quarta-feira, 28 de setembro de 2016

ESTOU INCORPORADO MAS VEJO E OUÇO TUDO

ESTOU INCORPORADO MAS VEJO E OUÇO TUDO
Esta é a principal dificuldade de todo médium que inicia seu desenvolvimento mediúnico. Sou consciente, vejo tudo, será que estou fingindo?
Quando se trata dessa situação estamos falando da Incorporação Consciente.
Segundo vários estudos, a cada dez médiuns, nove tem essa dúvida e insegurança no inicio de suas incorporações. Não é incomum perceber que muitos irmãos de fé sentem culpa ou vergonha por tal ocorrência, por total falta de conhecimento desse tipo de incorporação.
É importante também citar que existem três estágios no desenvolvimento mediúnico até chegar a incorporação. Para explicar de forma mais simplificada, citarei apenas a ordem ate chegar na incorporação. 
1º Estágio é o da INTUIÇÃO
2º Estágio é o da APROXIMAÇÃO
3º Estágio é o da INCORPORAÇÃO.
Considero que é mais importante ficar atento a esses estágios, do que viver no sofrimento ou dúvida se é importante ser consciente ou inconsciente na atuação como médium.
Sabemos que nos dias hoje não se faz necessário a mediunidade inconsciente, entretanto, a percebemos que alo médium prefere omitir a sua consciência durante o trabalho mediúnico para credibilidade ou  por medo de ser acusado de mistificador. 
Hoje as entidades atuam com os médiuns, em sua maioria, consciente durante a realização dos atendimentos e trabalhos. Apenas um percentual muito pequeno (segundo alguns estudos 2%) são semi-consciente e raramente inconsciente (cerca de 1%).
Vamos citar um exemplo:
Vamos comparar um copo d’água com açúcar e o processo de incorporação. 
Em copo de água e coloque duas colhes de açúcar. Sem misturar você visualiza dois elementos: a água e o açúcar. Misturando surge um terceiro elemento totalmente modificando, mas ainda contendo os outros dois elementos.
Da mesma forma acontece a incorporação, a mente do médium alinhada com a energia da entidade que se aproxima, unem-se em harmonia e com o conhecimento de ambos fazem um trabalho correto.
Nunca tive problemas, medo ou vergonha de dizer que sou Médium consciente, pelo contrário, acredito que pelo fator de ser sincera nos trabalhos com as entidades que conquistei o respeito, confiança e a credibilidades dos meus irmãos de terreiro e da assistência.
Na minha concepção o Médium que omite ser consciente tem uma atitude irresponsável, pois se por acaso algo der errado no atendimento o mesmo poderá dizer: “Não foi eu, foi à entidade eu sou inconsciente”.
Outro aspecto importante é a características da manifestação mediúnica quando incorporado, nesse caso estou me referindo aos trejeitos e movimentos das entidades e orixás. 
Por exemplo, tente impedir um dos movimentos voluntariamente, segurar as mãos quando da manifestação de um  Caboclo enquanto brada seu grito ou levantar rápido quando da incorporação de um Preto Velho. Tem aqueles que desafiam achando que podem provar algumas coisas, mas ao contrário do que pensam, isso é uma grande intervenção e não terão a prova de reação da entidade que não permitira que a pessoa corrija a postura ou mude o movimento.
No começo da Umbanda era necessário a inconsciência por se tratar de uma religião nova, assim, algumas provas não seriam possíveis com a incorporação consciente do médium, pois o mesmo não teria coragem e nem acreditaria. Sem contar as características de manifestação das entidades, como por exemplo, incorporar uma criança ou uma pomba gira, as pessoas sentiam vergonha e ridicularizadas com essas manifestações por falta de conhecimento, preconceitos entre outras razões.  Essas conseqüências poderiam levar o médium a se afastar da Umbanda, a inconsciência era necessário para ajudar os incrédulos e quebrar paradigmas e preconceitos. 

Porém hoje com a evolução que a Umbanda conseguiu não existe mais a necessidades das entidades usarem do artifício da inconsciência para trabalhar com os médiuns e auxiliar a todos que procuram os terreiros de Umbanda.

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