GIRA?
Quem são as Guardiãs Pomba-Gira?
Vamos falar bem reduzidamente o que seriam as Guardiãs Pomba-Gira:
Se os Guardiões Exus são marginalizados, mais ainda são as senhoras Guardiãs Pomba-Gira (grafa-se também Pomba-Jira).
        Há muitas pessoas que as associam com prostitutas, ou simplesmente, mulheres que gostam de se expor aos homens e sedentas por sexo. As distorções e preconceitos são características dos seres humanos quando eles não entendem corretamente algo, querendo trazer ou materializar conceitos abstratos, distorcendo-os. Essas nossas irmãs em Deus nada mais são que espíritos desencarnados, que como os Exus, viveram na Terra e hoje, por afinidade fluídica, militam como mais uma corrente de trabalho portentosa dentro da Umbanda.
        Não temos culpa se certos “médiuns” medíocres dão passividade para Kiumbas ou mesmo fingem uma incorporação de uma Guardiã Pomba Gira, para serem aceitos e terem suas opiniões e mesmo trejeitos aceitos pela comunidade religiosa. Com certeza, exteriorizam somente aquilo que suas mentes doentias acham serem certos.
        Dentro da hierarquia das Guardiãs Pomba-Gira, estão divididas em níveis diversas outras Pomba-Gira, da mesma forma que as demais legiões. É claro que em alguns casos podem ocorrer que uma delas em alguma encarnação tivesse passado pela experiência dolorosa de ser uma prostituta, mas, isso não significa que as Guardiãs Pomba-Gira tenham sido todas prostitutas e que assim agem. As que foram, hoje estão integradas na Umbanda, a fim de realizarem a grande reforma íntima através da caridade e do mediunismo redentor.
        Não se torna uma Guardiã Pomba Gira pelo simples fato de se ter errado perante as Leis Divinas. Afinal, quem nunca errou na vida? Ser uma Guardiã Pomba Gira exige preparo, conhecimento, magia, discernimento e muito amor. É mais uma corrente de trabalho espiritual na Umbanda, onde espíritos seletos atuam na faixa vibratória que mais se afinizam.
        As Guardiãs Pomba-Gira não são a representação da sexualidade e nem da sensualidade, mas sim frenam os desvios sexuais dos seres humanos e direcionam essas energias para a construção da espiritualização, evitando a destruição espiritual e material de cada ser.
A sensualidade desenfreada destrói o homem: a volúpia. Este vício moral é alimentado pelos encarnados e desencarnados pela invigilancia das Leis de Deus, criando um ciclo ininterrupto, caso as Pomba-Gira não atuem neste campo emocional, frenando-o e redirecionando-o.
As Guardiãs Pomba-Gira são grandes magas e conhecedoras das fraquezas humanas. São executoras da Lei.
        Cabem as Guardiãs Pomba-Gira esgotar os vícios ligados ao sexo, equilibrando o ser humano.
Gostaríamos de salientar que as Guardiãs Pomba-Gira não são Exus fêmeas como dizem muitas das literaturas encontradas, mas sim, é mais uma das hierarquias de Deus;
Tudo que se refere ao estudo sobre os Guardiões Exus vale também para as Guardiãs Pomba-Gira, ou seja, elas se manifestam na Umbanda através de espíritos incorporados as suas hierarquias. Elas são elementos mágicos ativados através de oferendas e elementos religiosos quando ativados num Templo. Também são agentes da Lei de Deus que podem ser ativadas pela Lei Maior. Os Guardiões Exus vitalizam/desvitalizam, as Guardiãs Pomba-Gira esgotam o emocional ou despertam o desejo.
As Guardiãs Pomba-Gira de Trabalho são tão maravilhosas quanto os Guardiões Exus. Elas realizam curas até mesmo de enfermidades dadas como incuráveis, desmancham trabalhos de magia negra, resolvem problemas, nos dão conselhos preciosos de como bem dirigir nossas vidas, enfim, fazem tudo pelas pessoas bem intencionadas que as procuram para a prática da caridade. È uma pena que ainda existam pessoas que as procuram somente para desmanchar relacionamentos amorosos ou conquistar alguém.
Como nossos irmãos Guias Espirituais, os Guardiões Exus, e as Guardiãs Pomba-Gira, quando terminarem o círculo de trabalhos espirituais e permanência nas correntes de trabalho na Umbanda irão para uma faixa de espiritualidade superior, e serão conduzidas pelas Leis do Eterno Amor para o seu verdadeiro destino, a sua perfectibilidade e a verdadeira e eterna felicidade nas moradas do Senhor. Por isso, considerando que as Guardiãs Pomba-Gira são criaturas como nós, filhos de Deus, considerando que bem orientadas por Orixás, e Guardiãs Pomba-Giras de Lei trabalhem somente para o bem, devemos tratá-las com todo carinho, respeito, procurar compreendê-las e conduzi-las (as não esclarecidas. As que estão iniciando o seu caminho rumo a espiritualidade maior) para o caminho da redenção.

A Legião das Guardiãs Pomba-Giras atuam:
• Nas descargas para neutralizar correntes de elementares/elementais vampirizantes, bem conhecidos como súcubus e íncubos, que atuam negativamente, por meio do sexo, fazendo de suas vitimas verdadeiros escravos das distorções sensuais.
• Cortando trabalhos de magia sexual negativa e as ditas “amarrações”, pois ninguém deve se ligar a ninguém a força. Isto é considerado pelos tribunais do astral como desvio de carma e as sanções para aqueles que realizam tais trabalhos são as mais sérias possíveis.
• Cortando trabalhos de magia negra, pois não é permitido pela Lei Divina que as pessoas ou espíritos possam fazer o que bem entenderem, ainda mais ferindo o Livre Arbítrio alheio.
• Neutralizando correntes e trabalhos feitos para desmanchar casamentos.
• Trabalham incansavelmente no combate as hostes infernais, quando estas procuram atingir injustamente quem não merece.
• Trabalham no combate das viciações que escravizam os médiuns, protegendo-os das investidas do baixo astral, quando se fazem merecedores.
• Fazem à proteção dos Templos onde habita a Espiritualidade Maior, principalmente onde se pautam pelo Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo.
• Combatem a leviandade, promovendo a firmeza que trás o respeito através do poder da palavra. Tais atributos e a harmonia de seus efeitos combinados, trazem a serenidade mental, onde os Sagrados Orixás atuam, pois quem não sabe o que pensa, não sabe o que diz.
• Trabalham incansavelmente fazendo de um tudo para que seus médiuns possam galgar graus conscienciais luminosos perante a espiritualidade maior, equilibrando-os, auxiliando-os, mas jamais são coniventes com os desmandos de seus pupilos, corrigindo-os, às vezes, implacavelmente, para que possam enxergar seus erros e retomarem a senda da Luz.
• A Guardiã Pomba Gira, como entidade de trabalho, não são e nunca foram espíritos lascivos, tenebrosos, viciados, atrasados e maldosos, como muitos querem doutrinar.
• A Guardiã Pomba-Gira atuam no combate aos Kiumbas (na medida do possível ajudando-os a evoluir) e no combate das energias desvairadas e viciantes; nas cobranças e nos reajustamentos emotivos e passionais; nas cobranças da Lei Divina (carma); nas emoções e nas ações dos indivíduos.
• As Guardiãs Pomba-Gira conhecem profundamente os mais íntimos segredos dos seres humanos e que apesar dos absurdos em seus nomes, ainda assim, nos auxiliam a evoluir, esperando pacientemente à hora de nossa maturidade.
• A Guardiã Pomba-Gira são valorosas Guardiãs da Antiga Sabedoria, da Tradição da Umbanda. Não são vulgares. São guerreiras, heroínas, protetoras e grandes magas.
Lembre-se que nenhuma Guardiã Pomba Gira jamais atua negativamente na vida de qualquer ser, promovendo desuniões, feitiçarias, magias negras, fofocas, maledicências e toda sorte de coisas ruins. Infelizmente a maldade é um imperativo humano. Quando um ser humano, negativamente invoca o poder da Guardiã Pomba Gira, não é a entidade em si que vai atender ao seu pedido maléfico, mas sim, a força Pomba Gira, força magnética ígnea telúrica, que vai ser acionada e utilizada. Seria a mesma coisa que utilizarmos à força elétrica; podemos usá-la para o bem ou para o mal. A força é a mesma, mas não tem vontade própria.
Vamos agora usar de um artigo maravilhoso (de autor desconhecido), adaptando-o, e encontraremos que é a fiel imagem da uma mulher. E isso é ser a Senhora Guardiã Pomba Gira:

SER GUARDIÃ POMBA GIRA….
• Ser Guardiã Pomba Gira é viver mil vezes em apenas uma vida, é lutar por causas perdidas e sempre sair vencedora, é estar antes do ontem e depois do amanhã, é desconhecer a palavra recompensa apesar dos seus atos.
• Ser Guardiã Pomba Gira é caminhar na dúvida cheia de certezas, é correr atrás das nuvens num dia de sol e alcançar o sol num dia de chuva.
• Ser Guardiã Guardiã Pomba Gira é chorar de alegria e muitas vezes sorrir com tristeza, é cancelar sonhos em prol de terceiros, é acreditar quando ninguém mais acredita, é esperar quando ninguém mais espera.
• Ser Guardiã Pomba Gira é identificar um sorriso triste e uma lágrima falsa, é ser enganada e sempre dar mais uma chance, é cair no fundo do poço e emergir sem ajuda.
• Ser Guardiã Pomba Gira é estar em mil lugares de uma só vez, é fazer mil papéis ao mesmo tempo, é ser forte e fingir que é frágil pra ter um carinho.
• Ser Guardiã Pomba Gira é se perder em palavras e depois perceber que se encontrou nelas, é distribuir emoções que nem sempre são captadas.
• Ser Guardiã Pomba Gira é comprar, emprestar, alugar, vender sentimentos, mas jamais dever, é construir castelos na areia, vê-los desmoronados pelas águas e ainda assim amá-las.
• Ser Guardiã Pomba Gira é saber dar o perdão, é tentar recuperar o irrecuperável, é entender o que ninguém mais conseguiu desvendar.
• Ser Guardiã Pomba Gira é estender a mão a quem ainda não pediu, é doar o que ainda não foi solicitado.
• Ser Guardiã Pomba Gira é não ter vergonha de chorar por amor, é saber a hora certa do fim, é esperar sempre por um recomeço.
• Ser Guardiã Pomba Gira é ter a arrogância de viver apesar dos dissabores, das desilusões, das traições e das decepções.
• Ser Guardiã Pomba Gira é ser mãe dos seus filhos e dos filhos dos outros e amá-los igualmente.
• Ser Guardiã Pomba Gira é ter confiança no amanhã e aceitação pelo ontem, é desbravar caminhos difíceis em instantes inoportunos e fincar a bandeira da conquista.
• Ser Guardiã Pomba Gira é entender as fases da lua por ter suas própria fases. É ser “nova” quando o coração está a espera do amor, ser “crescente” quando o coração está se enchendo de amor, ser “cheia” quando ele já está transbordando de tanto amor e “minguante” quando esse amor vai embora.
• Ser Guardiã Pomba Gira é hospedar dentro de si o sentimento de perdão, é voltar no tempo todos os dias e viver por poucos instantes coisas que nunca ficaram esquecidas.
• Ser Guardiã Pomba Gira é cicatrizar feridas de outros e inúmeras vezes deixar as suas próprias feridas sangrando.
• Ser Guardiã Pomba Gira é ser princesa aos 20, rainha aos 30, imperatriz aos 40 e especial a vida toda.
• Ser Guardiã Pomba Gira é conseguir encontrar uma flor no deserto, água na seca e labaredas no mar.
• Ser Guardiã Pomba Gira é chorar calada as dores do mundo e em apenas um segundo já estar sorrindo.
• Ser Guardiã Pomba Gira é subir degraus e se os tiver que descer não precisar de ajuda, é tropeçar, cair e voltar a andar.
• Ser Guardiã Pomba Gira é saber ser super-homem quando o sol nasce e virar cinderela quando a noite chega.
• Ser Guardiã Pomba Gira é acima de tudo um estado de espírito, é ter dentro de si um tesouro escondido e ainda assim dividi-lo com o mundo.

REVELAÇÃO DE UMA GUARDIÃ POMBA GIRA
Mensagem psicofônica da Senhora Pomba Gira Sete Encruzilhadas – Médium: Luely Figueiró.
Nós andamos agitadas nas encruzilhadas, não estamos gostando do que certos escritores mal informados, que apenas cruzam pelos terreiros e que nem possuem a experiência de incorporação ou de trabalhos dentro da curimba de uma Pomba Gira, se arvoram em falar sobre nossa corrente, sobre nossos trabalhos.
        Nos comentam como se fossemos lixo do astral ou menos espíritos apaixonados. Como se bastasse apenas nos oferecer elementos físicos, grosseiros materiais, para fazermos a vontade de todas as criaturas da face da Terra.
Pessoas que escrevem sem possuir o menor gabarito espiritual para comentar os mistérios da hierarquia de um espírito.
Nós estamos realmente agitadas no espaço que ocupamos e muito trabalhamos para formar a corrente deste aparelho, para que ela pudesse verdadeiramente receber a vibração e o ensinamento de todo o trabalho de uma Pomba Gira. Vocês não duvidem e não confundam as coisas que vocês vêem por aí. Aprendam se quiserem a ter o merecimento da proteção e do trabalho de uma Pomba Gira, seus giras.
Pomba Gira é gente já com gabarito de incorporação no exército divino, e quem já se encontra incorporado, como elemento deste exército, para a elaboração de evoluções maiores; não é sofredor nem lixo do espaço e nem desavisado e muito menos apegado a elementos tão físicos e baixos como querem nos apregoar.
Tenham mais humildade para aceitar as coisas do grandioso Senhor, que elabora no dia-a-dia a evolução dos universos siderais e não só o vosso.
Não pensais, pois, que sois o centro do universo, porque não sois não. Em todas as horas, em todos os momentos, o grande Senhor nos envia provas através, até mesmo, de aparelhos mediúnicos que nos deixam perplexos, bestializados com os que eles fazem como simples aparelhos e nada mais.

Porque eles são meros veículos de forças maiores; aqui, neste planeta, somos espíritos de certa envergadura, com milênios de aprendizado; nos chamam de Pomba Gira; poderiam ter-nos colocado outros nomes, não importam os nomes que nos tenham colocado.
Nós vos saudamos aqui na Terra, com esta indumentária; respeiteis e saibais compreender nossa natureza espiritual, para que não sejam publicadas aberrações que visem apenas ao comércio medíocre sobre o trabalho sagrado e santificante que traçamos para evolução de todos os paranormais em comunicação conosco.
        Isto é de rara importância para todos aqueles que dirigem seus médiuns, seus filhos.
É de rara importância, queridos, que coloqueis sempre a vossa destra sobre os nossos enviados, filhos de Santo, com uma certa humildade e conhecimento de que todos os irmãos que se comunicam através de sua coroa são espíritos já incorporados num exército divino para elaborar uma tarefa de amor e fraternidade e de respeito por vossas vidas e não de desrespeito, porque este sempre parte de vós e não de nós.
Se existem nos planos do baixo astral desrespeitosos Eguns, é porque daqui partiram assim sem o merecimento de serem incorporados em nossas milícias. São esses pobres vagabundos do astral menor que necessitam mais de orações e caridade.
Vós, como chefes de terreiro e guias menores da Terra, que colocais sobre o peito montões de colares para assim serem reconhecidos, pois sois vós que devereis organizar os trabalhos. Sim, de mãos interpostas conosco, os irmãos do outro lado.
        Para estes Eguns e sofredores, estes vagabundos, desairosos e desvairados dos espaços, sejam socorridos e não enlameados com vossos propósitos mesquinhos.
Muitas vezes, tomados por vossas vaidades, não sabeis reconhecer quem pisa dentro de vosso terreiro.
Aquele que é sofredor, aquele que é um mistificador de uma Pomba Gira verdadeira.
Porque a vossa vaidade vos cobre os olhos e vosso peito envergado de tantas “guias” não vos permite ver; cuidado…
Por hoje é só.
Dona Sete.


quarta-feira, 24 de agosto de 2016

A GRANDE VIAGEM DO ESPIRITO: A VIDA!!!!

A GRANDE VIAGEM DO ESPÍRITO: A VIDA!           

(Apenas Alguns Toques Para Dizer Que Vale a Pena Viver... e Aprender!)

A vida não espera. 
Por onde você for, o tempo não pára, mesmo que você queira. 
O que ficou, ficou...
O que se foi, passou...
É a vida em movimento. Somos viajantes eternos em suas trilhas.
Parece que somos passageiros na eternidade, mas a verdade é outra: somos eternos dentro do temporário. Ou seja, somos o eterno no movimento da vida que segue...
Na natureza, tudo passa! O traço característico da existência é a impermanência. 
As coisas mudam, sim, mesmo que você não queira. Pessoas e situações vão e vêm em nossas vidas, entram e saem na esfera de ação do nosso viver. Isso é assim mesmo!
Há um tempo para tudo: o amanhecer, o meio-dia e o anoitecer. Da mesma forma, há um tempo para semear e colher; nascer, viver, partir, renascer e seguir...
Tudo passa! O que marca é a experiência adquirida.
As culpas e mágoas também passam! 
No rio da vida, as águas do tempo curam tudo, pois diluem no eterno as coisas passageiras.
As coisas estranhas que aconteceram, os dramas que rolaram e as palavras que feriram também passam... se você permitir. Sim, se você se permitir notar que o tempo leva tudo, e que a vida segue... mesmo que você esteja emburrado agora.
Aquele ranço antigo ou aquelas emoções apagadas que, vez por outra, bloqueiam a sua alegria fazem parte do que é temporário, mas você é eterno. 
Essas emoções passam por você, mas que tal virar o jogo? 
Que tal passar por elas, sem se deter, apenas tirando a experiência e seguindo na vida?
Sim, tudo passa mesmo! As estações se sucedem no tempo certo: primavera, verão, outono e inverno. Isso não é bom ou ruim; é apenas natural. Como é natural o espírito imperecível entrar e sair dos corpos perecíveis ao longo da cadeia reencarnatória. Como é natural seguir para frente, pois o tempo não pára e a vida segue...
E, do centro da Consciência Cósmica, o Grande Arquiteto Do Universo, o Supremo Comandante de todas as vidas e de todos os tempos sorri e diz a todos:
“Tudo passa, menos o Meu Amor por todos.
As experiências vão, mas o aprendizado fica.
É impossível deixar de existir, pois a evolução é inevitável!
Todos estão destinados à Consciência Cósmica, mesmo que não entendam isso agora. Porém, se o desentendimento é passageiro, a felicidade advinda do processo de evoluir continuamente será imperecível.
Tudo a seu tempo! 
Enquanto evoluem e aprendem a arte de viver, passem e vivam... e não se detenham até alcançar a meta!
O Amor é o que vale!”


sexta-feira, 19 de agosto de 2016

A MEDIUNIDADE DE HITLER



                     O médium do Anticristo – 1

Texto de Hermínio C. Miranda publicado na revista espírita Reformador de Março de 1976:
                Um jovem de cerca de 20 anos vagava pelo Museu Hofburg, em Viena, como de costume. estava deprimido como nunca. O dia fora muito frio, pois o vento trouxera o primeiro anúncio do outono que se aproximava. Ele temia novo ataque de bronquite que se aproximava. Ele temia novo ataque no seu miserável quartinho numa pensão barata. Estava pálido, magro e de aparência doentia. Sem dúvida alguma, era um fracasso. Fora recusado pela Escola de Belas – Artes e pela Arquitetura. As perspectivas eram as piores possíveis. Caminhando pelo museu, entrou na sala que guardava as jóias da coroa dos Hapsburg, gente de uma raça que não considerava de boa linhagem germânica.
Mergulhado em pensamentos pessimistas, nem sequer notou que um grupo de turistas, orientado por um guia, passou por ele e parou diante de um pequeno objeto ali em exibição. -"Aqueles estrangeiros – escreveria o jovem mais tarde – pararam quase em frente ao lugar onde eu me encontrava, enquanto seu guia apontava para uma antiga ponta de lança. A princípio, nem me dei ao trabalho de ouvir o que dizia o perito; limitava-se a encarar a presença daquela gente como intromissão na intimidade de meus desesperados pensamentos. E, então, ouvi as palavras que mudariam o rumo da minha vida: "Há uma lenda ligada a esta lança que diz que quem a possuir e decifrar os seus segredos terá o destino do mundo em suas mãos, para o bem ou para o mal." Como se tivesse recebido um choque de alertamento, ele agora bebia as palavras do erudito guia do museu, que posseguia explicando que aquela fora a lança que o centurião romano introduzira ao lado do tórax de Jesus (João 19:34) para ver se o crucificado já estava "morto". Tinha uma longa e fascinante história aquele rústico pedaço de ferro. O jovem mergulharia nela a fundo nos próximos anos. Chamava-se ele Adolf Hitler.
Voltou muitas vezes mais ao Museu Hofburg e pesquisou todos os livros e documentos que conseguiu encontrar sobre o assunto. Envolveu-se em mistérios profundos e aterradores, teve revelações que o atordoaram, incendiaram sua imaginação e desataram seus sonhos mais fantásticos. Sabemos hoje, em face da prática e da literatura espírita, que os Espíritos, encarnados e desencarnados, vivem em grupos, dedicados a causas nobres ou sórdidas, segundo seus interesses pessoais. A inteligência e o conhecimento, como todas as aptidões humanas, são neutros em si mesmos, ou seja, tanto podem ser utilizados na prática do bem como na disseminação do mal. Dessa maneira, tanto os bons espíritos, como aqueles que ainda se demoram pelas trevas, elaboram objetivos de longo alcance visando aos interesses finais do bem ou do mal. Em tais condições, encarnados e desencarnados se revezam, neste plano e no outro, e se apoiam mutuamente, mantendo constantes entendimentos especialmente pela calada da noite, quando uma parte considerável da humanidade encarnada, desprendida pelo sono, procura seus companheiros espirituais para debater planos, traçar estratégias, realizar tarefas, ajustar situações. Há, pois, toda uma logística de apoio aos Espíritos que se reencarnam com tarefas específicas, segundo os planos traçados.
Estudando, hoje, a história secreta do nazismo, não nos resta dúvida de que Adolf Hitler e vários dos seus principais companheiros desempenharam importante papel na estratégia geral de implantação do reino das trevas na Terra, num trabalho gigantesco que, obviamente, tem a marca inconfundível do Anticristo. Para isso, eclodem fenômeno mediúnicos, surgem revelações, encontram-se as pessoas que deveriam encontrar-se, acontecem "acasos" e "coincidências" estranhas, juntam-se, enfim, todos os ingredientes necessários ao desdobramento do trabalho. August Kubizek descreve uma cena dramática em que Hitler, com apenas 15 anos de idade, apresenta-se claramente incorporado ou inspirado por alguma entidade desencarnada. De pé diante de seu jovem amigo, agarrou-lhe as mãos emocionado, de olhos esbugalhados e fulminantes, enquanto de sua boca fluía desordenadamente uma enxurrada de palavras excitadas.
Kubizek, artudido, escreve, em seu livro: - Era como se outro ser falasse de seu corpo e o comovia tanto quanto a mim. Não era, de forma alguma, o caso de uma pessoa que fala entusiasmada pelo que diz. Ao contrário, eu sentia que ele próprio como que ouvia atônito e emocionado o que jorrava com uma força primitiva... Como enxurrada rompendo diques, suas palavras irrompiam dele. Ele invocava, em grandiosos e inspirados quadros, o seu próprio futuro e o de seu povo. Falava sobre um Mandato que, um dia, receberia do povo para liderá-lo da servidão aos píncaros da liberdade- missão especial que em futuro seria confiada a ele. Ao que parece, foi o primeiro sinal documentado da missão de Hitler e o primeiro indício veemente de que ele seria o médium de poderosa equipe espiritual trevosa empenhada em implantar na Terra uma nova ordem.
Garantia-se a Hitler o poder que ambicionava, em troca da fiel utilização da sua instrumentação mediúnica. O pacto com as trevas fora selado nas trevas. É engano pensar que essas falanges espirituais ignoravam as leis divinas. Conhecem-nas muito bem e sabem da responsabilidade que arrostam e, talvez, até por isso mesmo, articulam seus planos tenebrosos e audaciosos, porque, se ganhassem, teriam a impunidade com que sonham milenarmente para acobertar crimes espantosos. Eles conhecem, como poucos, os mecanismos da Lei e sabem manipular com perícia aterradora os recursos espirituais de que dispõem.

O médium do Anticristo - 1 (conclusão)

Vejamos outro exemplo: o relato da Segunda visita de Hitler à lança, narrada pelo próprio. Novamente a sensação estranha de perplexidade. Sente ele que algo poderoso emana daquela peça, mas não consegue identificar o de que se trata. De pé, diante da lança, ali ficou por longo tempo a contemplá-la:
            · Estudava minuciosamente cada pormenor físico da forma, da cor e da substância, tentando, porém permanecer aberto à sua mensagem. Pouco a pouco me tornei consciente de uma poderosa presença em torno dela – a mesma presença assombrosa que experimentara intimamente naquelas raras ocasiões de minha vida em que senti que um grande destino esperava por mim.
· Começava agora a compreender o significado da lança – escreve Ravenscroft – e a origem de sua lenda, pois sentia, intuitivamente, que ela era o veículo de uma revelação - "uma ponte entre o mundo dos sentidos e o mundo do espírito". As palavras entre aspas são dos próprio Hitler, que prossegue:
· Uma janela sobre o futuro abriu-se diante de mim, e através dela vi, num único "flash", um acontecimento futuro que me permitiu saber, sem sombra de dúvida, que o sangue que corria em minhas veias seria, um dia, o veículo do espírito de meu povo. Ravenscroft especula sobre a revelação. Teria sido, talvez, a antevisão da cena espetaculosa do próprio Hitler a falar, anos mais tarde, ali mesmo em frente ao Hofburg, à massa nazista aglomerada, após a trágica invasão da Áustria, em 1938, quando ele disse em discurso:
· A Providência me incumbiu da missão de reunir os povos germânicos...com a missão de devolver minha pátria 1 ao Reich alemão. Acreditei nessa missão. Vivi por ela e creio que cumpri. Tudo começara com o impacto da visão da lança no museu. Já naquele mesmo dia, em que o guia dos turistas chamou sua atenção para a antiqüíssima peça, ele experimentou estranhas sensações diante dela. Que fascínio poderia ter sobre seu Espírito - espetacular ele próprio – aquele símbolo cristão ? Qual a razão daquele impacto? Quanto mais a contemplava, mais forte e, ao mesmo tempo, mais fugidia e fantástica se tornava a sua impressão.
· Senti como se eu próprio a tivesse detido em minhas mãos anteriormente, em algum remoto século da História – como se eu a tivesse possuído, como meu talismã de poder e mantido o destino do mundo em minhas mãos. No entanto, como poderia isto ser possível? Que espécie de loucura era aquele tumulto no meu íntimo? Qual é, porém, a história conhecida da lança? Para saber mais É o que tentaremos resumir em seguida. Hitler dedicou-se daí em diante ao estudo de tudo quanto pudesse estar relacionado com o seu fascinante problema. Cedo foi dar em núcleos do saber oculto. Um dos seus biógrafos, Alan Bullock (Hitler: A Study in Tiranny), sem ter alcançado as motivações do futuro líder nazista, diz que ele foi um inconseqüente, o que se poderia provar pelas suas leituras habituais, pois seus assuntos prediletos eram a história de Roma antiga, as religiões orientais, ioga, ocultismo, hipnotismo, astrologia...
Parece legítimo admitir que tenha lido também obras de pesquisa espíritas, porque os autores não especializados insistem em grupar espiritismo, magia, mediunismo e adivinhação, e muito mais sob o rótulo comum de ocultismo. Sim, Hitler estudou tudo isso profundamente e não se limitou à teoria; passou à prática. Convencido da sua missão transcendental, quis logo informar-se sobre os instrumentos e recursos que lhe seriam facultados para levá-lo a cabo. O primeiro impacto da idéia da reencarnação em seu espírito o deixou algo atônito, como vimos, na sua primeira crise espiritual diante da lança, no museu de Hofburg; logo, no entanto, se tornou convicto dessa realidade e tratou a sério de identificar algumas de suas vidas anteriores. Esses estudos levaram-no ao cuidadoso exame da famosa legenda do Santo Graal, de que Richard Wagner, um dos seus grandes ídolos, se serviu para o enredo da ópera Parsifal.
Hitler foi encontrar nos escritos de um poeta do século XIII, por nome Wolfram von Eschenbach, a fascinante narrativa da lenda, cheia de conotações místicas e simbolismos curiosos, que captaram a sua imaginação, porque ali a história e a profecia estavam como que mal disfarçadas atrás do véu diáfano da fantasia. Mas, Hitler tinha pressa, e, para chegar logo ao conhecimento dos mistérios que o seduziam, não hesitou em experimentar com o peiote, substância alucinógena extraída do cogumelo mexicano, hoje conhecida como mescalina. Sob a direção de um estranho indivíduo, por nome Ernst Pretzsche, o jovem Adolf mergulhou em visões fantásticas que, mais tarde, identificaria como sendo cenas de uma existência anterior que teria vivido como Landulf de Cápua, que serviu de modelo ao Klingsor na ópera de Wagner. Esse Landulf foi um príncipe medieval (século nono) que Revenscroft declara ter sido "the most evil figure of the century" – a figura mais infame do século. Sua influência tornou-se considerável na política de sua época e, segundo Ravenscroft, "ele foi a figura central em todo o mal que se praticou então".
O Imperador Luiz II conferiu-lhe posto que o situava como a terceira pessoa no seu reino, e concedeu-lhe honrarias e poderes de toda a sorte. Landulf teria passado muitos anos no Egito, onde estudou magia negra e astrologia. Aliou-se secretamente aos árabes que, apesar de dominarem a Sicília, respeitaram seu castelo, em Carlata Belota, na Calábria. Nesse local sinistro, onde se situara no passado um templo dedicado aos mistérios, Landulf exercia livremente suas práticas horríveis e perversas que, segundo Ravenscroft, deram-lhe a merecida fama de ser o mais temido feiticeiro do mundo. Finalmente, o homem que o Imperador Luiz II queria fazer Arcebispo de Cápua, depois de elevá-la à condição de cidade metropolitana, foi excomungado em 875, quando sua aliança com o Islam foi descoberta. Ravenscroft informa logo a seguir que, a seu ver, ninguém conseguiu exceder Wagner em inspiração, quando este coloca, na sua ópera, a figura de Klingsor ( ou seja, Landulf) como um mago a serviço do Anticristo. Aliás, muitas são as referências ao Anticristo no livro do autor inglês, em conexão com a trágica figura de Adolf Hitler.
Ainda veremos isto. Guiado pela sua intuição, Wagner tranpôs para o terreno da arte, na sua genial ópera, o objetivo de Klingsor e seus adeptos, que era "cegar as almas por meio da perversão sexual e privá-las da visão espiritual, a fim de que não pudessem ser guiadas pelas hierarquias celestiais". Essa atividade maligna Landulf desenvolveu em seu tempo e suas horríveis práticas teriam exercido "devastadora influência nos líderes seculares da Europa cristã", conforme Ravenscroft. Mas Hitler acreditava-se também uma reencarnação de Tibério, um dos mais sinistros dos Césares. É fato sabido hoje que ele tentou adquirir ao Dr. Axel Munthe, autor de O Livro de San Michele, a ilha deste nome, que, em tempos idos fora o último reduto de Tibério, que lá morreu assassinado. O Dr. Munthe se recusou a vender a ilha porque ele próprio acreditava ter sido Tibério, o que não parece muito congruente com a sua personalidade.
Aliás, as especulações ocultistas (usemos a palavra) dos líderes nazistas estão cheias de fenômenos psíquicos e de buscas no passado. Goering dizia, com orgulho, que sempre se encarnou ao lado do Führer. Ao tempo de Landulf, ele teria sido o Conde Boese, amigo e confidente do príncipe feiticeiro, e no século XIII fora Conrad de Marburg, amigo íntimo do bispo Klingsor, de Wartburg. Goebbels, o ministro da Propaganda nazista, acreditava-se Ter sido Eckbert de Meran, bispo de Bamberg, no século XIII, que teria apresentado Klingsor ao rei André da Hungria.2 Se essas encarnações estão certas ou não, não cabe aqui discutir, mas tais especulações evidenciam o interesse daqueles homens pelos mistérios e segredos das leis divinas, que precisavam conhecer para melhor desrespeitar e burlar. Por outro lado, contêm alguma lógica, quando nos lembramos de certos aspectos que a muitos passam despercebidos. Muitos espíritos reencarnaram-se com o objetivo de infiltrarem-se nas hostes daqueles que pretendem combater, seja para destruir, seja para se apossarem da organização, sempre que esta detenha alguma parcela substancial de poder.
Não seria de admirar-se, pois que um grupo de servidores das trevas, com apoio das trevas, aqui e além, fosse alçado a postos de elevada influência entre a hierarquia cristã da época, quando a Igreja desfrutava de incontestável poder. O papado não esteve imune – longe disso - e por várias vezes caiu em mãos de mal disfarçados emissários de Anticristo. Lembremos outro pequeno e quase imperceptível pormenor. Recorda-se o leitor daquela observação veiculada por um benfeitor espiritual que relatou haver sido traçada, no mundo das trevas, a estratégia do sexo desvairado, a fim de desviar os humanos dos caminhos retos da evolução?
Sexo transviado e magia negra são aliados constantes, ingredientes do mesmo caldo escuro, onde se cultivam as paixões mais torpes. Quantos não se perderam por ai... 1 Hitler era austríaco. Nasceu em 20 de abril de 1889, na encantadora vila de Braunau-am-Inn, onde também nasceram os famosos médiuns Willy e Rudi Scheider. 2 Segundo apurou Ravenscroft, esse Bispo Klingsor seria o Conde de Acerra, também de Cápua, um tipo sinistro, profundamente envolvido em magia negra e que, como Landulf, séculos antes, reuniu em torno de si um círculo de adeptos que incluia eminentes personalidades eclesiásticas da época. Afirma, ainda, o autor que foi nesse grupo que se concebeu o medonho monstro da Inquisição.

O Médium do Anticristo II

Alfred Rosemberg, o futuro teórico do nazismo, era então o profeta do Anticristo e se incumbia de questionar os Espíritos manifestantes. Ravenscroft afirma que teria sido Rosemberg quem pediu a presença da própria Besta do apocalipse, que na sua opinião(de Rovenscroft), sem dúvida dominava o corpo e a alma de Adolf Hitler, através das óbvias faculdades mediúnicas deste. Essa manifestação do Anticristo em Hitler foi assegurada por mais de uma pessoa, além do lúcido e tranqüilo Dr. Walter Johannes Stein. Um desses foi outro estranho caráter, por nome Houston Stewart Chamberlain, um inglês que se apaixonou pela Alemanha e pela causa nazista. Ravenscroft classifica-o como genro de Wagner e profeta do mundo pangermânico.
Também escrevia suas teses anti-racistas em transe, segundo atestou nada menos que o eminente General Von Moltke, de quem ainda diremos algo importante daqui a pouco Chamberlain era considerado um digno sucessor do gênio de Friederich Nietzsche e, segundo o próprio Hitler, em "Mein Kampf", "um dos mais admiráveis talentos na história do pensamento alemão, uma verdadeira mina de informações e de idéias". Foi quem expandiu as idéias de Wagner, desvirtuando-as perigosamente, ao pregar a superioridade da raça ariana.
Segundo testemunho de Von Moltke, Chamberlain evocou inúmeros vultos desencarnados da história mundial e confabulou com eles. Que era uma inteligência invulgar, não resta dúvida. Os poderes das trevas escolheram bem seus emissários. Enganam-se, também, redondamente, aqueles que consideram Hitler um doido inconseqüente que tentou, na sua loucura, botar fogo no mundo. A julgar por todas essas revelações que ora nos chegam ao conhecimento, ele sabia muito bem o seu papel em todo esse drama. Recebeu uma fatia de poder a troco de certa missão muito específica. No domínio do mundo, se o tivesse conseguido, ele continuaria a desfrutar de posição "invejável", como prêmio a um trabalho "bem feito". Ainda bem que falhou, pois a amostra foi terrível.
Como se explicaria, sem esse apoio maciço de espíritos encarnados e desencarnados, que um jovem pintor sem êxito, pobre, abandonado à sua sorte, rejeitado pela sociedade, tenha conseguido montar o mais tenebrosos instrumento de opressão que o mundo já conheceu? Como se explicaria que seu partido tenha emergido de um pequeno grupo político, falido e obscuro, senão que os Espíritos seus amigos o indicaram como sendo o primeiro degrau de escada que o levaria ao poder? Hitler ainda se aprofundaria muito mais nos mistérios da sua missão tenebrosa.
Precisava receber instruções mais específicas, e , como sabemos, tudo se arranja para que assim seja. A hora chegaria, no momento exato, com a pessoa já programada para ajudá-la. Um desses homens chamou-se Dietrich Eckhart. Sua história á algo fantástico, mas vale a pena passar ligeiramente sobre ela, a fim de entendermos seu papel junto a Hitler, que, antes de encontrar-se com Eckhart, fizera apenas preparativos para o vestibular da magia e do ocultismo. Dietrich Eckhart era um oficial do exército, de aparência afável e jovial e, ao mesmo tempo, no dizer de Ravenscroft, "dedicado satanista, o supremo adepto das artes e dos rituais da magia negra e a figura central de um poderoso e amplo círculo de ocultistas – O Grupo Thule". Foi um dos setes fundadores do partido nazista, e, ao morrer, intoxicado por gás de mostarda, em Munich, em dezembro de 1923, disse, exultante:
· Sigam Hitler! Ele dançará, mas a música é minha. Iniciei-o na "Doutrina Secreta", abri seus centros de visão e dei-lhe os recursos para se comunicar com os Poderes. Não chorem por mim: terei influenciado a História mais do que qualquer outro alemão.
Suas palavras não são mero delírio de paranóico. Há muito, nas suas desvairadas práticas mediúnicas, havia recebido "uma espécie de anunciação satânica de que estava destinado a preparar o instrumento do Anticristo, o homem inspirado por Lúcifer para conquistar o mundo e liderar a raça ariana à glória". Quando Adolf Hitler lhe foi apresentado, ele reconheceu imediatamente o seu homem, e disse para seus perplexos ouvintes: - Aqui está aquele de quem eu fui apenas o profeta e o precursor.
Coisas espantosas se passaram no círculo mais íntimo e secreto do Grupo Thule, numa série de sessões mediúnicas (Ravenscroft chama-as, indevidamente, de sessões espíritas...), das quais participavam dois sinistros generais russos e outras figuras tenebrosas.
A médium, descoberta por certo Dr. Nemirocitch-Dantchenko, era uma pobre ignorante camponesa, dotada de variadas faculdades. Expelia pelo órgão genital enormes quantidades de ectoplasma, do qual se formavam cabeças de entidades materializadas que, juntamente com outras, incorporadas na médium, transmitiam instruções ao círculo de "eleitos". Certa manhã de setembro de 1912, Walter Stein e seu jovem amigo Adolf Hitler subiram juntos as escadarias do museu Hofburg. Em poucos minutos encontravam-se diante da Lança de Longinus, posta, como sempre, no seu estojo de desbotado veludo vermelho.
Estavam ambos profundamente emocionados, por motivos diversos, é claro, mas, seja como for, o disparador daquelas emoções era a misteriosa lança. Dentro em pouco, Hitler parecia Ter passado a um estado de transe, "um homem – segundo Ravenscroft – sobre o qual algum espantoso encantamento mágico havia sido atirado" . Tinha as faces vermelhas e seus olhos brilhavam estranhamente. Seu corpo oscilava, enquanto ele parecia tomado de inexplicável euforia.
· Toda a sua fisionomia e postura – escreve Rovenscroft, que ouviu a narrativa do próprio Stein – pareciam transformadas, como se algum poderoso Espírito habitasse agora a sua alma, criando dentro dele e à sua volta uma espécie de transfiguração maligna de sua própria natureza e poder.
Walter Stein pensou com seus botões: Estaria ele presenciando uma incorporação do Anticristo? É difícil responder, mas é certo que terrífica presença espiritual ali estava mais do que evidente. Inúmeras outras vezes, em todo o decorrer de sua agitada existência, testemunhas insuspeitas e desprevenidas haveriam de notar fenômenos semelhantes de incorporação, especialmente quando Hitler pronunciava discursos importantes ou tomava decisões mais relevantes.
Ao narrar o fenômeno a Ravenscroft, 35 anos depois, o Dr. Stein diria que: -...Naquele instante em que pela primeira vez nos postamos juntos, de pé, ante a Lança de Longinus, pareceu-me que Hitler estava em transe tão profundo que passava por uma privação quase completa de seus sentidos e um total eclipse de sua consciência. Hitler sabia muito bem da sua condição de instrumento de poderes invisíveis. Numa entrevista à imprensa, documentou claramente esse pensamento, ao dizer:
· Movimento-me como um sonâmbulo, tal como me ordena a Providência.
Havia nele súbitas e tempestuosas mudanças de atitude. De uma placidez fria e meditativa, explodia, de repente, em cólera, pronunciando, alucinadamente, uma torrente de palavras, com emoção e impacto, especialmente quando a conversa enveredava pelos temas políticos e raciais. Stein presenciou cenas assim no velho café em que costumava encontrar-se com seu amigo, em Viena, ali por volta de 1912/1913.
Passada a explosão, Hitler recolhia-se novamente ao seu canto, como se nada tivesse ocorrido. Naqueles estados de exaltação, transformava-se o seu modo de falar e sua palavra alcançava as culminâncias da eloqüência e da convicção. Era como se um poder magnético a elas se acrescentasse, de tal forma que ele facilmente dominava seus ouvintes. Seus próprios companheiros notariam isso mais tarde, em várias oportunidades.
· Ao se ouvir Hitler – escreveu Gregor Strasser, um ex-nazista – tem-se a visão de alguém capaz de liderar a humanidade à glória. Uma luz aparece numa janela escura. Um homem com um bigode cômico transforma-se em arcanjo. De repente, o arcanjo se desprende e lá está Hitler sentado, banhado em suor, com os olhos vidrados.
Tudo fora muito cuidadosamente planejado e executado, inclusive com os sinais identificadores, para que ninguém tivesse dúvidas. Nas trágicas sessões mediúnicas do Grupo Thule, fora anunciado que o Anticristo se manifestaria depois que seu instrumento passasse por uma ligeira crise de cegueira. Isto se daria ali por volta de 1921, e seu médium teria, então, 33 anos.
Aos 33 anos de idade, em 1921, depois de recuperado de uma cegueira temporária, Hitler assumiu a incontestável liderança do Partido Nacional Socialista, que o levaria ao poder supremo na Alemanha, e, quase, no mundo. De tanto investigar os mistérios e segredos da história universal, em conexão com os poderes invisíveis, Hitler se convenceu de realidades que escapam à maioria dos seres humanos. A história é realmente o reflexo de uma disputa entre a sombra e a luz, representadas, respectivamente, pelos Espíritos que desejam o poder a qualquer preço e por aqueles que querem implantar na Terra o reino de Deus, que anunciou o Cristo.
Hitler sabia, por exemplo, que os Espíritos trabalham em grupos, segundo o seus interesses e por isso se reencarnam também em grupos, enquanto seus companheiros permanecem no mundo espiritual – na sombra ou na luz, conforme seus propósitos – apoiando-se mutuamente. Não é à toa que Göering e Goebbels, como vimos, reconheciam-se como velhos companheiros de Hitler. Este, por sua vez, estava convencido de que um grupo enorme de Espíritos, que se encarnara no século IX, voltara a encarna-se no século XX. O notável episódio ocorrido com o eminente General Von Moltke parece confirmar essa idéia.
Vamos recordá-lo, segundo o relato de Ravenscroft.
Foi ainda na Primeira Guerra Mundial. No imenso e trágico tabuleiro de xadrez em que se transformara a Europa, havia um plano militar secreto, sob o nome de Plano Schlieffen, que previa a invasão da França através da Bélgica, antes que a Russia estivesse em condições de entrar em ação. Helmuth Von Moltke era Chefe do Estado-Maior do Exército Alemão, sob o Kaiser. Coube-lhe a responsabilidade de introduzir alguns aperfeiçoamentos no plano e aguardar o momento de pô-lo em ação, se e quando necessário.
O momento chegou em junho de 1914. Jogava-se a sorte da Europa. Von Moltke passou a noite em claro, na sede do Alto Comando, tomando as providências de última hora para que o plano entrasse em ação imediatamente. Estudava mapas, expedia ordens, conferenciava com seus oficiais. O destino de sua pátria estava em suas mãos e ele sabia disso. No auge da atividade, o eminente General perdeu os sentidos sobre a mesa de trabalho. Parecia Ter tido um enfarte.
Chamaram um médico, enquanto seus camaradas, muito apreensivos depositavam o seu corpo no sofá. Nenhuma doença foi diagnosticada. Na verdade, Von Moltke estava em transe.
Sua metódica e brilhante inteligência não previra a interferência da mão do destino, como diz Ravenscroft. Ou seria a mão de Deus? Julgou-se, a princípio, que o poderoso General estivesse morrendo. Mal se percebia sua respiração e o coração apenas batia o necessário para manter a vida; olhos abertos vagavam, apagados, de um lado para outro.
O eminente General Helmuth Von Moltke estava experimentando uma crise espontânea de regressão de memória, durante a qual em vívidas imagens que se desdobravam diante de seus olhos espirituais, ele se viu como um dos Papas do século IX, Nicolau I, o Grande, que a Igreja canonizou. Há estranhas "coincidências" aqui. Segundo os historiadores, Nicolau ascendeu ao trono papal mais por influência do Imperador Luis II do que pela vontade do clero. Lembra-se o leitor de que Luiz II foi o mesmo que protegeu o incrível Landulf, príncipe de Cápua? E que Landuf, um milênio depois, seria Adolf Hitler? Nicolau foi um papa enérgico e brilhante.
Governou somente nove anos incompletos, de 858 a 867, mas teve de tomar decisões momentosas e que exerceram profunda influência na História. Foi no seu tempo que se definiu mais nitidamente a tendência separatista entre as igrejas do ocidente e a do oriente. Foi ele quem elevou a novas culminâncias a doutrina da plenitude do poder papal. Segundo seu pensamento, o imperador era apenas um delegado, incumbido do poder civil. Enquanto essas vivências desfilavam diante de seus olhos, Von Moltke, ainda estendido no sofá, vivia a curiosa experiência de estar situado entre duas vidas; separadas por mil anos.
Em torno dele, entre as ansiosas figuras de seus generais, ele identificava alguns de seus antigos cardeais e bispos. Uma das personalidades que ele também identificou naquele desdobramento foi a de seu tio, o ilustre Marechal- de- Campo, também chamado Helmuth Von Moltke, o maior estrategista de sua época e que lutou na guerra de 1870. Fora também uma das poderosas figuras medievais, o Papa Leão IV, o chamado pontífice-soldado, que organizou a defesa de Roma e comandou seus próprios exércitos. Outra figura identificada foi o General Von Schlieffen, autor do famoso plano Schlieffen, que também experimentara as culminâncias do poder papal, sob o nome de Bento II.
Ao despertar de sua singular experiência com o tempo, o General Von Moltke estava abalado até às raízes de seu ser. Caberia a ele, um ex-Papa, deslanchar todo aquele plano de destruição e matança? Se não o fizesse, o que aconteceria à sua então pátria? Diz Ravenscroft que, após se reformas, Von Moltke escreveu minucioso relato daquela experiência notável. Também ele se deixou envolver pelo misterioso fascínio da Lança de Longinus, que certa vez visitou em companhia de outro General, seu amigo; e, segundo o escritor inglês, conseguiu apreender o verdadeiro sentido e importância daquela peça, "como um poderoso símbolo apocalíptico".
Acreditava ele que se deveram à sua própria atitude negativa, como Nicolau I, em relação ao intercâmbio com o mundo espiritual, os trágicos desenganos que se sucederam na História subseqüente, a começar pela separação da cristandade em duas e o progressivo abandono da realidade espiritual em favor das doutrinas materialistas, que "virtualmente aprisionaram a criatura no mundo fenomênico da medida, do número, do peso, tornando a própria existência da alma humana objeto de dúvida e debate" (Ravenscroft). Por isso tudo, ao se erguer do sofá, Von Moltke era outra criatura.
Como explicar tudo aquilo aos seus companheiros? Que decisões tomar agora, na perspectiva do tempo e dos lamentáveis enganos que havia cometido no passado, em prejuízo do curso da História? Parece, no entanto, que não dispunha de alternativa. Como Longinus, tinha de praticar um ato de aparente violência, para contornar uma crueldade maior. Tudo continuou como fora planejado, mas o Chefe do Estado-Maior não continuou como fora. Aliás, ao ser elevado àquela posição pela sua inesgotável e indiscutível capacidade profissional, houve dúvidas, em virtude do seu temperamento meditativo e tranqüilo.
Seria realmente um bom General no momento de crise que exigisse decisões drásticas? Era o que se perguntavam seus adversários, mesmo reconhecendo sua enorme autoridade técnica. Ao se retirar do comando, diz Ravenscroft que ele era um homem arrasado, porque mais do que nunca estava consciente da tragédia de viver num mundo em que a violência e a matança pareciam ser os únicos instrumentos capazes de "despertar a humanidade para as realidades espirituais".
Após a sua desencarnação, em 1916, com 68 anos de idade, Von Moltke passou a transmitir uma série de comunicações através da mediunidade de sua esposa Eliza Von Moltke. Ah! que documento notável deve ser esse! Foi numa dessas mensagens que o Espírito do antigo Chefe do Estado-Maior informou que o Führer do Terceiro Reich seria Adolf Hitler, àquela época um obscuro e agitado político, aparentemente sem futuro. Foi também ele que, em Espírito, confirmou a antiga encarnação de Hitler como Landulf de Cápua, o terrível mágico medieval que vinha agora repetir, nos círculos mais fechados do Partido, os rituais de magia negra, cujo conhecimento trazia nos escaninhos da memória integral.
Faltavam ainda algumas peças importantes para consolidar as conquistas do jovem Hitler, mas todas elas apareceriam no seu devido tempo e executariam as tarefas para as quais haviam sido rigorosamente programadas nos tenebrosos domínios do mundo espiritual inferior. O General Eric Ludendorff seria uma delas. Von Moltke identificou-o com outro papa medieval, que governou sob o nome de João VIII, que Ravenscroft classifica como "o pontífice de mais negra memória que se conhece em toda a história da Igreja Romana, que, como amigo de Landulf de Cápua, ajudou-o nas suas conspirações no século IX". Novamente, sob as vestes de Eric Ludendorff, o antigo Papa daria a mão para alçar Landulf (agora Adolf) ao poder.
Outro elemento importante, nessa longa e profunda reiniciação de Hitler, foi Karl Haushofer, que, no dizer de Ravenscroft, "não apenas sentiu o hálito da Besta Apocalíptica 3 no controle do ex-cabo demente, mas também buscou, conscientemente e com maligna intenção, ensinar a Hitler como desatrelar seus poderes contra a humanidade, na tentativa de conquistar o mundo". É um tipo estranho e mefistofélico esse Haushofer, mas, se fôssemos aqui estudar todo o elenco de extravagantes personalidades que cercaram Hitler, seria preciso escrever outro livro. Diz, porém, Ravenscroft que foi Haushofer quem despertou em Hitler a consciência para o fato de que operavam nele as motivações da " Principalidade Luciferina", a fim de que "ele pudesse torna-se veículo consciente da intenção maligna no século vinte". (destaque do autor).

Vejamos mais um episódio.
Em 1920, era tão patente, através da Alemanha, essa expectativa messiânica, que foi lançado na Universidade de Munich um concurso de ensaios sobre o tema seguinte: "Como deve ser o homem que liderará a Alemanha de volta às culminâncias de sua glória?" O vultoso prêmio em dinheiro foi oferecido por um milionário alemão residente no Brasil (não identificado por Ravenscroft) e quem o ganhou foi um jovem chamado Rudolf Hess que, em tempos futuros, seria o segundo homem da hierarquia nazista! Sua concepção desse messias político guarda notáveis similitudes com a figura do Anticristo descrita nos famosos (e falsos) "Protocolos do Sião", segundo Ravenscroft. Consta que Hitler considerava Rudolf Steiner, o místico, vidente e pensador austríaco como seu arquiinimigo. Segundo informa Ravenscroft, Steiner, em desdobramento espiritual, penetrava, conscientemente, os mais secretos e desvairados encontros, onde se praticavam rituais atrozes para conjurar os poderes que sustentavam a negra falange empenhada no domínio do mundo. Que andaram muito perto dessa meta, não resta dúvida.
Conheciam muito bem a técnica do assalto ao poder sobre o homem, através do próprio homem. Hugh Trevor-Roper, no seu livro "The Last Days of Adolf Hitler", transcreve uma frase do Führer, que diz o seguinte: Não vim ao mundo para tornar melhor o homem, mas para utilizar-me de suas fraquezas. Estava determinado a cumprir sua missão a qualquer preço. - Jamais capitularemos – disse, certa vez, repetindo o mesmo pensamento de sempre. – Não. Nunca. Poderemos ser destruídos, mas, se o formos, arrastaremos o mundo conosco – um mundo em chamas. Muito bem. É tempo de concluir. Por exemplo, o que aconteceu com a Lança de Longinus? Continua no Museu de Hofburg, em Viena, para onde foi reconduzida após novas aventuras.
Primeiro, Hitler tomou posse dela, ao invadir a Austria, em 1938 e lançou-a para a Alemanha, cercada de tremendas medidas de segurança. Lá ficou ela em exposição, guardada dia e noite, pelos mais fiéis nazistas. Quando a situação da guerra começou a degenerar para o lado alemão, construiu-se secretíssima e inviolável fortaleza subterrânea para guardá-la. Apenas meia dúzia de elevadas autoridades do governo sabiam do plano. Uma porta falsa de garagem disfarçava a entrada desse vasto e sofisticado cofre-forte, em Nüremberg, que o Führer ordenou fosse defendido até à última gota de sangue. Quando se tornou evidente que o Terceiro Reich se desmoronava de fato, ante o avanço implacável das tropas aliadas, Himmler achou que a Lança de Longinus precisava de um abrigo alternativo.
Uma série de providências foi propaganda, com uma remoção fictícia, para um ponto não identificado da Alemanha; e outra, verdadeira, sob o véu do mais fechado segredo, para um novo esconderijo, onde o talismã do poder ficaria a salvo dos inimigos do nazismo. Por uma dessas misteriosas razões, no entanto, um dos cinco ou seis oficiais nazistas que sabiam do segredo, ao fazer a lista das peças que deveriam ser removidas, mencionou a Lança de Mauritius, aliás, o nome oficial da peça.
Acontece que, entre as peças históricas do Reich, havia uma relíquia de nome parecido, ou seja, "A Espada de Mauritius", e esta foi a peça transportada, e não a Lança de Longinus.
Na Confusão que se seguiu, ninguém mais deu pelo engano, e o oficial que o cometeu, um certo Willi Liebel, suicidou-se pouco antes do colapso total do Reich. A essa altura, Nüremberg não era mais que um monte de ruínas e, por outro estranho jogo de "coincidências", um soldado americano. Perambulando pelas ruínas, descobriu um túnel que ia dar em duas portas enormes de aço com um mecanismo de segredo tão imponente como o das casas-fortes dos grandes bancos mundiais. Alguma coisa importante deveria encontrar-se atrás daquelas portas.
E assim, às 14h10m do dia 30 de abril de 1947, a legítima Lança de Longinus passou às mãos do exército americano. Naquele mesmo dia, como se em cumprimento de misterioso desígnio, Hitler suicidou-se nos subterrâneos da Chancelaria, em Berlim.
Como ficou dito atrás, a Lança de Longinus encontra-se novamente no Museu Hofburg, em Viena. Estará à espera de alguém que venha novamente disputar a sua posse para dominar o mundo? Vejamos, para encerrar, algumas considerações de ordem doutrinária.
Haverá mesmo algum poder mágico ligado aos chamados talismãs? Questionados por Allan Kardec ( perguntas 551 a 557), os Espíritos trataram sumariamente da questão, ensinando, porém, que "Não há palavra sacramental nenhuma, nenhum sinal cabalístico, nem talismã, que tenha qualquer ação sobre os Espíritos, porquanto estes só são atraídos pelo pensamento e não pelas coisas materiais".
Continuando, porém, a linha do seu pensamento, Kardec insistiu, com a pergunta 554, formulada da seguinte maneira:
· Não pode aquele que, com ou sem razão, confia no que chama a virtude de um talismã, atrair um Espírito, por efeito mesmo dessa confiança, visto que, então, o que atua é o pensamento, não passando o talismã de um sinal que apenas lhe auxilia a concentração?
· É verdade - respondem os Espíritos – mas da pureza da intenção e da elevação dos sentimentos depende a natureza do espírito que é atraído.
Os destaques são meus e a resposta à pergunta 554 prossegue, abordando outros aspectos que não vêm ao caso tratar aqui. Nota-se, porém, que os espíritos confirmaram que os chamados talismãs servem de condensadores de energia e vontade, e podem, portanto, servir de suporte ao pensamento daquele que deseja atrair companheiros desencarnados para ajudá-lo na realização de seus interesses pessoais.
Disseram mais: que os Espíritos atraídos estarão em sintonia moral com aqueles que os buscam, ou seja, se as intenções e os sentimentos forem bons, poderão acudir Espíritos bondosos; se, ao contrário, as intenções forem malignas, virão os Espíritos inferiores.
Por toda parte, no livro de Trevor Ravenscroft, há referências repetidas de que duas ordens de Espíritos estão ligadas à mística da Lança de Longinus: os da luz e os das trevas, segundo as intenções de quem os evoca. Além disso, é preciso lembrar que os objetos materiais guardam, por milênio a fora, certas propriedades magnéticas, que preservam a sua história.
Essas propriedades estão hoje cientificamente estudadas e classificadas como fenômenos de psicometria, tão bem observados, entre outros, por Ernesto Bozzano.
Médiuns psicômetras, em contato com objetos, conseguem rever, às vezes com notável nitidez, cenas que se desenrolaram em torno da peça de ferro deve estar altamente magnetizada pelos acontecimentos de que foi testemunha, desde que foi forjada alhures nos tempos bíblicos, passando pelo momento do Calvário, diante do Manso Rabi agonizante, até que Hitler a perdeu em abril de 1945. Seja como for, a peça reúne em torno de si uma longa e trágica história, tão fascinante que tem incendiado, através dos séculos, a imaginação de muitos homens poderosos e desatado muitas paixões nefandas.
E, como explicaria os Espíritos a Kardec, não é a Lança por si mesma que move os acontecimentos, é o pensamento dos homens que se concentram nela e querem a todo preço fazer valer o poder que se lhe atribui. Nisso, ela é realmente um talismã. Ainda uma palavra antes de encerrar. É certo que Hitler foi médium dedicado e desassombrado de tremendos poderes das trevas. Esses irmãos desarvorados, que se demoram, por milênios sem conta, em caliginosas regiões do mundo espiritual, por certo não desistiram da aspiração de conquistar o mundo e expulsar a luz para sempre, se possível.
Tudo farão para obter esse galardão com o qual sempre sonharam, muito embora a nós outros não nos assista o direito de duvidar de que lado ficará a vitória final. Nesse ínterim, porém valer-se-ão de todos os meios, de todos os processos, para alcançarem seus fins. É claro, também, que não se empenham apenas no setor político-militar, por exemplo como Hitler, mas, também procuram conquistar organizações sociais e religiosas que representem núcleos de poder.
É evidente a obra maligna e hábil que se realizou com a Igreja, infiltrando-a em várias oportunidades e em vários pontos geográficos, mas sempre nos altos escalões hierárquicos, de onde melhor podem influenciar os acontecimentos e a própria teologia. O movimento espírita precisa estar atento a essas investidas, pois é muito apurada a técnica da infiltração. O lobo adere ao rebanho sob a pele do manso cordeiro; ele não pode dizer que vem destruir, nem pode apresentar-se como inimigo; tem de aparecer com um sorriso sedutor, de amizade e modéstia, uma atitude de desinteresse e dedicação, um desejo de servir fraternalmente, sem condições e, inicialmente, sem disputar posições.
Muitas vezes, esses emissários das sombras nem sabem, conscientemente, que estão servindo de instrumentos aos amigos da retaguarda. A sugestão pós-hipnótica foi muito bem aplicada por Espíritos altamente treinados na técnica da manipulação da mente alheia. É a utilização da fraqueza humana de que falava Hitler.

A estratégia é brilhantíssima e extremamente sutil, como, por exemplo, a da "atualização" e da "revisão" das obras básicas da Codificação, a da criação de movimentos paralelos, o envolvimento de figuras mais destacadas no movimento em ardilosos processos de aparência inocente ou inócua. Estejamos atentos, porque os tempos são chegados e virão, fatalmente, vigorosas investidas, antes que chegue a hora final, numa tentativa última, desesperada, para a qual valerá tudo. Muita atenção. Quem suspeitaria de Adolf Hitler, quando ele compareceu, pela primeira vez, a uma reunião de meia dúzia de modestos dirigentes do Partido dos Trabalhadores?