Esta é a principal dificuldade de todo médium que
inicia seu desenvolvimento mediúnico. Sou consciente, vejo tudo, será que estou
fingindo?
Quando se trata dessa situação estamos falando da
Incorporação Consciente.
Segundo vários estudos, a cada dez médiuns, nove
tem essa dúvida e insegurança no inicio de suas incorporações. Não é incomum
perceber que muitos irmãos de fé sentem culpa ou vergonha por tal ocorrência,
por total falta de conhecimento desse tipo de incorporação.
É importante também citar que existem três estágios
no desenvolvimento mediúnico até chegar a incorporação. Para explicar
de forma mais simplificada, citarei apenas a ordem ate chegar na
incorporação.
1º Estágio é o da INTUIÇÃO
2º Estágio é o da APROXIMAÇÃO
3º Estágio é o da INCORPORAÇÃO.
Considero que é mais importante ficar atento a
esses estágios, do que viver no sofrimento ou dúvida se é importante ser
consciente ou inconsciente na atuação como médium.
Sabemos que nos dias hoje não se faz necessário a
mediunidade inconsciente, entretanto, a percebemos que alo médium prefere
omitir a sua consciência durante o trabalho mediúnico para credibilidade ou
por medo de ser acusado de mistificador.
Hoje as entidades atuam com os médiuns, em sua
maioria, consciente durante a realização dos atendimentos e trabalhos. Apenas
um percentual muito pequeno (segundo alguns estudos 2%) são semi-consciente e
raramente inconsciente (cerca de 1%).
Vamos citar um exemplo:
Vamos comparar um copo d’água com açúcar e
o processo de incorporação.
Em copo de água e coloque duas colhes de açúcar.
Sem misturar você visualiza dois elementos: a água e o açúcar. Misturando surge
um terceiro elemento totalmente modificando, mas ainda contendo os outros dois
elementos.
Da mesma forma acontece a incorporação, a mente do
médium alinhada com a energia da entidade que se aproxima, unem-se em harmonia
e com o conhecimento de ambos fazem um trabalho correto.
Nunca tive problemas, medo ou vergonha de dizer que
sou Médium consciente, pelo contrário, acredito que pelo fator de ser sincera
nos trabalhos com as entidades que conquistei o respeito, confiança e a
credibilidades dos meus irmãos de terreiro e da assistência.
Na minha concepção o Médium que omite ser
consciente tem uma atitude irresponsável, pois se por acaso algo der errado no
atendimento o mesmo poderá dizer: “Não foi eu, foi à entidade eu sou
inconsciente”.
Outro aspecto importante é a características da
manifestação mediúnica quando incorporado, nesse caso estou me referindo aos
trejeitos e movimentos das entidades e orixás.
Por exemplo, tente impedir um dos movimentos
voluntariamente, segurar as mãos quando da manifestação de um Caboclo
enquanto brada seu grito ou levantar rápido quando da incorporação de um Preto
Velho. Tem aqueles que desafiam achando que podem provar algumas coisas, mas ao
contrário do que pensam, isso é uma grande intervenção e não terão a prova de
reação da entidade que não permitira que a pessoa corrija a postura ou mude o
movimento.
No começo da Umbanda era necessário a inconsciência
por se tratar de uma religião nova, assim, algumas provas não seriam possíveis
com a incorporação consciente do médium, pois o mesmo não teria coragem e nem
acreditaria. Sem contar as características de manifestação das entidades, como
por exemplo, incorporar uma criança ou uma pomba gira, as pessoas sentiam
vergonha e ridicularizadas com essas manifestações por falta de conhecimento,
preconceitos entre outras razões. Essas conseqüências poderiam levar o
médium a se afastar da Umbanda, a inconsciência era necessário para ajudar os
incrédulos e quebrar paradigmas e preconceitos.
Porém hoje com a evolução que a Umbanda conseguiu
não existe mais a necessidades das entidades usarem do artifício
da inconsciência para trabalhar com os médiuns e auxiliar a todos que
procuram os terreiros de Umbanda.
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