UMBANDA É CARIDADE
e onde não se aplica
a Caridade não há HUMILDADE
Umbanda é uma
palavra cuja origem etimológica se perde na pré-história da linguagem e nos
veio dos primitivos idiomas lêmures através dos dialetos africanos
transplantados para o Brasil.
A palavra Umbanda
não quer dizer "banda do bem" ou "magia negra" conforme se
ensina comumente com pleno desconhecimento dos estudos lingüísticos. Também não
incita somente uma banda ou outra, como é comumente conhecida pela sua sonoridade.
A Umbanda é Lei,
lei divina e humana de causa e efeito, equivalendo quase ao sentido da palavra
sânskrita KARMA, empregada pelos bramanistas, budistas, induístas e
teosofistas.
Logo, Umbanda é a
religião-ciência de causa e efeito.
Assim também, a
palavra Quimbanda não significa "banda do mal" ou "magia
negra".
Quimbanda era o
nome dado ao sacerdote de certos ritos da religião natural dos africanos,
fossem tais ritos para o bem ou para o mal.
Quimbanda é
sinônimo de "pajé", de "sacerdote oficiante".
A palavra Umbanda é
um vocábulo sagrado da língua Abanheenga, que era falada pelos integrantes do
tronco Tupy. Diferentemente do que alguns acreditam, este termo não foi trazido
da África pelos escravos. Na verdade, encontram-se registros de sua utilização
apenas depois de 1934, entre os cultos de origem afro-ameríndia. Antes disto,
somente alguns radicais eram reconhecidos na Ásia e África, porém sem a
conotação de um Sistema de Conhecimento baseado na apreensão sintética da
Filosofia, da Ciência, da Arte e da Religião.
O termo Umbanda,
considerado a “Palavra Perdida” de Agartha, foi revelado por Espíritos
integrantes da Confraria dos Espíritos Ancestrais. Estes espíritos são Seres
que há muito não encarnam por terem atingido um alto grau de evolução, mas
dignam-se em baixar nos templos de Umbanda para trazer a Luz do Conhecimento,
em nome de Oxalá - O Cristo Jesus. Utilizam-se da mediunidade de encarnados
previamente comprometidos em servir de veículos para sua manifestação.
Os radicais que
compõem o mote UMBANDA são, respectivamente: AUM–BAN–DAN. Sua tradução pode ser
comprovada através do alfabeto Adâmico ou Vattânico revelado ao Ocidente pelo
Marquês Alexandre Saint-Yves d’Alveydre, na sua obra “O ARQUEÔMETRO”.
AUM significa “A DIVINDADE SUPREMA”, seu símbolo sendo
amplamente conhecido:
BAN significa “CONJUNTO OU SISTEMA”, em Adâmico é representado
da seguinte forma:
DAN significa “REGRA OU LEI”, sua expressão gráfica
apresenta-se como se segue:
A UNIÃO destes
princípios radicais, ou AUMBANDAN, significa “O CONJUNTO DAS
LEIS DIVINAS”, sintetizado no sinal abaixo:
Portanto, o
Aumbandan ou Conjunto das Leis Divinas é a Proto-Síntese
Cósmica, encerra em si os princípios geradores do Universo, que são a sabedoria e
o amor divinos.
Estende-se ao Ser
Humano como a Proto-Síntese Religio-Científica que contém e dá origem aos
quatro pilares do conhecimento humano, ditos como filosofia, ciência, arte e religião.
Pelo exposto,
entendemos que a Umbanda é patrimônio dos Seres Espirituais de Alta Evolução
que governam o Planeta Terra, os Seres Humanos encarnados e desencarnados são
herdeiros deste Conhecimento-Uno. Entretanto, a aquisição deste conhecimento
cósmico depende de condições ou pré-requisitos que o indivíduo deve possuir
para que possa compreender a extensão e significado deste patrimônio. Deve ser,
também, ser capaz de participar efetivamente da marcha evolutiva do Planeta
como um espírito de horizontes largos e consciência cósmica.
Houve um tempo em
que as religiões eram praticadas de uma forma muito simples.
Os povos cultuavam
Deus, que se mostrava sob a forma de uma boa colheita, de um bom tempo, de
prosperidade para todos. A seu modo, agradeciam com oferendas, cantos, danças,
enfim, com festividades.
Para eles, Deus era
o sol que germinava as sementes lançadas à terra; era a própria terra que
alimentava e dava vida às sementes ; era a chuva bendita que vinha do céu para
molhar a terra e fazer crescer as plantações, matar a sede e encher seus poços
de água.
As árvores que
davam bons frutos também eram respeitadas e algumas eram objeto de culto.
Conseqüentemente, a
Natureza era sagrada para aqueles povos simples. Eles encontravam Deus em todos
os lugares; toda manifestação da Natureza era uma manifestação divina.
Chamavam essas
manifestações de nomes que sobreviveram através dos milênios, até nossos dias.
Em cada religião essas manifestações sempre receberam nomes diferentes, mas
seus fundamentos são sempre os mesmo.
E por que isso?
Porque Deus se manifesta a todos, em todos os momentos e em todos os lugares.
Eles eram simples, e Deus era encontrado nas coisas simples.
Com o passar dos
séculos, a humanidade evoluiu em todos os sentidos. No que diz respeito à
religião, foram criadas doutrinas e leis que regulavam o modo de se cultuar Deus.
Quem não se adaptasse a elas era considerado um herege, pagão, infiel, bárbaro
e outras coisas ainda piores.
O sacerdote deixou
de ser um igual aos seus, passou a ser um guardião das leis por ele mesmo
criadas. Passou a ditar normas de conduta ritual, deixou de auxiliar seus
irmãos com o conhecimento das forças da Natureza e deixou de responder às
indagações mais simples sobre o seu dia-a-dia, seus problemas, suas angústias,
suas aflições.
Os sacerdotes eram
a única ligação com Deus, e assim ninguém mais conseguiria encontrar Deus nas
coisas simples, nos lugares comuns, mas apenas nos templos, a cada dia mais
grandiosos, mais ornados, mais bonitos. Deus passou a viver no céu, num lugar
que ninguém sabe onde fica.
Deixaram de dizer
que Deus está conosco no nosso dia-a-dia e que podemos encontrá-Lo em tudo e em
todos os lugares, pelas Suas manifestações mais diversas.
Esqueceram-se que
na Trindade Divina, o Pai é o Criador, o Filho é a Sua Criação, e que o
Espírito Santo é a Sua Manifestação entre nós.
Esqueceram-se que
Deus se manifesta nas mais diversas formas, a todos e em todos os lugares, e
que o Espírito Santo nada mais é que a manifestação de seus mensageiros, que
nos acompanham em nossa caminhada rumo a Ele, o Pai, o Criador.
A Umbanda nada mais
é que um retorno à simplicidade em cultuar a Deus; em aceitá-Lo como algo do
qual nós também fazemos parte; em vermos nas manifestações dos espíritos, a
manifestação dos nossos mentores espirituais, ou como nós os chamamos: os
nossos "guias".
O templo de Umbanda
é o local destinado a essas manifestações espirituais. Os mediadores de Umbanda
nada mais são que os antigos sacerdotes da Natureza, sempre dispostos a ouvir a
quem quer que seja sem lhe perguntar de onde vem, qual o seu credo religioso,
qual a sua posição social, porque nada disso importa. O que importa é que eles
estão ali e que foram conduzidos por mãos divinas.
Na simplicidade do
ritual umbandista é que reside a sua força, pois não adianta um templo luxuoso
cheio de pessoas ignorantes sobre a natureza do Ser Divino.
Quantas vezes
encontramos pessoas que nada sabem sobre as forças divinas que habitam na
Natureza? Sobre isso um médium pode falar com um pouco de conhecimento, já que
os Orixás são regentes destas forças, todas elas colocadas à nossa disposição
desde o tempo da criação do mundo.
Quando vamos a um
local, um ponto de força da Natureza, muitos nos olham como tolos ou como
pagãos. Isso não é verdade! Se somos pagãos no modo de cultuarmos o Criador
através de suas mais diversas manifestações, bárbaros são eles, que estão
distorcendo a essência do próprio Deus que cultuam.
A Umbanda é um
movimento espiritual muito forte no astral e que sempre esteve ativo, muitas
vezes com nomes diferentes, mas sempre ativo. Cultuar os Orixás na Natureza
nada mais é que reconhecer o lugar onde a Árvore da Vida dá seus melhores e
mais saborosos frutos.
Outras formas de se
cultuar Deus são formas estilizadas de louvação e, por esta estilização ser uma
forma de domínio sobre muitas pessoas, a Umbanda não leva avante os
grandes templos.
O movimento
espiritual que existe por trás de cada tenda de Umbanda não permite uma
expansão vertical. Quando um templo atinge seu limite, ele se multiplica em
muitos outros, que logo se tornam independentes, mantendo relações de amizade
com o antigo templo, mas não de subserviência.
O crescimento deve
ser horizontal, nunca vertical. O crescimento
vertical das religiões levou os homens a se antagonizarem usando o nome de Deus
como desculpa.
Quando uma religião
se agiganta, começa a interferir nas menores, buscando destruí-las e
absorve-lhes os adeptos, como se Deus tivesse feito dela sua representante
única na terra. Eis o perigo do crescimento vertical!
Entenda-se por
"crescimento vertical" a hierarquização do culto, colocando-se vários
sacerdotes sob as ordens de uns poucos. No processos de "crescimento
horizontal", todos os sacerdotes são iguais e têm os mesmo poderes e
obrigações perante o "conselho invisível dos Orixás".
Não podemos nos
esquecer também de que foi a hierarquização que dividiu o mundo em nações
distintas, firmando os limites de atuação das antigas religiões e os princípios
religiosos dos povos como hoje os temos.
A religião oficial
não admitia um templo estranho em seus limites. Esse foi o início da desgraça
da humanidade, porque aí começaram as guerras pelo direito de serem os únicos
ungidos. Muitos foram os conflitos que tiveram sua origem na intolerância
religiosa.
Os mais astutos
usaram o nome de Deus para dominar os povos mais fracos. Ao impor-lhes um novo
deus, destruíam o anterior, tal qual hoje acontece com empresas comerciais: uma
absorve a outra, fazendo com que o seu nome desapareça do comércio.
Mas existe uma
diferença: uma empresa vende um produto fabricado pelo homem e os religiosos,
ao agirem dessa forma, estão vendendo algo que não lhes pertence. Deus
não tem dono e os bens divinos não são para ser vendidos, pois estão à
disposição de todos em todos os lugares.
Se assim não fosse,
os humildes não poderiam se aproximar de Deus, enquanto os ricos O comprariam e
O trancariam em seus cofres pessoais.
Será que não foi
isso que fizeram as grandes religiões?
Guardaram Deus
dentro de templos suntuosos, e quem quiser ser bem visto na sociedade dos
homens deve se submeter aos seus ditames. O Tesouro Divino estaria sendo
comercializado como algo profano!
A isso tudo a
Umbanda tem confrontado através da sua simplicidade de culto.
Todo umbandista
praticante tem sua Linha de Lei a acompanhá-lo. Ela não depende de nada mais
para existir. Existe unicamente porque o adepto existe. Se ele não cultivar
essa força ela deixa de ser atuante e fica passiva.
O adepto é seu
ativador, seu cultuador e seu beneficiário em primeiro lugar. Aqueles que vivem
à sua volta são beneficiários, mas apenas se ele for atuante, nunca se for
passivo.
Esta é a essência
da Umbanda: cada umbandista é um templo do seu culto. Este é um mistério
sagrado que sempre esteve oculto dos homens. Não interessa às grandes religiões
ensiná-lo, pois assim poerderiam o domínio sobre o adepto.
Por que revelar os
mistérios sagrados, se isso vai enfraquecer o seu poder sobre o adepto?
O resultado é que o
povo fica desiludido com as religiões e muitos se tornam ateus e outros
cépticos a respeito das leis divinas. A maioria dos mistérios é ocultada por
uns poucos que os conhecem e é ignorada pela maior parte dos seus fiéis.
Aqueles que tinham
a mensagem que comovia multidões dominaram estas mesmas multidões através do
ocultamento dos mistérios naturais. Se verificarmos com cuidado, veremos que
foi a opção pelo crescimento vertical que fez isso.
Todo crescimento
vertical é perverso na sua execução, porque poda os mais capazes em detrimento
dos mais espertos, intrigantes ou astutos.
Essa
"poda" se dá no momento em que os mais capacitados em levar a
mensagem ao povo são bloqueados. O dom natural, em relação a qualquer religião,
não é algo que se adquire numa escola. O máximo que uma escola pode ensinar é o
ordenamento das forças desse dom e o aprendizado de seu uso em benefício dos
que praticam aquela religião.
Toda religião que
impuser pela força, quando esta mesma força cessar, cessará sua mensagem.
Assim é a lei de
Deus agindo sobre a leis dos homens.
A Lei Divina é
eterna e imutável; as leis dos homens são modificadas ao gosto daqueles que
estão no poder e na religião dominante, em uma união de interesses.
Deus, na Sua
essência, é de simples compreensão. Os rituais que O tornam inacessível,
colocando-O no céu. Esta é a lógica invertida criada por mentes viciadas.
Umbanda é Arte,
Ciência, Filosofia ou Religião?
Umbanda é arte quando
mantém vivas as raízes dos povos ancestrais no que concerne ao seu conhecimento
do uso da força da natureza, seus rituais, sua língua, sua cultura, etc.
Umbanda é ciência quando
dentro da lógica e da razão explica as forças fluídicas e energéticas do
universo e as coloca a serviço do ser humano.
Umbanda é filosofia quando
na palavra de um Caboclo, Preto Velho ou mentor, ensina a filosofia de vida que
gera a evolução, que modifica o pensamento, que preconiza a reforma interior,
encoraja os menos fortes na busca das virtudes.
Umbanda é religião quando
oferece a quantos dela procuram a caridade da palavra amiga, da compreensão, do
conforto devolvendo a sofridos espíritos encarnados a esperança, o amor, a
resignação e a certeza de que não estão sós em seus caminhos.
A Umbanda
transformou-se em religião em 23 de março de 1973.
Nessa época, as
cadeias estavam cheias de de pais-de-santo, babalorixás, ialorixás, sacerdotes
e afins, pois cultuar religiões que não estavam devidamente registradas era
considerado crime.
O presidente da
República Emílio Garrastazu Médici pressionou o então Ministro da Justiça
Armando Falcão com o objetivo de transformar a Umbanda em religião para que
assim, legalmente religião, poderia soltar os presos de cunho religioso,
liberando os espaços para as reais necessidades da lei.
Assim nasceu a
Umbanda como religião reconhecida pelas leis brasileiras.
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