terça-feira, 27 de dezembro de 2016

ORIXÁ BARÁ

BARÁ
É o Orixá mais humanos e todos, sua semelhança com nós é impressionante. Sua ligação com o ser humano é tão intensa que é o mensageiro entre os homens e os Orixás.
Dono das encruzilhadas e da chave que abre os caminhos é responsavel pela boa abertura dos trabalhos, sendo assim suas obrigações, cortes e saudações são feitas sempre em primeiro lugar.
Está profundamente ligado a atividade sexual. É o portador mitico do sêmem e do útero ancestral.

CARACTERÍSTICAS DO ORIXÁ BARÁ

Dia da semana: Segunda- Feira
Cor: vermelha
Guia: vermelha
Saudação: alupo
Apelido: menino
Animal de estimação: rato
Santo que representa: Lodê: São Pedro, demais Barás: Santo Antônio.
Dia do Ano: 13 de junho e 29 de junho
Parte do corpo Bará rege: esqueleto, pênis, pâncreas, uretra, urina, sangue.
Ferramentas: foice, chave, corrente, garfo, ponteira, punhal e cachimbo.
Lugar de oferendas: cruzeiros abertos, fechados, encruzilhadas.
Aves: galo vermelho ou casal de galinhas d'angola
Pombo: preto e cinza
Quatro - pé: bode preto para Bará Lodê, cabrito branco para Bará Agelú
Peixe: pintado
Frutas: manga, ameixa vermelha, butiá, maracujá, cana-de-açúcar.
Flor: cravo vermelho
Doce: caramelo, mel, negrinho (brigadeiro), bombons etc.
Ervas: fumo brabo, dinheiro em penca, arruda macho, alevante guiné, orô, arnica, cipó-mil-homens, carqueja, canela.

CLASSIFICAÇÕES DO ORIXÁ BARÁ

Bará Elegba
 Responsavel, pelo inicio e fim da vida dos homens, está nas fronteiras entre o bem e o mal, participa das grandes decisões entre o sim e o não.
Sobrenomes: Birim, Bô, Bikuim, Borokum, Croni, Dalé, Denin, Elauê, Grajé, Jebí, Ro, Romí, Ingué, Craví, Lobí, Lonã, Lolú, Lebá, Motim, Nabué, Naum, Nabuê- denim, Omulum, Tolabí, Tolalú, Xê.

Bará Lodê
É o Orixá das chaves que abrem ou fecham os caminhos, para todas as existencias. Cuida de todos os cruzeiros, da estrada, do mato ou da rua. Bará Lodê é o senhor do destino.
Sobrenomes: Alupagema, Açuã, Beí, bô, Bemi, Berí, Bomi, Bicuim,Borocum, Denim, Djeteiú, Dalé, Elupanda, Elauê,Fumí, Fumilaió, Lonã, Lakê, Modibau,Motim, Nabuê, Obí, Obe- emí, Sapatá, Xê.

Bará Lanã
É ele quem abre as estradas e atalhos organizando os caminhos.
Sobrenomes: AAguidê, Aguidê- Omí, Apandá- Lanã, Açanã, Bí, Bilanã, Belomí, Borocum,Borocum- lanã, Croni, Digui, Dê, Dei, Darê, Emí, Funiquê, Raraxé, Ro, Romé, Crajau, Caminoloa, Lakê, Mí, Odeí, Omulúm, Tuke, Tirirí, Tirirí- lanã.

Bará Adague
Responsavel pela defesa do Ilê. É o decodificador das mensagens dos orixás atravez dos buzios.
Sobrenomes: Ajanadá, Aguidê- omí, Aguidê, Borocum, Berim, Bí, Belomí, Birim, Bomi, Caminoloa, Diki, Deí, Epanadá, Inguê, Craví, Larom, Lonã, Lapô, Naum, Sebiú, Tuki, Tuebí.

Bará Agelu
Regula a multiplicação de todas as formas de vida sobre a terra.
Sobrenomes: Apanadá, Bi- omí, Bí, Darê, Deí, Demí, Eim, Funiquê, Gebí, Grajé, Idê, Lolú, Lonam, Lobí, Nique, Remí, Tolalú, Tolabí, Unã.

Filhos de Bará

Aqueles que são regidos por Bará, apresentam uma personalidade muito marcante e um comportamento cotidiano muito diverso. São pessoas altamente fiéis aos seus princípios, aos amigos e ás suas causas. São corajosos e dedicados. Amáveis, não medem esforços nem sacrifícios para auxiliar aqueles que ama. Excelentes amantes, a virilidade é uma característica básica daqueles regidos por este orixá.
Características Positivas: São comerciantes hábeis e espertos, profissionalmente sempre chegam ao seu objetivo, mesmo que para isto tenham que se empenhar de corpo e alma para conseguirem seus intentos. Fortes, capazes, românticos, felizes, participativos, francos, espertos, inquietos, saudáveis, sinceros, astutos, atentos, rápidos, despachados e sagazes.
Características Negativas: Severos e exigentes ao extremo, caprichosos, extremamente vaidosos e ambiciosos. Brigões, debochados, brincalhões, sempre esperam uma recompensa por aquilo que fizeram.Tem caráter dúbio, sendo gentil e maldoso ao mesmo tempo.

Lenda

Conta a lenda que houve uma demanda entre Bará e Oxalá para que pudesse saberquem era o mais forte e respeitado, e foi aí que Oxalá provou a sua superioridade pois, durante o combate, Oxalá apoderou-se da cabaça de Bará a qual continha o seu poder mágico transformando-o assim em seu servo. Oxalá então permitiria que Bará a partir de então recebesse todas as oferendas e sacrifícios em primeiro lugar. A Importância de Bará é fundamental, uma vez que ele possui o privilégio de receber todas as oferendas e obrigações em primeiro lugar, nenhuma obrigação deve ser feita sem primeiro saudar a Bará. É o dono de todas as encruzilhadas e caminhos, é o homem da rua, quem guarda a porta e o portão de nossas casas, quem tranca, destranca e movimenta os mercados, os negócios, etc. Bará também nos confirma tudo no jogo de IFÁ (Búzios).
Conta-se que Aluman estava desesperado com uma grande seca. Seus campos estavam secos e a chuva não caia. As rãs choravam de tanta sede e os rios estavam cobertos de folhas mortas, caídas das árvores. Nenhum Orixá invocado escutou suas queixas e gemidos. Aluman decidiu, então, oferecer a Bará grandes pedaços de carne de bode. Bará comeu com apetite desta excelente oferenda. Só que Aluman havia temperado a carne com um molho muito apimentado. Bará teve sede. Uma sede tão grande que toda a água de todas as jarras que ele tinha, e que tinham, em suas casas e dos vizinhos, não foram suficientes para matar sua sede. Bará foi á torneira da chuva e abriu-a sem pena. A chuva caiu. Ela caiu de dia, ela caiu de noite. Ela caiu no dia seguinte e no dia depois, sem parar. Os campos de Aluman tornaram-se verdes. Todos os vizinhos de Aluman cantaram sua glória:

• Dono dos dendezeiros, cujos cachos são abundantes;
• Dono dos campos de milho, cujas espigas são pesadas!
• Dono dos campos de feijão, inhame e mandioca!

E as rãzinhas gargarejavam e coaxavam, e o rio corria velozmente para não transbordar!
Aluman, reconhecido, ofereceu a Bará carne de bode com o tempero no ponto certo da pimenta. Havia chovido bastante.
Uma outra lenda conta que Bará sempre foi o mais alegre e comunicativo de todos os orixás. Olorun, quando o criou, deu-lhe, entre outras funções, a de comunicador e elemento de ligação entre tudo o que existe. Por isso, nas festas que se realizavam no orun (céu), ele tocava tambores e cantava, para trazer alegria e animação a todos.
Sempre foi assim, até que um dia os Orixás acharam que o som dos tambores e dos cânticos estavam muito alto, e que não ficava bem tanta agitação.
Então, eles pediram a Bará, que parasse com aquela atividade barulhenta, para que a paz voltasse a reinar.
Assim foi feito, e Bará nunca mais tocou seus tambores, respeitando a vontade de todos.
Um belo dia, numa dessas festas, os Orixás começaram a sentir falta da alegria que a música trazia. As cerimônias ficavam muito mais bonitas ao som dos tambores.
Novamente, eles se reuniram e resolveram pedir a Bará que voltasse a animar as festas, pois elas estavam muito sem vida.
Bará negou-se a fazê-lo, pois havia ficado muito ofendido quando sua animação fora censurada, mas prometeu que daria essa função para a primeira pessoa que encontrasse.

Logo apareceu um homem, de nome Alabê. Bará confiou-lhe a missão de tocar tambores e entoar cânticos para animar todas as festividades dos Orixás. E, daquele dia em diante, os homens que exercessem esse cargo seriam respeitados como verdadeiros Pais e denominados Alabês.

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