A CONDUTA E A RESPONSABILIDADE DO
MÉDIUM UMBANDISTA DURANTE AS SESSÕES
A Umbanda é uma religião que possui como objetivo basilar o
desenvolvimento mediúnico e o atendimento aos necessitados. Trata-se de tarefa
que exige muita responsabilidade e dedicação.
O Terreiro de Umbanda é um Templo Sagrado e deve ser respeitado como tal
por todos aqueles que nele adentrarem. Esse respeito se exige e se espera
principalmente do corpo mediúnico do próprio Templo.
Apesar do toque dos atabaques e batidas de palmas, a sessão de Umbanda
não pode ser considerada uma “festa”. O Médium deve estar concentrado e focado
em sua missão, permitindo que suas entidades possam se manifestar e cumprir a
missão à que foram designadas.
O respeito e a concentração devem existir em todas as sessões,
independentemente da Linha que será trabalhada. Muitas pessoas acreditam que
pelo fato de linhas com a de Baianos, Crianças, Marinheiros, etc., trazerem
alegria, não precisam dedicar o mesmo respeito e concentração que é destinada
as Linhas tidas como sérias, como por exemplo, a de Caboclos e Pretos Velhos.
Trata-se de erro grave.
Todas as linhas merecem o mesmo respeito e a mesma concentração do
médium, pois todas elas são manifestadas por espíritos de luz, que vêm de
Aruanda prestar auxílio a todos os necessitados, inclusive ao próprio médium.
Na Umbanda, o médium é o elo de uma corrente, a qual deve estar em
perfeita sintonia. Se um dos elos está fraco e desconcentrado, toda a corrente
sofrerá as consequências. O trabalho fica mais “pesado” e vulnerável a
manifestação de “kiumbas”.
Por tal razão, o médium ao adentrar ao terreiro, deve se preocupar
unicamente com seu progresso espiritual e deixar para o lado de fora todo e
qualquer assunto ou comentário estranho ao seu desenvolvimento.
Além disso, para um bom andamento dos trabalhos, o médium deve evitar:
- conversas paralelas durante a sessão;
- risadas e brincadeiras;
- cruzar os braços e encostar-se a parede;
- saídas desnecessárias e exageradas (cozinha, banheiro, etc.);
- desconcentrar o irmão que está ao lado;
Entre outras atitudes que geram desconcentração e acabam por atrapalhar
o seu progresso e o progresso de toda a casa.
O médium umbandista, deve ainda ter muito cuidado com a vaidade, orgulho
e a pressa. São vícios que o afastam da verdadeira missão e impedem o progresso
espiritual.
A vaidade e o orgulho fazem com que o médium se sinta o melhor
médium existente dentro da casa. Acredita que apenas suas entidades são capazes
de resolver este ou aquele problema; questiona ensinamentos superiores; não
valoriza o que as outras entidades e chefes da casa ensinam; usa aparatos
desnecessários e chamativos, apenas para satisfazer seu próprio ego, entre
outras coisas.
A pressa faz com que o médium queira “se formar” logo. Em menos de
3(três) anos de terreiro, já força seus guias que ainda estão em aproximação,
riscar pontos, usar bengalas, enfeites, bicos (no caso da linha de criança),
etc.
O médium deve entender que a mediunidade é algo a ser trabalhado a longo
prazo e não em poucos meses. A pressa faz com que a entidade fique “engessada”,
ou até se afaste, pois o médium está atendendo suas próprias vontades e não a
vontade do guia.
Por isso, o médium deve ser paciente e deixar que seu desenvolvimento
ocorra naturalmente. Pois, nenhuma entidade gostaria de usar um “aparelho” com
vícios, pois sua missão não seria alcançada.
O desenvolvimento mediúnico é a preparação do médium para começar a
cumprir seus objetivos espirituais. E , ao contrário do que muitos pensam, ela
não se encerra com a coroação. Na verdade, após a coroação é que a batalha
começa de verdade, pois, analogicamente, o soldado deixa de ser um mero
aprendiz e assume o fronte.
Desse modo, nós, médiuns umbandistas, devemos procurar nos livrar de
todos os vícios que maculam nosso progresso espiritual, a fim de colaborar com
o bom andamento das sessões, buscando nossa evolução e evolução de nosso
Templo, para que ele seja repleto de luz e harmonia. Evitando ser o autor de
atos e atitudes que gerem desconcentração e que desvirtue os objetivos reais de
cada sessão. Só assim, poderemos, de fato, ajudar a nós mesmos e aqueles que
procuram auxílio. A Umbanda não é brincadeira!
Pensemos nisso, a Umbanda precisa de nós e não podemos decepcioná-la!
Avante Filhos de Fé.
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