PODER DOS CHIFRES
Antes
de começarmos a escrever a pesquisa sobre os “Chifres”, é interessante falarmos
um pouco sobre Livre-Arbítrio, que nada mais é que a capacidade que o ser
humano tem de escolher seu próprio caminho; portanto, é muito importante você
respeitar os diferentes, você não deve tentar manipular ou interferir no
livre-arbítrio dos outros.
Além
de muitas outras interpretações que conheceremos, logo abaixo não podemos
deixar de mencionar que até hoje, nas Consagrações dos “Templos”, em várias
Religiões e Sociedades, o chifre é usado… Algumas colocam sementes dentro dele,
que simbolicamente são interpretadas como fonte de Abundância e Prosperidade……Na
Grécia Antiga, conta-se que Zeus, quando nasceu, foi alimentado pelas abelhas,
que lhe davam mel, e a cabra Almatéia deu-lhe o leite. O carneiro era
consagrado a Zeus e era de seu chifre a famosa “Cornucópia” que derrama os
tesouros sobre a Terra, símbolo da prosperidade e da abundância.
O
Sagrado Masculino existe também sob muitos nomes, entre eles Pan (Pã),
Dionísio, Baco, Quíron, Hermes, Moisés, Baphomet, Amom-Rá, Mitra, Odin, Wotan e
Cernunnos. Ele é uma representação masculina da divindade, e é mais conhecido
como o Deus Chifrudo.
Calma!
Não é nenhum diabo. Nas civilizações antigas, os chifres eram uma representação
de poder e masculinidade. Os chifres sempre foram sinal de algo divino. Na Babilônia,
por exemplo, o grau de importância dos deuses era identificado pelo número de
chifres atribuído a ele. Os chifres foram incorporados pelo homem quando
perceberam que se vestir como animal facilitava a sua aproximação durante a
caça.
Inicialmente era um
Deus da caça, depois vieram novas atribuições, como a de Deus protetor das
florestas, dos animais, da chuva, do vinho, entre muitos outros. É representado
pelo Sol.
O
Deus Cornífero foi transformado no diabo pelos cristãos, ou melhor, pela Igreja
Católica, com o objetivo de acabar com o culto das bruxas na Europa Ocidental.
Não havia outra razão. Mesmo muito antes disso, os egípcios já adoravam o Deus
do Oculto, do escuro, Amon, que também possuía chifres.
Antes
da aparição do Cristianismo, o Deus de Chifres era tido como símbolo de vida,
sexualidade, êxtase e liberdade.
Muitas
deidades pagãs foram adaptadas pelo Cristianismo.
O
Deus representa tudo que é livre, é o caçador que representa inovação,
vitalidade, força e fertilidade.
Aspectos
da vida relacionados ao Deus Cornífero:
- Atrair coragem, garra
e vigor;
- Trazer fertilidade e
gravidez;
- Livrar-se do
estresse;
- Atrair o vigor
sexual;
- Aumentar a percepção
e os instintos;
- Resolver problemas
difíceis;
- Estabilizar
situações;
- Atrair prosperidade e
riqueza;
- Buscar a razão;
- Invocar os poderes da
fartura e da prosperidade.
Hoje
em dia, os chifres são vistos como símbolos da traição, do “babaca”…
Ninguém
sabe o motivo. Aliás, a grande variedade de teorias já levantadas a respeito só
vem confirmar o mistério dessa modificação no significado atribuído aos
chifres, a partir da Idade Média européia. Antes disso, os cornos não eram o
símbolo da pessoa que é traída pelo(a) parceiro(a), mas representavam energia,
comando e potência sexual: todos os sátiros da mitologia tinham chifres, e os
guerreiros vikings, bem como os gauleses da aldeia de Asterix, portavam-nos
orgulhosamente em seus capacetes. Ovídio, no Canto XV das Metamorfoses,
descreve, sem a menor ironia, o episódio em que Cipus, o famoso pretor romano,
acorda certo dia com um portentoso par de cornos na cabeça, simbolizando o
glorioso papel que desempenharia no futuro de Roma – história que não poderia
ter sido narrada por um escritor medieval ou renascentista sem um inevitável
sentido burlesco (fico só imaginando o efeito que esta passagem de Ovídio teria
no meu tempo de ginásio, em que desatávamos a rir maldosamente só porque
mencionavam a Cornualha, na Inglaterra, ou as famosas jóias de Cornélia …).
Além de símbolo da força, os chifres eram – e são, até hoje – considerados uma
poderosa defesa contra o mau-olhado e a feitiçaria, seja na sua forma córnea
natural, seja no conhecido sinal que se faz com a mão fechada, deixando o
indicador e o mindinho estendidos.
O
certo é que, num dado momento, por motivos inexplicáveis, estabeleceu-se uma
associação entre a traição e os chifres. Todas as hipóteses conhecidas são
fantasiosas ou vagas demais, ou localizadas demais para justificar a difusão
desse símbolo por todos os países do Ocidente, pois mesmo na Inglaterra e na
França, em que o marido traído é associado, por razões também obscuras, ao
pássaro cuco – cuckold (ing.) e cocu (fr.) –, os chifres estão lá, ornando a
testa de todos os infelizes que foram minotaurizados. Voltaire, por exemplo, sustentava
que o costume viria dos gregos, que chamavam de “bode” ao marido traído pela
mulher (segundo ele, a cabra, na cultura grega, era o símbolo da fêmea
dissoluta); no entanto, se isso fosse verdade, os romanos, que herdaram e
absorveram a cultura grega, teriam conservado a tradição – coisa que não
ocorreu, como bem demonstra o texto das Metamorfoses . Outros preferem buscar a
explicação no brumoso passado dos celtas; das inúmeras versões, a mais
conhecida envolve Cernunos, um dos principais deuses gauleses, que presidia a
vinda da primavera, representada por um ancião com a cabeça enfeitada por
chifres de veado. Segundo a lenda, ele vive embaixo da terra, mas sempre que
sua mulher o engana – o que ela parece fazer regularmente, todos os anos – ele
sobe à superfície, trazendo consigo o fim do inverno. Os antropólogos, por sua
vez, lembram que, em muitas aldeias da Europa primitiva, a comunidade costumava
humilhar o marido cuja mulher desse à luz um filho de outro homem, obrigando-o
a desfilar com a cabeça ornada por chifres de boi ou de cervo – mas não
explicam por que escolhiam o chifre, e não o rabo, ou o casco, ou a pele do
animal, o que teria nos dado rabudos, cascudos e peludos, em lugar de cornudos.
Uma
versão literária atribui a origem deste símbolo ao relato que Geoffrey de
Monmouth faz em sua obra A Vida de Merlin (1148): “O famoso mago Merlin
retirou-se para a solidão da floresta, insinuando à sua mulher Gwendolina que
não se importaria muito se ela casasse de novo, desde que ele não fosse
obrigado a conhecer o felizardo. Um dia, no entanto, os astros lhe informam que
o casamento dela está próximo e ele se dirige ao seu antigo palácio, montado
num cervo, acompanhado de muitos outros animais selvagens, para levar-lhe o seu
presente de bodas. Ao chegar lá, sua ex-mulher e o namorado estão em uma das
janelas da torre e riem muito da estranha comitiva de Merlin, o qual, furioso,
arranca os cornos de um cervo e arremessa-os contra o pretendente, matando-o
instantaneamente e fazendo-o descer ao mundo dos mortos com uma bela galhada na
testa”.
Esta,
a meu ver, é a menos provável, pois acaba colocando os cornos no traidor, não
no traído.
Vamos
nos aprofundar um pouco mais na pesquisa e veremos que os chifres eram um
símbolo de Poder.
Começaremos
pelas Sagradas Escrituras:
Não
podemos deixar de citar que o “Cordeiro” possui chifres, e vemos na tabela
acima que Jesus Cristo é o Cordeiro de Deus, e por Ele foi sacrificado.
Os dois chifres pequenos
Tanto
em Daniel 7 como em Daniel 8, o poder de um pequeno chifre se torna
proeminente. Uma comparação de suas características mostra não apenas que são o
mesmo poder, mas ajuda a fortalecer nossa posição sobre quem é ele. Foram dadas
muitas informações sobre esses pequenos chifres, mais detalhes sobre eles do
que sobre qualquer dos outros reinos. Isso deve significar duas coisas:
primeiro, obviamente, esses pequenos chifres simbolizam um poder importante na
história profética do mundo e, segundo, que Deus quer que saibamos com certeza
que poder eles representam.
Seguem
abaixo as semelhanças entre os dois chifres pequenos. Ao estudar essas
características e semelhanças, pense como essas características ajudam a
confirmar nossa interpretação desse poder:
1. São representados
pelo mesmo símbolo, um chifre (Dan. 7:8 e 20; 8:9).
2. São poderes
perseguidores (Dan. 7:21 e 25; 8:10 e 24).
3. Ambos são arrogantes
e blasfemos (Dan. 7:8, 20 e 25; 8:10, 11 e 25).
4. Têm como alvo o povo
de Deus (Dan. 7:25; 8:24).
5. Têm aspectos de sua
atividade determinados por tempo profético (Dan. 7:25; 8:13 e 14).
6. Existem até o tempo
do fim (Dan. 7:25 e 26; 8:17 e 19).
7. Serão destruídos por
uma força sobrenatural (Dan. 7:11 e 26; 8:25).
Quando
você tem dois poderes representados pelo mesmo símbolo profético e que executam
as mesmas ações básicas no mesmo período no fluxo das visões, parece mais do
que óbvio que se trata do mesmo poder. Considerando, também, as descrições
desse poder, o ônus da prova recai fortemente sobre os que interpretam esse
poder como alguma coisa que não seja Roma.
O Deus Cornífero na Wicca
O
Deus Cornífero é o Deus fálico da fertilidade. Geralmente, é representado como
um homem de barba com casco e chifres de bode. Ele é o guardião das entradas e
do círculo mágico que é traçado para se começar o ritual. É o Deus pagão dos
bosques, o rei do carvalho e senhor das matas. É o Deus que morre e sempre
renasce. Seus ciclos de morte e vida representam nossa própria existência.
Ele
nasce da Deusa, como seu complemento, e carrega os atributos da fertilidade,
alegria, coragem e do otimismo. Ele é a força do Sol e, da mesma forma, nasce e
morre todos os dias, ensinando aos homens os segredos da morte e da
renascimento.
Segundo
os mitos pagãos, o Deus nasceu da Deusa, cresceu e se apaixonou por Ela. Ao
fazerem amor, a Deusa engravida e, quando chega o inverno, o Deus Cornífero
morre e renasce quando a Deusa dá à luz. Esse mito contém em si os próprios
ciclos da natureza, em que no verão o Deus é tido como forte e vigoroso, no outono
ele envelhece, morre no inverno e renasce novamente na primavera.
Para
a maioria, pode aparentar algo meio incestuoso, quando se afirma que o
Cornífero é filho e consorte da Deusa, mas isto era extremamente comum aos
povos primitivos, onde os indivíduos se casavam entre os próprios familiares
para conservar a pureza da raça. Além disso, o simbolismo do mito deve ser
observado, pois todas as coisas vieram do ventre da Grande Mãe, inclusive o
próprio Deus; por isso, para Ela, Ele deve voltar.
O
culto ao Deus Cornífero surgiu entre os povos que dependiam da caça, por isso
Ele sempre foi considerado o Deus dos animais e da fertilidade, e ornado com
chifres, pois os chifres sempre representaram a fertilidade, a vitalidade e a
ligação com as energias do Cosmos. Além disso, a Bruxaria surgiu entre os povos
da Europa, onde os cervos se procriam com extremada abundância; por isso, eram
freqüentemente caçados, pois eram uma das principais fontes de alimentação.
Com
a crescimento do Cristianismo e com a intensão do Clero em derrubar a Bruxaria,
a figura atribuída ao Deus Cornífero acabou por personificar o Diabo e, na
atualidade, resgatar o status desse importante Deus torna-se bastante difícil.
O
Deus Cornífero representa a luz e a escuridão, a imortalidade e a morte, a
interrupção e a continuidade. Cernunos, como também é chamado, simboliza a
força da vida e da morte. É o amante e filho da Deusa, o senhor dos cães
selvagens e dos animais. É ele que nos desperta para a vida depois da morte.
Representa o Sol, eternamente em busca da Lua. Seus chifres na realidade
representam as meias-luas, a honraria e a vitalidade e não uma ligação com o
Diabo.
Ainda hoje existe muita
confusão acerca da Bruxaria, e isto se deve à Igreja Medieval, que transformou
os Bruxos antigos em Feiticeiros do Demônio, por conveniência.
O
culto à Deusa Mãe e ao Deus Conífero é pré-cristão, surgiu milênios antes do
Catolicismo e do conceito de Demônio, o qual jamais foi adorado, invocado,
cultuado e reverenciado nas práticas pagãs ou como deidade da Bruxaria.
A
Arte Wiccaniana remonta aos homens das cavernas, e, para entendermos por que
uma divindade com chifres foi reverenciada pelos Bruxos de antigamente e é
reverenciada até hoje pelos Bruxos modernos, temos de pensar como nossos
antepassados.
Os
chifres sempre foram tidos como símbolo de honra e respeito entre os povos do
neolítico. Os chifres exprimem a força e a agressividade do touro, do cervo, do
búfalo e de todos os animais portadores dos mesmos. Entre os povos do período
glacial, uma divindade era representada com chifres para demonstrar claramente
o poder da divindade que o possuía.
Quando
o homem saía em busca de caça, ao retornar à sua tribo, colocava os chifres do
animal capturado sobre a sua cabeça, com a finalidade de demonstrar a todos da
comunidade que ele vencera os obstáculos. Graças a ele, todo clã seria nutrido,
ele era o “Rei”. O capacete com chifres acabou por se tornar em uma coroa real
estilizada.
Muitos Deuses antigos
como Baco, Pã, Dionísio e Quíron foram representados com chifres. Até mesmo
Moisés foi homenageado com chifres pelos seus seguidores, em sinal de respeito
aos seus feitos e favores divinos.
Os
chifres sempre foram representações da luz, sabedoria e conhecimento entre os
povos antigos. Portanto, como podemos perceber, os chifres desde tempos
imemoráveis foram considerados símbolos de realeza, divindade, fartura e não
símbolo do mal como muitos associaram e ainda os associam.
O
Deus Cornífero é então o mais alto símbolo de realeza, prosperidade, divindade,
luz sabedoria e fartura. É o poder que fertiliza todas as coisas existentes na
Terra.
A
Grande Mãe e o Deus Cornífero representam juntos as forças vitais do Universo.
Aprendemos
o significado de alguns símbolos importantes e o apresentamos aqui:
A
besta: representa reinos
Os
chifres: símbolo de reis, poder, autoridade
O
mar: mar, ou água, representa multidão, pessoas
Os
ventos: um símbolo de guerra e contenda
O
dia: representa um ano literal
As
asas: representa grande velocidade de conquista
Na Astrologia
Na
Astrologia, o chifre pode ter uma conotação fálica, de potência viril, de força
e de iniciação; no entanto, está relacionado também a uma das fases da Lua,
tanto que as Deusas da Lua costumavam ser representadas por pequenos chifres, e
os animais com chifres eram associados à Lua.
Existem
alguns trabalhos meus em que cito o poder dos chifres em alguns Deuses; pediria
aos leitores deste artigo que visitassem o meu blog: www.blog.madras.com.br e
lessem os textos referentes (O Deus Pã; Baphomet; Moisés; A Deusa Ísis).
Daniel
Pelizzari diz que Wicca é uma palavra do inglês arcaico que quer dizer “bruxo”
(plural: wicce). Há quem diga que seu significado é “sábio”, mas isso não
corresponde à verdade.
E
prossegue, afirmando que a palavra tem sua origem na raiz indo-européia wikk-,
significando “magia”, “feitiçaria”. O nome Wicca é o mais usado para denominar
essa religião. Ela também é conhecida como Bruxaria, Feitiçaria, Antiga
Religião e Arte dos Sábios, ou simplesmente, a Arte.
Um
dos primeiros e, seguramente, o mais importante Deus primitivo a surgir foi o
Deus de Chifres.
Alguns
membros do clã iniciaram a prática de atividades de caráter mágico-religioso,
compostas por um elemento religioso (esboços de rituais e mitos dedicados à
adoração do Deus de Chifres, forças da natureza e espíritos dos antepassados) e
por um elemento mágico (práticas que tentavam atrair a benevolência dessas
divindades e espíritos, a fim de manipulá-los para interesses práticos do clã).
Nesse momento, estava se delineando algo que se assemelhava muito, grosso modo,
a uma classe sacerdotal. Esses “sacerdotes” realizavam ritos do que hoje é
denominado magia simpática, ou seja, práticas baseadas na atração dos
semelhantes. Pintavam-se cenas de membros do clã vencendo e abatendo animais
cobiçados, para garantir o sucesso da próxima caçada. Miniaturas desses mesmos
animais eram confeccionadas, em osso, chifre ou barro, e então simulava-se sua
caça e abate. Esses ritos eram freqüentemente dirigidos por um desses
“sacerdotes”, geralmente usando a primeira de todas as túnicas: peles de
animais e uma máscara dotada de chifres.
Em
Trois Frères, na França, existe uma pintura de 12 mil anos, conhecida como Le
Sorcière (”O Feiticeiro”). É a figura de um homem vestido de peles, com cauda e
chifres de cervo. À sua volta, paredes cobertas por pinturas de animais em caçadas.
A seus pés, uma saliência na rocha, constituindo um altar. Mas as caçadas não
eram a única coisa que fazia o clã sobreviver. Havia um Mistério: o da
fertilidade. O clã precisava continuar. De tempos em tempos, a barriga das
mulheres crescia, e, ao fim de algumas luas, delas surgia um novo membro da
tribo, pequeno, mas que crescia com o passar do tempo. Os animais também tinham
filhotes, e isso garantia o alimento das futuras gerações. A chave de todo esse
Mistério era a mulher, aquele enigmático ser que, se já não bastasse ser a
única responsável pela continuação da tribo (ainda não havia a consciência da
participação do homem na reprodução), também alimentava as crianças com leite
de seu próprio corpo. Além disso, aquela criatura mágica vertia sangue de
dentro de seu corpo em algumas ocasiões, mas mesmo assim não morria.
Todas
essas constatações deram origem ao surgimento de uma Deusa da Fertilidade, uma
Grande Mãe. Figuras pré-históricas dessa Deusa são incontáveis. Uma das mais
famosas é a Vênus de Willendorf: seu corpo parece uma grande massa disforme da
qual se destacam um gigantesco par de seios e uma proeminente barriga grávida.
Ela não tem pés nem braços, e seu rosto está coberto. Essas características são
comuns a várias outras “Vênus” pré-históricas, e se devem à ênfase que o ser
humano primitivo dava ao aspecto de fertilidade da mulher.
A
Deusa era a Grande Mãe Natureza, fonte de toda a vida. Com o tempo, os homens
foram se conscientizando de seu papel na reprodução, e o aspecto de
fertilizador passou a ser mais um dos atributos do Deus de Chifres. Ele se
tornou filho da Deusa, pois dela era nascido, e também seu amante, pois a
fertilizava para que um novo ser surgisse. A partir dessa concepção, novos
ritos foram adicionados às práticas mágico-religiosas, em que se esculpiam ou
pintavam-se animais ou humanos copulando, e todo o clã entregava-se ao ato
sexual, após ter recebido a graça dos Deuses.
No
período Neolítico, o ser humano desenvolveu a agricultura, e começou a formar
aldeias e povoados. Com a descoberta das técnicas de plantio, a Deusa assumiu
maior importância, passando a acumular também o aspecto de guardiã da colheita.
O Deus de Chifres começou a ganhar uma nova face, a de alegre Deus das
Florestas, protetor dos animais e criaturas dos bosques. Quando o homem
adquiriu a noção das estações do ano, esboçaram-se as primeiras idéias sobre a
Roda do Ano.
Havia um período quente
e fértil, quando se realizavam as colheitas e a natureza mostrava todo seu
esplendor. Nesse período, reinava a Deusa. Depois as folhas secavam e caíam, e
tudo parecia estar morto. O povo voltava a depender da caça para sobreviver,
pois não podia viver só dos alimentos armazenados. Quem regia esse período era
o Deus das Caçadas, que também adquiria seu novo aspecto de Sombrio Senhor da
Morte (nessa época nasceram também os primeiros conceitos sobre a vida após a
morte). Surgiram então os primeiros mitos sobre a descida da Deusa ao mundo
subterrâneo que, séculos mais tarde, tomaria forma definitiva na Grécia, com o
mito de Perséfone, e na Mesopotâmia, com a lenda de Ishtar.
As
culturas desenvolveram-se com o passar dos séculos, e novos aspectos dos Deuses
foram descobertos. Cultos religiosos se estruturaram, centrados nos ciclos de
nascimento, morte e renascimento da natureza. O tempo da plantação e o tempo da
colheita eram muito importantes, marcados com festividades, assim como o
período do recolhimento do gado e a época de sua liberação ao pasto. Nessas
datas, juntamente com as de mudanças de estação, realizavam-se encenações de
mitos nos quais um Deus Velho morria para um Deus Jovem nascer, representando a
morte da antiga colheita e o nascimento de uma nova.
Esses
cultos possibilitaram o refinamento da classe sacerdotal, que chegou ao
requinte de gerar representantes como os druidas, sacerdotes celtas que
encantaram os gregos e romanos com sua profunda filosofia e integração com a
natureza. Sua erudição era admirável, e acumulavam funções como a de
legisladores, médicos, poetas, bardos e guardiões da tradição oral. Na Grécia
Antiga, floresceram os Cultos de Mistério, dos quais se devem destacar os Ritos
de Elêusis e os Mistérios Órficos. Também foram de grande importância os cultos
dionisíacos. Deve-se ter em mente que essas são linhas gerais do início da
Bruxaria, que se confunde com o surgimento das primeiras manifestações
religiosas humanas.
O
que foi relatado acima aconteceu em épocas diferentes, nos mais variados
lugares. É verdade que nem tudo ocorreu exatamente da mesma maneira em todos os
lugares: enquanto no Crescente Fértil da Mesopotâmia nasciam avançadas
civilizações, na Europa ainda se vivia de caça e coleta. Mas o que impressiona
e é importante não são as diferenças, e sim as semelhanças dos primeiros
esboços de religião.
No Judaismo
Faz
parte da cultura hebraica a lenda do “Bode Expiatório”. Esse bode, deixado só
na natureza selvagem, é tido como parte das cerimônias hebraicas do Yom Kippur,
o Dia da Expiação, à época do Templo de Jerusalém.
Dois
bodes eram levados juntos com um touro ao lugar de sacrifício, como parte das
cerimônias. No templo, os sacerdotes sorteavam ao azar um dos dois bodes. Um
era queimado em holocausto no altar de sacrifício. O segundo, tornava-se o bode
expiatório, pois o sacerdote punha suas mãos sobre a cabeça do animal e
confessava, baixinho, aos seus ouvidos, os pecados do povo de Israel.
Posteriormente,
o bode era deixado ao relento na natureza selvagem, levando consigo os pecados
de toda a gente, para ser reclamado pelo anjo caído Azazel.
Portanto,
o “Bode Expiatório” é nada mais nada menos do que a representação daquele que
carrega os pecados do povo e o redime com o sacrifício da própria vida. Essa
lenda pode ser interpretada como uma prefiguração simbólica do auto-sacrifício
de Jesus, que chama a si os pecados da humanidade, é expulso da cidade sob
ordem dos sacerdotes, e é sacrificado no Gólgota. Por sinal, a expressão
Gólgota em grego significa: Κρανιου Τοπος (Kraniou Topos, isto é: o topo do
crânio).
Sobre
a cabeça dos bovídeos encontram-se os chifres. No topo do crânio dos humanos,
encontra-se a fontanela ou moleira, o principal ponto de contato do homem com a
energia cósmica que permeia todo o Universo.
O
shofar é considerado um dos instrumentos de sopro mais antigos. Somente a
flauta do pastor, chamada Ugav, na Bíblia se iguala em idade segundo algumas
opiniões, mas a flauta não tem função em serviços religiosos em nossos dias.
Embora o shofar seja um símbolo tipicamente judaico, sua mensagem tem um
caráter universal. Como explicava o grande filósofo Maimônides, o toque do shofar
é um “despertador espiritual”, um chamado à introspecção e à ação: “Acordem do
seu sono, vocês que estão dormindo! Reexaminem seus atos. Lembrem-se de Deus e
retornem a Ele”. O shofar nos desperta do nosso sono espiritual profundo e nos
incita a incorporarmos em nosso cotidiano os verdadeiros e eternos valores
morais deixados por Deus.
Todos
nós conhecemos a função do sacerdote, que era oficiar diante de Deus. Mas
poucos de nós conhecemos a função do shofar. Em nossas traduções da Bíblia,
essa palavra vem traduzida como “trombeta” e, às vezes, “buzina”; porém a
tradução correta seria “chifre de carneiro”, pois o shofar é na realidade um
chifre de carneiro usado como um instrumento de sopro. O shofar é feito de um
chifre de animal casher (considerado limpo). Qualquer chifre pode ser usado
para o shofar, exceto o da vaca ou o do touro, pois esses chifres são chamados
em hebraico de “keren” e não de shofar, e também porque seu chifre poderia ser
um lembrete do Bezerro de Ouro que os filhos de Israel fizeram no deserto, ao
deixarem o Egito. A palavra shofar aparece 72 vezes na Tanach (Velho
Testamento), o shofar não produz sons delicados como o clarim moderno, a
trombeta ou outro instrumento de sopro, porém, para os judeus, o shofar não é
um instrumento “musical”; não é usado por prazer ou divertimento; é considerado
sagrado, quase como uma voz celestial.
No
Livro dos Números, o shofar é citado como parte do ritual de Rosh Hashaná (o
Ano-Novo judaico): “No primeiro dia do sétimo mês (…) será tocado o shofar”. Utiliza-se
especificamente um chifre de carneiro, em lembrança do episódio da Akedá
(episódio da amarração de Isaque para o sacrifício de Abraão), quando Deus
determinou que um carneiro fosse sacrificado no lugar de Isaac. Nesse contexto,
o shofar representa a misericórdia do Criador para com os homens.
O
shofar, como já vimos, é um chifre de carneiro que é tocado em ocasiões
especiais e com finalidades especiais. A forma de como ele é tocado também
anuncia algo especial. Mas, o mais interessante é que o shofar é feito de
chifre de carneiro. E o carneiro na verdade é um cordeiro que já amadureceu
(atingiu a idade adulta)! Então, esse instrumento é feito de um animal já
pronto, maduro, mostrando-nos que os anúncios, proclamações e decretos do
Eterno são feitos a partir de algo (ou alguém) maduro, pronto para tal ato;
também são feitos na plenitude dos tempos, ou seja, só no tempo certo! Nada
acontece antes ou depois da hora determinada pelo Senhor!
Algo
que devemos levar em consideração é que, para se obter um shofar, deveria haver
o sacrifício de um cordeiro ou carneiro. Na simbologia profética do shofar,
temos uma incrível transparência no plano de salvação do Eterno para a
humanidade, pois Cristo foi enviado como cordeiro para estabelecer um reino
universal no planeta; segundo as escrituras, chifres representam reinos ou
reis. “Aquele carneiro que viste com dois chifres são os reis da Média e da
Pérsia. Mas o bode peludo é o rei da Grécia, e o chifre grande que tinha entre
os seus olhos é o primeiro rei” (Dan. 8: 20-21). A morte do cordeiro de Deus
trouxe aos homens a promessa de um verdadeiro reino de paz na Terra, Ele
(Yeshua), como rei universal, se tornou o shofar de Israel em seus dias;
bradando e convocando o povo corrompido a se voltarem em unidade e santidade
para o seu Deus, aqui Ele vem na simbologia do shofar representado como o
“Melech Ysrael”, rei de Israel. O shofar é um instrumento de sopro, portanto
alguém deve soprá-lo para que ele produza seu som; os primeiros toques do
shofar profético Yeshua soprado pelo Eterno convocaram uma comitiva de 12
homens em Israel e, subitamente, várias outras pessoas que após receberem o
sopro de Deus no Pentecostes (At. 2: 1-2), que veio como um vento impetuoso e
encheu a casa onde estavam, também se tornaram shofares de Deus e bradaram em
Israel e nas nações gentílicas anunciando o reino de Deus e convocando os seres
humanos a despertarem do sono espiritual e se voltarem para o Deus soberano.
Que
incrível, a morte do cordeiro de Deus não somente trouxe um reino universal à
Terra, mas também criou um exército de shofares (chifres) chamado de “Reis e
Sacerdotes” (Ap. 5: 10-1; 6: 20-6), e mesmo nos nossos dias, os shofares de
Deus continuam sendo tocados pelo sopro do Espírito Santo convocando os homens
para se reunirem perante o Eterno.
No
Velho Testamento há citações de chifres como símbolo de poder divino. Em
Deuteronômio está escrito: 33: “Esta é a bênção que deu Moisés homem de Deus
aos filhos de Israel antes de sua morte.” (…) 13: “Disse também a José (…) 17:
A sua formosura é como a do primogênito do touro; os seus cornos são como os
cornos do rinoceronte: com eles levantarás ao ar todas as gentes…” A própria
figura do profeta Moisés é retratada com chifres após receber as Tábuas da Lei.
Da mesma forma Jesus, enquanto o Cristo, a Virgem Maria e os santos do
Catolicismo também são mostrados ostentando uma aura.
Do
mesmo modo, é grande o número de lendas e mitos em quase todas as religiões
antigas em que aparecem efígies de Deuses adornados por chifres, como Ísis, a Deusa
do Egito, e Odin ou Wotan, o maior dos Deuses vikings, que era o Deus da
Sabedoria e governante de Asgard.
Em outras culturas milenares
No
Egito, acreditava-se na união do homem com o animal. Os animais, domesticados
ou selvagens, eram dotados de poderes divinos. Tanto que seus grandes Deuses
fundiam sua imagem com a dos animais. Amon-Rá é representado com a cabeça de
carneiro e corpo de homem; assim, o carneiro era considerado sagrado para os
egípcios. O animal mais celebrado do Egito era o touro Ápis, a reencarnação do
Deus Ptah, e depois foi associado a Osíris. Hórus, Deus do céu e da beleza, é
visto nos relevos como corpo de homem e cabeça de falcão. Anúbis, o Deus da
morte, era representado por um homem com cabeça de chacal.
Ísis,
a Deusa lunar, era representada com cabeça de íbis; também é simbolizada pelo
rosto coberto com um véu. Osíris, Deus dos mortos e da fertilidade, ressuscitou
como um lobo, para ajudar Ísis e Hórus a combaterem Seth. Seth, corpo de homem
com um animal semelhante a um cachorro (ou bode), no início era um Deus
benéfico, mas com o tempo foi considerado a personificação do mal, comandava os
trovões e as tempestades.
Hathor,
Deusa do amor e “senhora do céu”, “alma das árvores”, ama-de-leite de Hórus, a
vaca Hátor aparece com freqüência nos mitos. É uma deusa benevolente, adorada
em várias regiões, principalmente em seu templo de Dendera. Vaca tranqüila que
geralmente personifica o olho de Rá. Usava um disco solar e duas plumas entre
os chifres. Deusa do céu e das mulheres, nutriz de Hórus e do faraó, patrona do
amor, da alegria, da dança e da música, mas também das necrópoles. Seu centro
de culto era a cidade de Dendera, mas havia templos dessa divindade por toda
parte. Também era representada por uma mulher usando na cabeça o disco solar
entre chifres de vaca, ou uma mulher com cabeça de vaca.
Uma
cerimônia religiosa, descrita por Platão, conta que os reis, só com cajados e
redes, caçavam um touro sagrado e ofereciam a Posêidon. No sacrifício, o sangue
do animal podia conjurar o deus e exorcizar os mortos. O sangue era coletado
num vaso que tinha a forma de um touro. Os chifres de vaca são símbolos da Lua,
e o touro, com sua força procriadora, simboliza a fertilidade. Era um animal
sagrado não só na Grécia, mas na Mesopotâmia, no Egito, na Índia e em Roma.
O
mito do Minotauro conta que Posêidon, deus do mar, enviou a minos, rei de
Creta, um touro branco para ser sacrificado em sua honra, mas o rei, encantado
com a beleza do animal, guardou-o para si. Posêidon, indignado, despertou na
rainha Pasífae uma paixão doentia pelo touro e, dessa união, nasceu Minotauro,
um ser com corpo de homem e cabeça de touro.
Em
algumas partes da Grécia, Posêidon era Hippios, Deus dos cavalos, o protetor
dos centauros. O mito do centauro, meio homem, meio cavalo, tem em Quiron o
personagem mais conhecido, o professor da Medicina e da Astronomia. Zeus o
imortaliza na constelação de Centauro.
Outro
mito importante era Pégaso, o cavalo alado, representando o lado natural e
instintivo. Os sátiros eram criaturas representadas por um homem com orelhas,
chifres, cauda e pernas de bode. O mais famoso era Pã. Pã, nome que significa
“tudo”, era o Deus da caça, dos pastores e do rebanho. Numa das versões da
mitologia grega, Pã se transformou em carneiro branco para seduzir a Deusa
lunar Selene.
Na
Índia, são adorados o touro, o leão, a serpente e o elefante. A vaca na Índia é
até hoje sagrada. É a mãe de milhares de hindus. A proteção da vaca é um
presente do Hinduísmo para o mundo. Ligados a um dos principais Deuses do
Hinduísmo, Vishnu, o mais alto criador do Universo, estão Naga e Garuda,
serpente e pássaro, que conservam e protegem o mundo.
Em
sua primeira encarnação, Vishnu era Matsya, o Grande Peixe que salva a
humanidade do dilúvio (semelhante a Noé ), que conduzia um barco com todos os
animais da Terra, levando-o a terra firme. Kurma foi a segunda encarnação de
Vishnu, a Tartaruga; a terceira foi Vraha, o javali; e na quarta, Narsingh,
metade homem, metade leão.
Para
os hindus, os elefantes eram criaturas extraterrenas. Brahma, o eterno, pegou
metades do ovo do pássaro solar Garuda em suas mãos e cantou sete canções
sagradas, que deram origens aos elefantes.
A
Vaca está associada à Terra e à Lua; numerosas Deusas lunares têm chifres de
vaca. Como símbolo da mãe, corresponde à Deusa primogênita Neith, primeira
substância úmida e dotada de certas características andróginas, ou melhor,
ginandras. No Egito é, assim, associada à idéia de calor vital.
Na
Índia, encontramos a Vach, o aspecto feminino de Brahma, também chamada de Vaca
Melodiosa ou Vaca da Abundância. O primeiro título deriva da idéia da criação
do mundo por meio do som; o segundo, obviamente, relaciona-se com sua função de
sustentar o mundo, já que seu leite é a poeira das galáxias.
Vemos
nisso tudo a mesma idéia do céu como touro fecundador, mas com inversão e sexo;
ambos, porém, são aspectos ativo e passivo das forças geradoras do Universo.
Bem
antes de terminar quero esclarecer que para mim em particular o Diabo, Satã
nada mais são que a nossa pura ignorância… Vamos combatê-la!
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