quarta-feira, 28 de setembro de 2016

MÉDIUNS CONCIENTES E INCONCIENTES

Insegurança no Desenvolvimento Medíunico

É muito comum no inicio das incorporações no desenvolvimento medíunico, quando a gente está ansioso, com medo , curioso e inseguro para saber quem são nossas entidades, como trabalharam, nomes, etc… Todos já passaram por isso.
Quando há as incorporações o médium fica mais que atento a qualquer palavra que saia de sua boca ” se eu falando ou a entidades, o que vai acontecer agora, o que ele tá fazendo” ….. tudo isso faz parte do inicio, pois ser consciente é perfeitamente normal e não é sinal de “falta de firmeza, ou imaturidade nas incorporações, ou fraqueza do médium. E é nessa fase onde o médium atua muito junto com a entidade, por sua participação, ‘interatividade” que é peculiar nesse ínicio, ocorre maior incidência de uma interferência do médium, sobrepondo a da entidade. Porém, com o passar do tempo, o médium vai ganhando confiança, vai aprendendo a ficar mais alheio das manifestações da entidades, pois para ele não terá mais mistérios e se reservará da total abstenção de qualquer tipo de interferência, inclusive de sua propria opinião do que a entidade deveria agir, falar ou conduzir numa consulta.
Muitas pessoas desistem no ínicio, por não aceitar sua consciencia e não conseguir trabalhar psicologicamente essa questão e achar que é ele ali e não a entidade. De não insistir e entender que as incorporações vão se firmando com o tempo. E para a Umbanda a afinidade e sintônia nas incorporações é de fato, mais demorada. E nesse processo de ajustes, equalizações e estabelecer uma sintonia satisfatória , o médium deve entender que haverá sim erros, o seu sobrepor a propria entidade, o animismo, porque faz parte desses ajustes. Por isso o médium não deve ser pemitido ao estarem sob influência das entidades; beber, fumar e principalmente, dar consultas e atender o público, quando essa sintonia não se estabelecer de fato, avaliado pelo dirigente e guias chefes da casa.
Quando passamos a entender certos processos, eles passam a nos soar mais familiares, a parecer mais simples e natural, nem nos causar mais tanto medo e insegurança, principalmente se temos a oportunidade de estar em contato com outros que passam o mesmo ou parecido com o que passamos. Assim criamos mais segurança e vencemos o medo do desconhecido.
Não se apresse, não se precione , nem permite que outros façam isso. Cada pessoa tem seu tempo, pois não envolve somente “abertura de canais mediunicos”, mas o emocional e o psicológico precisam estar bem também, para que tudo ocorra de forma salutar, que traga alegria, leveza e satisfação…e não mais agonia, desespero, medo e insegurança…. Tente aproveitar com serenidade, leveza e amor as vibrações que você sente dos seus guias, esse é um momento único na vida de qualquer pessoa.

 

Médiuns Conscientes e Inconscientes

Alegar que médiuns que são conscientes mais afirmam ser inconscientes por uma questão de vaidade apenas, é fechar os olhos para uma triste realidade de nossos terreiros; a ignorancia pautada no misticismo e falta de estudos sobre suas prórpias capacidades. Sabemos perfeitamente que a Mediunidade na Umbanda vai muito mais além do que Orkut, Facebook, Internet, livros, apostilas, materiais didáticos sobre mediunismo, grupos de estudos e uma educação teorica sobre o assunto. A verdade é que a grande maioria das pessoas , sejam umbandistas, e de um modo geral, não tem acesso a livros, a leitura, e a grupos de estudos que lhes propicie um esclarecimento amplo de tantas fontes competentes que atualmente abordam o assunto

MEDIUNIDADE , SEUS MECANISMOS E APLICABILIDADE.
O desenvolvimento é apenas “a moda antiga”, – bota roupa entra na roda e deixa o “Santo pegar”. E antigamente , tabém sabemos bem que o misticismo , desinformação e falta de uma preocupação em amplicar e obter conhecimentos sobre mediunidade era nulo. E até hoje existem PDS /dirigentes que nem sabem o que seja psicofonia (o que em momento algum desabona seu trabalho enquanto médium), mas só passamos o que temos aos nossos filhos. Se eu nada sei sobre mediunidade, nunca me instrui sobre o assunto, o que posso passar a meus filhos ??? O que aprendi…. pautado em MINHAS EXPERIENCIAS PESSOAIS MEDIUNICAS… que sabemos hoje que cada um , tem a sua propria experiencia e a forma que a mediunidade se apresenta pra mim, não será igual a que se apresenta pra você. Sentirei -a de forma diferente.
E antigamente, como ninguem tinha uma preocupação com um estudo sobre o assunto, havia muita nebulosidade sobre o assunto. Acreditava-se de que eramos “possuidos” pelo espírito.
De que ao estarmos em transe, mediunizados o espirito entraria em nós e tomaria nossa mente, nossa consciencia, e que ao retornarmos , de nada lembraríamos. Claro que as manifestações espírituais outrora, eram mais ‘intensas” e médiuns inconscientes eram mais comum que nos dias de hoje, principalmente em termos de Umbanda, que as manifestações tem um carater mais consciente do que outras manifestações religiosas intercambiáveis espiritualmente falando.
E até hoje, a grande maioria das pessoas acreditam que ao estarmos incorporados, de nada lembramos, pois o espírito toma conta de nós e so voltamos quando o mesmo deixa nosso corpo.
Essa crença é fruto de mais de 70 por cento dos médiuns iniciantes e ela é a causa primária da grande dúvida que atormenta dos médiuns que sentem suas primeiras manifestações. ” será que era eu ou era minha entidade ? Acho que era eu mistificando , porque eu via e ouvia tudo”. E acreditem, muitos vivem em completo tormento e martírio, acreditando que está mistificando , pelo simples fato de ver e ouvir tudo o que se passa, ao estar sob influencia da entidade. Por medo de perguntar e ser taxado de mistificador, se cala e segue seu desenvolvimento baseado no medo e desconfiança de si mesmo. Descrente e duvidoso se de fato, é médium , ou está sendo influenciado pelo sua propria mente. Muitos abandonam e os que não conseguem deixar o trabalho medíunico, escondem sua consciência por anos, por medo de serem acusados de charlatãos e marmoterios. Porque ocultar sua consciência ? Segunda causa observada. Ainda sem sair desse âmbito de desinformação que é , infelizmente, reinante na Umbanda e seus frequentadosres (assitências, estes mesmos é que não tem obrigação de entender ou procurar entender sobre mediunidade), e a crênça que “se tá MESMO com santo, não vai lembrar de nada”…. O assitente acredita fielmente de que ao estar com a entidade é somente ele e a entidade. E sente-se seguro e confiante em se abrir sobres seus segredos mais íntimos e as vezes “cabeludos”. Muitas vezes, se ele souber que o médium também está ali, ele certamente acharia que tudo não passa de enganação. Pois o que ele sempre ouviu falar e que não se sabe de nada quando estamos incorporados com nossas entidades. E a própria entidade não conseguiria atingui-lo, ou seja, não conseguiria a confiança dele, para poder o ajudar.
E muitas vezes deixa-se de socorrer um pessoa por uma causa , ao meu ver, pequena. Muitas vezes para ministrar um remédio curador, é preciso dizer ao doente que é água. Certos vícios , não se desvincula assim de uma hora pra outra. Principalmente quem está de fora, ou seja, no caso dos assistentes, os socorridos da umbanda, não tem obrigatoriedade de conhecer mecanismos mediúnicos, e mais ainda , nossos fundamentos. E náo será num dia, que todas as ideias mistificadas de anos e anos , do ouviu a avô dizer, a bisavô, o tio, vai de dissipar assim. Porém no caso do médium , este sim , tem obrigação de saber, conhecer e repassar a seus irmãos.

SER CONSCIENTE, LEMBRAR , VER E OUVIR TUDO O QUE A ENTIDADE FALA E FAZ DURANTE O PROCESSO INCORPORATIVO, É NORMAL, NATURAL E MUITO MAIS DA METADE DOS MÉDIUNS PASSAM PELAS MESMAS COISAS. MESMO OS QUE JURAM QUE DE NADA LEMBRAM. VOCÊ NÃO É LOUCO NEM MARMOTEIRO PORQUE OUVE TUDO O QUE A ENTIDADE DIZ AO CONSULTAR ALGUÈM.

Embora todos os estudos que há atualemente sejam insuficientes ainda para comprovar ou afirmar tais teorias sobre a psicofonia/incorporação e fenômenos mediunicos com relação a consciência /inconsciencia…..Alguns elementos que podemos observar que ainda são retrados de “IDEIAS MITICA”, EQUIVOCADAS ou sem nenhum embasamento amplo e coletivo, apenas obervações individuais, mediantes capacidades proprias de um determinado individuo. Por exemplo; a relação que se faz entre consciência e domínio maior por parte do espírito comunicante. Acredita-se que ao estarmos inconscientes, o espírito nesse caso, teria total domínio do corpo do médium, que um médium consciente por exemplo não poderia oferecer. Engano.
Ter ou não dominio do corpo do médium e este ficar sem poder ter nenhum tipo de controle de seu corpo, NADA TEM A VER COM NIVEIS DE CONSCIENCIA. Uma entidade pode ter controle do corpo do médium, deixa-lo impotente, sem poder exercer seus movimentos por vontade própria sem que em nenhum momento , este médium perca a consciência do que está ocorrendo. Logo, ser inconciente ou não……não está via de regra , relacionado com dominio total ou mesmo parcial do espirito sobre o médium. Ledo engano é , achar que a comprovação de uma incorporação de fato e real, está em nossa inconsciência… muitos mediuns iniciantes rezam, oram , imploram pra pelo menos um dia, ficarem inconcientes, pois so assim , eles passariam a acreditar em sua propria capacidade e acabaria com tanto tormento. Porém, ficar inconsciente ou não, não alega nem prova nada. O que , se fosse algum projeção de sua mente apenas, ele poderia inconscientemente , perfeitamente bloquear sua memória durante o “suposto transe mediunico” e de nada ele lembraria , após a “suposta incorporação.
Tal qual alguns disturbios psiquicos e psicologicos provacam perda da memoria em paciêntes com tais disturbios, como dupla ou multipla personalidade. Que causa total ausencia de memória durante a manifestação de outra personalidade do paciente, que de nada lembrará. Porém, perder os movimentos motores e controle dos orgãos da fala, é o primeiro fato comprobatório de que há uma força , além de nossa mente que age sobre nós, direcionando nossos movimentos com vontade propria e que é inteligente, pois pode manifestar individualidade , a quem de nossa propria inteligencia e saber. O que ficaria muito mais díficil , ser uma caraterização de nossa mente agindo, pois , inconscientemente , não é algo que queremos ou imputimos em nós, como no caso dos disturbios psicológicos, que por mais que naquele momento seja algo aquem de nossa vontade, é criação de nosso querer , de nossa vontade , mesmo que não tenhamos consciência disso.
O ser humano é UNO. Ele não pode manifestar uma inteligencia além da sua, uma vontade que denota uma inteligencia, uma consciência além dele mesmo, que não seja outra consciencia/um outro espírito. Uma outra observação que pouco se faz, a diferença entre psicofonia e incorporação. Se eu perguntar o que é incorporação , e seus processos, a grande maioria vai dizer, é a mediunidade que os espíritos usam para falar através do médium, mediante a um ‘acoplamento” , o espírito encosta no médium , lhe transmite mentalmente as mensagens , o médium interpreta mentalmente e transmite como ouviu. Ou seja, as mensagens passa pelo médium, que exterioriza o que o espirito fala, é uma comunicação entre corpo astral do médium e do espírito. Não discordo, porém acrescento… esse ‘acoplamento” pode ser mais intenso ou não…. quando é mais intenso, dando a sensação de perda de controle e transe mediunico, podendo interferir nos movimentos do médium , pelo maior proximidade da energia da entidade, principalmente se esta energia for de um padrão mais distante do médium, ou este não estiver ainda em harmonia sincrônica com suas entidades, costuma-se chamar de INCORPORAÇÃO. Se for um acoplamento mais sutil, costuma-se chamar de mediunidade intuitiva. Porém, ambas tem o mesmo processo.. basicamente são iguais….. E é esse tipo de mediunidade que está em grande número na Umbanda. Podemos dizer que a maioria das capacidades mediunicas em nossa Seara são intuitivas, em maior ou menor grau. E este tipo de capacidade , dificilmente interfere na consciência do médium, impedindo-o de lembrar e estar “presente” no momento da manifestação de seua entidades.
O termo incorporação, tomou um status genérico que emgloba todas as capacidades de comunicaçao que precise que o médium transmita a mensagem que o espírito que dar. Porém a psicofonia tem carater diferenciado. Para que haja um fenomeno psicofônico, o espírito precisa via de regra, agir sobre os orgãos da fala do médium. Podendo essa psicofonia ser mecânica, comparando a psicografia mecânica, onde o espírito toma a mão do médium , sem que passe por sua mente, e nesse caso , podendo escrever em linguas e usar letras que o médium desconhece..ou semi mecânica, onde o comando passa pela mente do médium, que registra tal controle e age diretamente nos orgãos que irá exercer a comunicação.
Tais capacidades, principalmente as mecânicas , são extremamente raras atualmente, e em temos de Umbanda , mais raras ainda. E estas porem exercer uma perda de memoria/consciencia em maior ocorrência do que, o que se classifica hoje como incorporação. Ser ou passar a ser inconsciente ou não ao contrario do que se pensa, não está relativo a TEMPO DE DESENVOLVIMENTO, status ou melhor capacidade mediunica. Ser ou não in-consciente não é um estado permamente, principalmente se tratando de Umbanda. O que podemos observar é que a entidade pode – claro mediante a uma possibilidade particular do médium – inferir em determinado momento/dia uma inconsciencia, se assim achar necessário. Porque então se obseva que muitos médiuns com o passar de anos no labor , passa a ser inconsciente ?? Capacidade particular dele, que as entidades e seu proprio espirito está fazendo uso, pelo carater que tomou o trabalho mediunico. Muitas vezes o espírito do médium, sai literalmente em desdobramento , vai se ocupar de outras coisas em outros planos, e deixa a entidade trabalhar, tamanha é a afinidade e confiança que se estabeleceu, como também após anos e anos de labor mediunico, o trabalho constante parece tomar um carater similar e o espírito do médium , muitas vezes aproveita esse tempo para ocupar de outros ensinamentos e trabalhos em outros planos. Porém , nem todos os médiuns tem propriedades espirituais que lhes permita tais viagens astrais em dado momento.
So pra resumir… a consciência ou inconsciência requer uma série de fatores e condições , que mesmo que não esteja fehado o assunto nos meios de pesquisa, podemos através da observação de outros médiuns ratificar e retificar, esclarecendo, muitas teorias que em voga, prejudicam e muito o desenvolvimento mediunico.


ESTOU INCORPORADO MAS VEJO E OUÇO TUDO

ESTOU INCORPORADO MAS VEJO E OUÇO TUDO
Esta é a principal dificuldade de todo médium que inicia seu desenvolvimento mediúnico. Sou consciente, vejo tudo, será que estou fingindo?
Quando se trata dessa situação estamos falando da Incorporação Consciente.
Segundo vários estudos, a cada dez médiuns, nove tem essa dúvida e insegurança no inicio de suas incorporações. Não é incomum perceber que muitos irmãos de fé sentem culpa ou vergonha por tal ocorrência, por total falta de conhecimento desse tipo de incorporação.
É importante também citar que existem três estágios no desenvolvimento mediúnico até chegar a incorporação. Para explicar de forma mais simplificada, citarei apenas a ordem ate chegar na incorporação. 
1º Estágio é o da INTUIÇÃO
2º Estágio é o da APROXIMAÇÃO
3º Estágio é o da INCORPORAÇÃO.
Considero que é mais importante ficar atento a esses estágios, do que viver no sofrimento ou dúvida se é importante ser consciente ou inconsciente na atuação como médium.
Sabemos que nos dias hoje não se faz necessário a mediunidade inconsciente, entretanto, a percebemos que alo médium prefere omitir a sua consciência durante o trabalho mediúnico para credibilidade ou  por medo de ser acusado de mistificador. 
Hoje as entidades atuam com os médiuns, em sua maioria, consciente durante a realização dos atendimentos e trabalhos. Apenas um percentual muito pequeno (segundo alguns estudos 2%) são semi-consciente e raramente inconsciente (cerca de 1%).
Vamos citar um exemplo:
Vamos comparar um copo d’água com açúcar e o processo de incorporação. 
Em copo de água e coloque duas colhes de açúcar. Sem misturar você visualiza dois elementos: a água e o açúcar. Misturando surge um terceiro elemento totalmente modificando, mas ainda contendo os outros dois elementos.
Da mesma forma acontece a incorporação, a mente do médium alinhada com a energia da entidade que se aproxima, unem-se em harmonia e com o conhecimento de ambos fazem um trabalho correto.
Nunca tive problemas, medo ou vergonha de dizer que sou Médium consciente, pelo contrário, acredito que pelo fator de ser sincera nos trabalhos com as entidades que conquistei o respeito, confiança e a credibilidades dos meus irmãos de terreiro e da assistência.
Na minha concepção o Médium que omite ser consciente tem uma atitude irresponsável, pois se por acaso algo der errado no atendimento o mesmo poderá dizer: “Não foi eu, foi à entidade eu sou inconsciente”.
Outro aspecto importante é a características da manifestação mediúnica quando incorporado, nesse caso estou me referindo aos trejeitos e movimentos das entidades e orixás. 
Por exemplo, tente impedir um dos movimentos voluntariamente, segurar as mãos quando da manifestação de um  Caboclo enquanto brada seu grito ou levantar rápido quando da incorporação de um Preto Velho. Tem aqueles que desafiam achando que podem provar algumas coisas, mas ao contrário do que pensam, isso é uma grande intervenção e não terão a prova de reação da entidade que não permitira que a pessoa corrija a postura ou mude o movimento.
No começo da Umbanda era necessário a inconsciência por se tratar de uma religião nova, assim, algumas provas não seriam possíveis com a incorporação consciente do médium, pois o mesmo não teria coragem e nem acreditaria. Sem contar as características de manifestação das entidades, como por exemplo, incorporar uma criança ou uma pomba gira, as pessoas sentiam vergonha e ridicularizadas com essas manifestações por falta de conhecimento, preconceitos entre outras razões.  Essas conseqüências poderiam levar o médium a se afastar da Umbanda, a inconsciência era necessário para ajudar os incrédulos e quebrar paradigmas e preconceitos. 

Porém hoje com a evolução que a Umbanda conseguiu não existe mais a necessidades das entidades usarem do artifício da inconsciência para trabalhar com os médiuns e auxiliar a todos que procuram os terreiros de Umbanda.

O TRANSPORTE

O Transporte

O transporte na Umbanda é um procedimento de desobsessão onde o médium, geralmente através de um toque com a mão, transfere para si o egun (espírito obsessor) que acompanha o paciente incorporando-o momentaneamente.  Trata-se de um ato de caridade, pois além de livrar o paciente de sua obsessão espiritual, durante a incorporação (que deve ser breve), o egun recebe o que se designa como Choque Anímico, que provoca melhora em seu estado de sofrimento, facilitando e incentivando sua disposição em receber ajuda e ser encaminhado. Nesse momento, durante o transporte, é possível uma breve tentativa de doutrinação do egun (obsessor), para que entenda sua situação e siga com os espíritos socorristas.
Divaldo Pereira Franco afirma que a terapia desobsessiva pela doutrinação do obsessor incorporado no médium, independentemente da eficácia da doutrinação propriamente considerada, já traria em curto prazo uma melhoria de 30% a 40% no nível vibratório do obsessor só pelo choque anímico.

Mas, o que é choque anímico?

É a interação semi-material dos fluidos do egun com os fluidos vitais do perispírito do médium.  É benéfico ao espírito obsessor desde que o médium seja uma pessoa de moral elevada, pelo menos em relação ao mesmo.  Na possibilidade de o médium possuir uma moral inferior ao espírito que “transporta“, o espírito vai sair em estado pior do que estava.
or muitas vezes observamos o espírito se manifestar no início do transporte em estado de total prostração, com choro convulsivo e, em breves instantes, apresentar uma melhora significativa, se acalmando e cessando o choro.  Este é um caso típico do espírito que aceitará a ajuda dos espíritos socorristas e será encaminhado a um pronto socorro no plano espiritual.
Porém, em outras oportunidades, observamos espíritos que se apresentam revoltados, enfurecidos, que demonstram possuir má intenção com relação ao paciente.  Não aceitam a doutrinação e, em geral, os médiuns (incorporados) tem que controlar seus movimentos para manter o espírito dominado no chão.  Esses espíritos não aceitam a ajuda do plano espiritual e são encaminhados às zonas de vibração inferior equivalentes a sua vibração pelos próprios Exús.  Mesmo esses espíritos recebem a caridade do choque anímico com a diferença de, no desligamento final do corpo do médium, aparentam estar sofrendo uma convulsão. Esta aparente convulsão também é efeito do choque anímico que, nesse momento, serve para a desvinculação perispiritual entre o espírito desencarnado e o espírito do médium.  Este processo é descrito pelo Doutor Bezerra de Menezes no capítulo “Técnicas de Libertação”  do livro Loucura e Obsessão de Divaldo Franco / Manoel Philomeno de Miranda.
De qualquer forma, o médium que acabou de efetuar o transporte sai desgastado da operação pois cedeu parte de suas energias ao espírito obsessor.  Merecidamente recebe assistência imediata do plano espiritual.
.0pt;line-height:115%; font-family:"Times New Roman","serif";mso-fareast-font-family:"Times New Roman"; color:black;mso-themecolor:text1;mso-fareast-language:PT-BR'>Então, médium de transporte (ou de descarrego ou de exu) é um indivíduo com uma constituição físico-espiritual diferente, que passará por um processo de aprendizado e saberá utilizar da melhor maneira possível sua mediunidade sem que está lhe traga prejuízos em sua vida cotidiana ou a sua saúde.

MEDIUNIDADE DE TRANSPORTE

Mediunidade de Transporte
A mediunidade de transporte – em alguns casos também chamada de descarrego – é uma mediunidade que ou caiu em desuso nos terreiros ou é bem mal-explicada e trabalhada. Alguns referenciam que o cambone é um médium de transporte nato, pelo simples fato do mesmo doar energia ectoplasmática durante as sessões ou giras de Umbanda. Porém isso está incorreto.
O cambone tem sim um papel de extrema importância e pode – geralmente o faz – doar ectoplasma para os guias que ali estão para que os mesmos manipulem em prol do assistido. Veja, o ectoplasma aqui citado é a energia vital em excesso. Jamais será tirado algo que fará mal para o indivíduo e também sem a concordância deste. Quando se aceita ser cambone, tacitamente se “assina” esse tipo de contrato de doação energética. Porém, a mediunidade de transporte é bem distinta, apesar de utilizar-se do princípio do ectoplasma também.
Sabemos que o ser humano não é constituído apenas de matéria, dentro das tradições orientais mais populares, nos é dito que possuímos sete corpos: Atma (espírito), Búdico, Mental Superior, Mental Inferior, Corpo Astral (Espiritual), Duplo-Etéreo e Material. Dentro da classificação espírita, Kardec sintetizou os corpos Búdico, Mental Superior e Inferior, o Corpo Astral e o Duplo-Etéreo em um só denominado Perispírito, deixando a sua definição assim: Espírito, Perispírito e Matéria. Ele simplificou a estrutura energética do ser humano, mas sem desqualificar a sua essência.
Dentre esses corpos, o que podemos denotar é que ao desencarnar perdemos dois deles: Duplo-Etéreo e o Material. Apesar do Duplo-Etéreo ser um corpo invisível a olho nú, ele ainda é em parte material e será desagregado após o desencarne, depois de aproximadamente 48 à 72 horas. Isso pode variar, conforme o apego a matéria ou a espiritualização do indivíduo.
Em muitos casos os espíritos obsessores ou negativados (desequilibrados, desarmonizados e alguns até mesmo sem saber que estão mortos), acabam interferindo na vida material das pessoas. Trazendo perturbações de ordem espiritual, manifestações fenomênicas, etc. Alguns, precisam se nutrir da energia da vida (duplo-etéreo) para lembrar como era na matéria. Outros tantos, acabam simplesmente por obsedar pela maldade e pela vingança. Seja qual for o caso, o espírito em desequilíbrio ou em embrutecimento consciencial, acaba se esquecendo de certas particularidades da vida material. Nesses casos, quando alguns procedimentos falharam é que entra o médium de transporte. O médium cederá seu instrumento mediúnico, para que um espírito embrutecido ou desequilibrado possa “incorporar” e tomar um CHOQUE anímico. Ou seja, ele irá sentir as dificuldades e restrições da matéria e em alguns casos isso é o suficiente para colocar determinadas entidades nos trilhos novamente.
Existe até dentro dos tratamentos de passes dos centros espíritas o passe chamado Choque Anímico (CH). Que tem o mesmo princípio, vitalizar o ser desencarnado para que ele lembre-se de como é estar aqui, em uma terra de expiação.
Logo após o trabalho do médium de transporte, o espírito é então retirado do campo mediúnico do mesmo e levado para as zonas de recuperação, pelas falanges que cuidarão do espírito agora em estado de choque ou ao menos temeroso.
Hoje em dia, muitos dizem que esse tipo de artifício não é mais necessário, pois evoluímos e não precisamos mais utilizar dessa mediunidade. Outros, acabam por dizer, que é necessário, mas que qualquer pessoa pode se tornar um desses tipos de médium de transporte e pode fazê-lo. Ambos, na minha visão estão enganados.
A mediunidade de transporte ainda é necessária, mas assim como era no passado, os casos em que ela é necessária são escassos. Não é regular fazer transporte em TODAS as giras e sessões e também não é qualquer um que pode doar a sua matéria para esse tipo de atividade. Os mais antigos da tradição umbandista, chamavam esses médiuns de médiuns de descarrego ou médiuns de Exus, pois tratavam todos os espíritos em desequilíbrios, negativos, negativados, etc. como espíritos de exus catiços. Existem pessoas que tem uma certa “vitalidade espiritual” diferente, mais abundante, que são os ideais  para esse tipo de trabalho.
Com essa mania das novas Umbandas de que todos são médiuns, seja de incorporação ou de transporte, estão criando verdadeiros casos de obsessões complexas e até mesmo coletivas nos terreiros. Pessoas que acabam perdendo a sua própria vitalidade, sua energia vital, entrando em colapso nervoso, psicológico, emocional e até mesmo manifestando desordens físicas. Em outros casos, o terreiro inteiro acaba sendo desvitalizado e perdendo a força! Quantas vezes não ouvimos dizer que determinado terreiro era bom, mas que de uns tempos pra cá parece que ficou fraco? Que os pedidos e ajudas não são mais atendidas? Inúmeros!

Então, médium de transporte (ou de descarrego ou de exu) é um indivíduo com uma constituição físico-espiritual diferente, que passará por um processo de aprendizado e saberá utilizar da melhor maneira possível sua mediunidade sem que está lhe traga prejuízos em sua vida cotidiana ou a sua saúde.

terça-feira, 27 de setembro de 2016

COSME E DAMIÃO, CRIANÇAS E A UMBANDA


Por Rodrigo Queiroz

Por volta do século III, nasceram na Arábia dois irmãos gêmeos Cosme e Damião, filhos de família nobre estudaram medicina na Síria e depois foram para Egéia. Não se sabe como e nem em que momento, mas estes tornaram-se discípulos do Cristianismo.
Se utilizando da arte médica, tinham como intenção a conversão religiosa das pessoas, crendo no poder da oração aliado á medicina, conseguiram grandes êxitos pelas curas oferecidas e nunca cobravam por isso. Ganhando assim a simpatia de todos e muitos convertendo.
Chamou atenção dos governantes da época ainda “pagãos” e como provocaram a ira dos mesmos, em especial Diocleciano que os acusou de feitiçaria por não renunciarem a fé cristã, este os sentenciou para receber tormentos bárbaros. Vendo que isto não os abalava então determinou que os decapitassem. Assim Cosme e Damião morreram como mártir em 303 na Egéia.
São Cosme e São Damião são venerados como padroeiros dos médicos e farmacêuticos. Por causa da sua simplicidade e inocência, são invocados também como protetores das crianças.

NA UMBANDA:

São Cosme e São Damião foram sincretizados com a linha de trabalho das Crianças, sem precedente uma vez que no histórico dos mesmos ao contrário do que muitos pensam não eram crianças e não se declinavam especificamente á cuidar de crianças, por fim não se sabe precisar em que momento eles foram associados ás crianças, o fato é que todos nós adoramos a tão esperada festa de Cosme e Damião, comemorada no dia 27 de Setembro.
Doces, bolos, balas, brinquedos e guaraná são alguns dos ingredientes presentes nesta festa, na qual os templos de Umbanda invocam a linha das Crianças.

Quem são estes espíritos infantis?

O primeiro impacto quando alguém se depara com um adulto de chupetas no pescoço e brincando de carrinho ou boneca é gargalhada na certa. Depois vem a pergunta: são espíritos crianças?
Por muito tempo acreditou-se que sim, mas dentro do estudo das condições do espírito humano sabemos que esta idéia não procede de fato.
Existe uma vertente de pensamento que prega ser estes espíritos, seres adultos que tomam a forma infantil para desenvolver entre nós encarnados o propósito do trabalho. Porém fica outra dúvida: se a capacidade curativa e renovadora destes espíritos está na pureza de seu magnetismo, seria um espírito cheio de experiências assim tão puro?
A Ciência Divina, revelada na Teologia de Umbanda Sagrada explica que não. Existem várias dimensões da vida e uma delas chamamos de Encantada, onde lá habitam seres infantis, não que sejam seres de pouca idade, porém infantis quando citamos a pureza, inocência, magnetismo puro é disto que estamos falando.
No livro Arquétipos de Umbanda, de Rubens Saraceni, publicado pela Editora Madras, o autor cita na página 99 o seguinte trecho: “ O arquétipo fundamentou-se nos espíritos ainda infantis regidos pelas mães Orixás, encantadas da natureza, que os acolhem em seus vastos reinos na natureza em seu lado espiritual e os amparam até que cresçam e alcancem um novo estágio evolutivo, já como espíritos naturais” . Saiba que este processo é longo e demorado. Logo, estes espíritos infantis são maduros quando o assunto é Deus, pois da existência Dele não duvidam, é como se vivessem próximos do Criador e justamente esta falta de fé que nós encarnados demonstramos os entristecem.
Temos então na linha das Crianças, espíritos que nunca encarnaram, são “encantados” pois vivem numa dimensão paralela a nossa só que com magnetismos puros de sua natureza individual.
Como atuam?
Quando manifestados, estes espíritos promovem profundas renovações magnéticas no complexo energético do encarnado, sutilizando nossas energias e nas suas “brincadeiras” nos ajuda a desbloquear sentimentos negativos, desta forma limpa as pessoas e as aliviam.
Por se manterem com intensa vibração pura é que facilitam as curas tão famosas.
Incorporados brincam com brinquedos e comem doces em geral.

De onde vêm os ERÊS? são crianças ou seres de outro plano?

Quem esmiúça o conteúdo que o Blog irá tratar nesse texto é a obra do sacerdote e escritor umbandista Rubens Saraceni, e para escrever esse texto utilizamos o livro Doutrina e Teologia de Umbanda Sagrada, Gênese Divina da Umbanda Sagrada e Os Arquétipos da Umbanda.
Você já deve ter ouvido dizer sobre a Linha das Crianças ser formada por seres encantados que incorporam nos médiuns se identificando como crianças, correto? Se sim, hoje você vai entender as razões pela qual a Umbanda Sagrada traz essa interpretação para a manifestação dos êres e/ou ibejis. Agora, caso você nunca tenha ouvido dizer sobre isso, antes de começar a leitura siga o que Pai Alexandre Cumino ensina “esvazie seu copo e se permita a uma nova informação”.

Êres são espíritos de crianças desencarnadas?
Na perspectiva que trataremos nesse texto a resposta é um sonoro NÃO. Por que? Entendemos a manifestação das crianças, que têm uma maior visibilidade no mês de Setembro em decorrência do sincretismo religioso (falaremos mais disso amanhã!), como a “vinda” de seres encantados de outro plano da vida ao qual chamamos de Plano Encantado, para o contato com os humanos e seus dilemas.
Essa manifestação é “guiada” por espíritos adultos, ou seja pelos guias.. Pretos Velhos, Caboclos, Baianos enfim os guias aos quais já estamos familiarizados.
Esses espíritos fazem a comunicação com nosso plano visando entender nossas questões e isso acontece porque eles representam o estágio anterior ao nosso. No plano em que vivem se relacionam diretamente com as divindades que os regem e nesses reinos não há dúvida sobre a existência de Deus e suas Divindades.
Os seres do Quinto Plano da Vida não discutem as divindades que os regem, porque as vêem o tempo todo e não têm porque duvidar de sua existência
Gênese Divina de Umbanda Sagrada, pág. 241
Essas entidades estão em ritmo de desenvolvimento de suas individualizações que no plano anterior se igualava com a de outros seres, ou seja, no Quinto Plano os encantados começam a perceber os 7 Sentidos da Vida (mental) e vão deixando pra trás o caráter instintivo (emocional) pelo qual seus impulsos eram movidos anteriormente. Em linhas gerais, os encantados são os “estagiários” do Plano Natural ao qual pertencemos, eles estão se preparando para esta forma de vida e também por isso mantêm contato com nós, para poder encarnar pela primeira vez.

Plano Encantado
A concepção de que existe 7 Planos da Vida em que os seres se desenvolvem justifica a existência do Plano Encantado ou Quinto Plano da Vida. Nele se desenvolvem os seres supracitados em seus reinos que são regidos por tronos (pais e mães orixás), nesse plano também existem 49 dimensões encantadas que correspondem ao nosso planeta, enfim isso já é aprofundamento nesse estudo.
O que queremos deixar claro aqui é que “da onde vem” os erês e ibejis manifestados na Linha das Crianças existe um objetivo pleno que é o de abrir os sentidos e as faculdades desses seres para que eles tenham capacidade de se diferenciar entre si, de desenvolver suas percepções sobre o todo, de se sensibilizar e sentir a vida como nós sentimos.
O livro Gênese Divina de Umbanda Sagrada, descreve os seres desse estágio que desenvolveram sua consciência como “senhores de suas faculdades mentais relacionadas aos Sete Sentidos da Vida, ao ponto de chegar um momento em que se tornam irradiadores naturais de vibrações mentais”.
A pureza, simplicidade e até mesmo a dificuldade de compreensão das adversidades humanas é marca registrada dos encantados já que ainda não entendem o que é a vida nesse planeta.
Em contrapartida os “pequenos” são manifestadores naturais dos sentidos da vida e quando nós entramos em contato com eles somos inundados pelo sentido da vida a qual são regidos, e da forma mais pura despertamos em nosso íntimo as questões que tangem esse sentido, seja ele fé, amor, conhecimento, justiça, lei e todos os sentidos ao qual entendemos como 7 Linhas de Umbanda.



quarta-feira, 21 de setembro de 2016

CARTA MAGNA DE UMBANDA

CARTA MAGNA DE UMBANDA PREÂMBULO:

Considerando que a religião de UMBANDA é legitimamente brasileira e foi instituída pelo Caboclo das Sete Encruzilhadas, através da mediunidade de ZÉLIO FERNANDINO DE MORAES, em 15 de novembro de 1908, em Neves/Niterói, no Brasil; anunciando pela primeira vez o termo; “UMBANDA”, como designativo de religião.
A UMBANDA reconhece as derivações oriundas de seu cruzamento com outras religiões,ocasionadas pela diversidade religiosa no Brasil, agregando e adaptando práticas das mesmas, se posicionando totalmente contra qualquer forma de intolerância e discriminação religiosa.
A Religião de Umbanda respeita todas as religiões e busca o Estado Laico existente no Brasil, não discriminando nenhum tipo de manifestação religiosa que vise o respeito e a evolução do ser humano. Assegurando que tem de existir um posicionamento único em relação à própria religião e suas percepções sobre as diversas questões sociais, jurídicas, culturais, filosóficas e humanas.
Considerando que alguns que não comungam desta FÉ, acabam por interpretá-la de maneira errônea, dando conotações equivocadas que influenciam a opinião pública e a mídia. Tem-se como assente que o presente documento visa proteger os conceitos básicos desta religião,dando força a todas as Casas que professam a FÉ religiosa de UMBANDA. A partir deste instrumento, poder-se-á reivindicar com mais identidade, que respeitem os direitos religiosos e de liberdade de culto elencados na Declaração Universal dos Direitos do Homem (DUDH), nomeadamente, nos seus artigos 2° e 18°, na declaração sobre a eliminação de todas as formas de intolerância e discriminação baseadas na religião ou convicção, bem como, noutros marcos legais de natureza internacional,supranacional e nacional.
Salientando que a UMBANDA é um conjunto de leis que regem a vida e a harmonia do Universo, como religião ou como ciência, na UMBANDA, tanto na prática ritualística material,como na esfera espiritual das comunidades umbandistas, só se conhece uma hierarquia espiritual: a da evolução de cada Espírito nos diversos planos da Criação e a vibratória estabelecida pelo mérito de cada um. A par do conhecimento perfeito da vida, a UMBANDA aproveita o ambiente material fornecido pela vibração humana para abrir o verdadeiro caminho da sabedoria, onde se aprende que a verdade ou a realidade final do Universo é imutável. Dentro da concepção de que o aproveitamento material fornecido pelo homem é força ativa indispensável à realização da
UMBANDA, é sobre o médium que repousa integral responsabilidade, somente excedida pelo sua própria compreensão quanto à missão que lhe é, por escolha, concedida.
Reconhecendo que a UMBANDA é uma síntese expressiva de Amor, Sabedoria, Respeito,Tolerância e Renúncia, como nos ensina JESUS e nos apresentam outros tantos Mestres Crísticos sem vários momentos da História e em culturas tão diversas; o Umbandista utiliza-se da religião como meio de progresso, amparo e defesa; mas nunca como instrumento de ataque.
Realçando que a UMBANDA está em vários países, levando a PAZ e a Elevação de uma Religião que defende os direitos pela igualdade, respeitando a pluralidade de cada nação. As bases da CARTA MAGNA DE UMBANDA são o registro dos princípios seguidos por religiosos de Umbanda pelo mundo.
Explicando que a UMBANDA como religião CRISTÃ, NATURAL E ECOLÓGICA, têm em seus seguidores os defensores da Natureza; entendemos que os Sagrados Orixás se manifestam magneticamente com mais intensidade nos sítios vibratórios da natureza, aonde os religiosos de Umbanda vão constantemente, promovendo concentrações para refazimento energético,harmonizações e captação de energias sublimes, reequilibrando-os com as forças da Mãe Natureza.
Claramente que, as oferendas realizadas pelos Umbandistas no seio da Natureza, além de simples, são todas efetuadas com materiais biodegradáveis, que rapidamente se incorporam no meio ambiente. A religião de UMBANDA defende a Natureza, preza pelas matas, mares, rios,cachoeiras e nascentes. Preza também pela fauna e flora, contribuindo, assim, com os Tratados Internacionais de Preservação da Natureza, indicando a necessidade de meios de desenvolvimento que não agridem.
Observando que a CARTA MAGNA DE UMBANDA sugere e defende a necessidade de organização jurídica e administrativa no que diz respeito à organização dos Templos e Federações; entendendo que é fundamental órgão que represente interesses do coletivo,baseando-se no referido documento.
É de suma importância informar que a UMBANDA indica inclusão nas matérias de filosofia,história, sociologia, antropologia e outras. O estudo da CARTA MAGNA DE UMBANDA como fonte didática e como ponto de partida para o diálogo inter-religioso crê na afirmação de que as religiões constituem os diversos caminhos de evolução espiritual que conduzem a DEUS. Assim como as demais religiões, a UMBANDA passa a ter um documento que esclarece de forma objetiva, seus postulados, dando à UMBANDA uma referência única, tendo por objetivo final, ser um documento nacional e internacional da religião, por meio do qual poderá se diferenciar de trabalhos que não condizem com a essência da umbandista.
Admitindo que o trabalho inicial do presente documento fora iniciado em 2012 e apresentado em reunião dia 14 de abril de 2013, na rua Brigadeiro Jordão, 297 – Ipiranga – São Paulo/SP., com participação de várias lideranças; cada órgão federativo, representado pelos seus diretores,sacerdotes e lideranças se empenharam, ajudando a trazer propostas para o Congresso Nacional de Umbanda. A direção dos trabalhos foi do MPU (Movimento Político Umbandista), com todos os presentes unidos com responsabilidade pela UMBANDA.
Posteriormente, houve necessidade de apresentação do documento em vários estados do Brasil,onde agiram como fonte de ideias e agentes reguladores da CARTA MAGNA DE UMBANDA,lideranças, Templos de Federações que coadunam com a necessidade do documento como organizador das práticas e postulados básicos.
Assumindo que, o Congresso tem por finalidade agregar todas as vertentes: escolas, federações,templos, escritores, pensadores, imprensa, filósofos e outros que estão inseridos na religião de Umbanda, com a finalidade de atingir a opinião pública sobre o que é UMBANDA; sua cultura social, política e religiosa, tendo a responsabilidade de fundamentar um pensamento único, em relação à vários pontos específicos. Esses pontos são aspectos claros existentes em qualquer vertente da Religião de Umbanda, e, passam a ser uma forma de normatizar a base da religião.
Porém fica claro aqui não sugerimos que este documento venha, em nenhum momento, ser algum tipo de codificação, deixando livre quem não aceita-lo.
Considerando que, a normatização nada mais é do que uma forma de trazer a unidade, coerente e inteligente para a difusão da religião de Umbanda, respeitando a liturgia e os estudos aplicados em cada vertente. Afinal, a CARTA MAGNA DE UMBANDA propõe a união, não a unificação.
Aponta-se que, após a sua aprovação e instituição como documento referencial para a religião, a cada dois anos, será convocado novo Congresso Nacional e Internacional de Umbanda para reavaliação e aperfeiçoamento da CARTA MAGNA DE UMBANDA, estando previsto o próximo, para o ano de 2018, preferencialmente, no mês de novembro.
Desta forma, fica acordado o seguinte:
Denominamos o documento como: CARTA MAGNA DE UMBANDA.
1. A religião de UMBANDA é genuinamente brasileira, com as seguintes características em sua origem: É MILENAR, porque seus fundamentos são os mesmos que presidiam o reencontro com DEUS, desde o início da raça humana no nosso planeta.
É CÓSMICA, porque seus fundamentos culminaram com a união preconizada pelo Movimento Umbandista dos quatro pilares do conhecimento humano, que são: a FILOSOFIA, a CIÊNCIA, a RELIGIÃO e a ARTE.
É EVOLUTIVA, em suas manifestações, porque a UMBANDA se manifesta em seu dia-a-dia,utilizando todos os recursos positivos existentes no ontem, no hoje e, com certeza, se valerá dos que vierem, no amanhã.
É CRÍSTICA, porque os seus aspectos, princípios, postulados e finalidades estão baseados nos ensinamentos dos Mestres da Luz, principalmente no Mestre Jesus, sendo a manifestação e a vivência do Evangelho Redentor. Aceitando tudo o que é bom, rejeitando o que não eleva e caminha ao crescimento do ser humano.
É BRASILEIRA, em suas origens. Como prática religiosa surgiu e desenvolveu-se no Brasil,instituída pelo Caboclo das Sete Encruzilhadas, através da mediunidade de ZÉLIO FERNANDINO DE MORAES, em 15 de novembro de 1908 e, hoje, também em todo o mundo. E, ainda citamos que existe corrente que defende sua existente como milenar, aceito por conta que manifestações espirituais existiram mesmo antes de ZÉLIO; porém, o registro em Cartório se deu primeiramente com o nome de UMBANDA através dele, entendendo sua existência de firma jurídica.
2. A UMBANDA teve na sua origem contribuições positivas das religiões e ou filosofias Espírita, a Natural Indígena, a Africana, sobretudo, a da cultura Banta e Sudanesa, assim como,do Catolicismo Popular, entre outras. Contudo, a Umbanda é isenta de interferências de todas elas, não se submetendo a nenhum dogma relacionado com as religiões e filosofias citadas.
3. A UMBANDA integrou, reinterpretou e adaptou as visões religiosas e filosóficas aludidas, de acordo com sua própria percepção, dando origem a uma religião de base sincrética e universalista.
4. A UMBANDA é: doação, caridade, compromisso, prosperidade e humildade.
5. A UMBANDA tem Hino próprio desde 1961, de autoria de José Manoel (letra) e Dalmo Trindade Reis (música).
a) DOAÇÃO - A UMBANDA tem no voluntariado, no serviço mediúnico a forma de crescimento natural da religião, onde a participação é fundamental. É por meio da doação que o medianeiro aprende a valorizar o seu Templo e a socializar com os seus irmãos.
b) CARIDADE - A ação caritativa é uma das formas da elevação do espírito. Fora da caridade não existe a compreensão da missão evolutiva do religioso de Umbanda. A caridade é a expressão máxima do aprendizado religioso em sua plenitude pelo médium de Umbanda.
c) COMPROMISSO - A UMBANDA tem no compromisso do médium com o bem, com a verdade, com a lealdade, com a caridade, com a entrega pessoal e com o respeito, a essência do verdadeiro religioso como forma de evolução.
d) PROSPERIDADE - A prosperidade se dá a todos os níveis pelo esforço de crescimento e desenvolvimento diário em todos os sentidos. A prosperidade não se ganha, se conquista através da prática da honestidade,do esforço, do conhecimento e pelo trabalho individual, onde, amparado por sua fé e merecimento, o individuo conquistará seus objetivos.
e) HUMILDADE - O religioso de Umbanda tem como base espiritual a sua humildade; entendendo que ele,médium, não é melhor que ninguém, mas sim tem a responsabilidade maior e compromisso como instrumento da Espiritualidade em transmitir as mensagens de Luz, passadas pelos planos elevados. Na Umbanda, existe uma hierarquia espiritual que orienta os trabalhos, com Dirigentes Espirituais, Médiuns e Auxiliares; porém, todos sabemos que no plano material somos, em todos os momentos, aprendizes e professores e todos nós estamos em constante aprendizado, não sendo ninguém melhor do que o outro, apenas com funções e responsabilidades diferentes. Entendemos que, quem deve ser glorificado é DEUS e a Espiritualidade, nunca o medianeiro !
6. O religioso de Umbanda segue o que foi anunciado pelo seu fundador, o Caboclo das Sete Encruzilhadas, bem como, os ensinamentos dos inúmeros Espíritos Crísticos e os Mestres do Amor, como via evolutiva para se chegar a uma espiritualidade superior.
7. A UMBANDA trás em si a base religiosa que deve ser respeitada: AMAR,RESPEITAR,NÃO JULGAR, NÃO CALUNIAR, ATUAR SEMPRE COM A VERDADE, NA BASE DO BEM, DA EDUCAÇÃO E DA ELEVAÇÃO. O  posicionamento ético em qualquer religião deve se basear em tais predicados, manifestados pelos verdadeiros religiosos.
8. Os médiuns e assistidos, em geral, são vistos como religiosos e devem agir como tal, com FÉ em DEUS, nos ORIXÁS e Guias Espirituais; possuir os atributos da FÉ, AMAR SEU SEMELHANTE, NÃO JULGAR, NÃO CALUNIAR, SER PACIFICADOR, ESTAR AO SERVIÇO DO BEM E JAMAIS UTILIZAR O SEU CONHECIMENTO DE FORMA TORPE.
9. Esses atributos são posicionamentos éticos e morais para todos os que comungam da FÉ UMBANDISTA.
10. A UMBANDA atua na elevação, na educação religiosa e na evolução dos espíritos praticando trabalhos que visam o progresso do ser humano, direcionando a reforma íntima por meio dos postulados de Jesus, da vibração dos Orixás e dos ensinamentos dos Mestres Iluminados de todos os tempos, que são transmitidos pelos Guias Espirituais que se manifestam nos Templos de Umbanda.
11. A UMBANDA é uma religião que crê na existência de um DEUS ÚNICO, INTELIGÊNCIA SUPREMA, CAUSA PRIMÁRIA DE TODAS AS COISAS, ETERNO, IMUTÁVEL, IMATERIAL, ONIPOTENTE, ONIPRESENTE, SOBERANAMENTE JUSTO E BOM,INFINITO EM TODAS AS SUAS PERFEIÇÕES.
12. A UMBANDA crê no Mestre JESUS, sincretizado com OXALÁ, pautando o aspecto doutrinário, baseado nos seus ensinamentos de amor universal.
13. A Umbanda crê na existência de um panteão divino, onde existem divindades, denominadas por nós de ORIXÁS, responsáveis diretos por toda a criação do universo e sustento do planeta Terra e alicerces para direcionarmos nossas condutas na prática do amor, da caridade e da fé. Não são deuses, mas sim, denominações humanas para uma classe de Poderes Reinantes do Divino Criador.
14. A Umbanda reverencia a Mãe Natureza, por ser nela que se encontra a mais pura manifestação Divina, por onde os Sagrados Orixás se manifestam energeticamente com mais intensidade e, também, porque vamos buscar e nos harmonizar com as forças ali reinantes, sustentadoras de toda a forma de vida planetária; atraindo ainda forças do universo para complementar tais vibrações já existentes em nosso Planeta, unindo assim, poderosas forças divinizadas existentes nos planos espirituais.
15. A Umbanda crê na existência da comunicação mediúnica por meio de medianeiros preparados para tal tarefa, em trabalhos caritativos, em atendimentos fraternos dos Guias Espirituais.
16. A UMBANDA prima pela simplicidade de seus rituais, o que permite a dedicação integral do tempo das sessões ao atendimento fraterno dos que a ela recorrem.
17. Nos atendimentos fraternos está o cerne do assistencialismo da UMBANDA, sempre de forma caritativa.
18. UMBANDA é sinônimo de prática religiosa e caritativa, não se coadunando com cobranças abusivas. Não faz parte de seus fundamentos a retribuição financeira pelos atendimentos fraternos ou pelos passes realizados. Contudo, é lícito, quando necessário para sustentação, manutenção e desenvolvimento dos Templos, assim como, para proporcionar conforto e bem estar a seus frequentadores, o chamamento dos médiuns e das pessoas que frequentam o Templo para contribuírem para esses fins. Todavia, a contribuição far-se-á conforme o critério de cada Templo, mas de uma forma moderada e ajustada às necessidades, sem que haja discriminação ou
preconceito para com aqueles que não possam contribuir.
19. No caso específico de sacerdotes/sacerdotisas umbandistas que passaram a dedicar-se integralmente ao Culto, em determinadas situações e regiões, cobrando nomeadamente por suas consultas, as sessões (giras) devem continuar públicas e abertas, onde é facultada a solicitação de contribuições voluntárias aos membros e assistidos.
20. A UMBANDA possui sacramentos e ritos próprios, tais como: o batismo, o casamento e o fúnebre.
21. Os principais ritos da UMBANDA são realizados por meio de orações, pontos cantados, que podem ser ritmados através de instrumentos musicais.
22. A UMBANDA realiza sessões e trabalhos de limpeza espiritual e energética denominados de descarrego, assim como o de aconselhamento e tratamento espiritual, que visam o bem-estar e o desenvolvimento espiritual, consciencial, emocional e moral do indivíduo. Nesses trabalhos são utilizados o passe energético, o uso ritualístico do tabaco e dos elementos vegetais,
designadamente, em DEFUMAÇÕES, em BANHOS e ou AMACIS. A Umbanda ainda se utiliza de componentes minerais, tais como: pedras, cristais, metais e a PEMBA, que são elementos condensadores de energia, como também, da energia essencial dos quatro elementos básicos da natureza.
23. A UMBANDA recorre às orações, descarregos, desobsessões, ou, se preciso for, às oferendas de flores, bebidas, frutos, sucos, chás, alimentos, incensos e velas. A oferenda, além de operação espiritual/vibracional, é também uma reverência espontânea aos Sagrados Orixás e é recomendada a sua prática aos seus fiéis. Visto que entendemos que esses elementos possuem elevadas vibrações energéticas que podem ser manipuladas espiritualmente em beneficio de algo ou alguém. Entendemos também que um dos objetivos da Umbanda é o de elevar e sublimar o espírito e seus iniciados e assistidos pela ética de Cristo.
PRINCIPIO DE IGUALDADE
24. A UMBANDA defende a todos um tratamento digno e igualitário, pois ninguém pode ser privilegiado, favorecido, prejudicado, discriminado, privado de direitos ou dispensado de deveres em razão de ascendência, descendência, sexo, orientação sexual, cor, etnia, raça, idade, língua,religião, descrença religiosa, grau de instrução, condição econômica e social, território de origem,
convicção política, ideológica e filosófica.
DIREITO À VIDA
25. A religião de UMBANDA defende que a vida humana é inviolável.
26. Não é admissível para a UMBANDA a pena de morte. SUICIDIO / EUTANÁSIA / DISTANASIA / HOMICIDIO
27. A UMBANDA, por valorizar a vida, nos aspectos terreno e espiritual, entende que a passagem deve ser natural, respeitando a Lei do Carma e aprendizados importantes ao espírito.
28. A UMBANDA defende que ninguém tem o direito de abreviar voluntariamente a sua vida pelo suicídio.
29. Só o Criador, através de Sua Onisciência, Onipresença e Onipotência, sabe o momento do desenlace carnal de qualquer individuo.
30. Assim, mesmo no caso em que a morte é inevitável e a pessoa esteja em situação de sofrimento, a Eutanásia ativa praticada por pessoas, mesmo que com motivação altruística é compreendida pela UMBANDA como a falta de resignação e de submissão à vontade do Divino Criador.
31. A DISTANÁSIA que é prolongamento da vida por tratamentos extraordinários e a ORTOTANÁSIA, que é a decisão de não se submeter a tais tratamentos considerados paliativos,do ponto de vista clínico, legal e espiritual, não ferem o conceito religioso de Umbanda porque o paciente é livre para submeter-se ou não a tratamentos e cirurgias consideradas ou não de risco, e se o fizer, virá a falecer de causas naturais da evolução da doença, sem interferências de pessoas no processo do Criador.
32. Práticas que atentam contra a vida humana ou animal, não são aceitas pela Umbanda.
33. Porém, homicídio cometido em legítima defesa própria ou de terceiros, ou por erro não censurável, não acarreta ônus espirituais sobre tais fatos.
ABORTO
34. A UMBANDA é contra a prática do aborto considerado interrupção da gestação.
35. Na UMBANDA entende-se que a partir da concepção da vida pré-embrionária já existe um Espírito que anseia por sua evolução.
36. Os progenitores com ou sem auxílio de terceiras pessoas que provoquem o aborto por qualquer meio, e em todo período da gestação, cometerão uma transgressão à Lei de Deus,porque isso impede o espírito de passar pelas provas necessárias à sua evolução, necessitando do corpo em formação como seu instrumento.
37. Quando o nascimento da criança colocar em perigo a vida da mãe, é preferível, por bom senso e na forma da lei, manter a vida da genitora.
38. O aconselhamento direto com os Guias Espirituais é fundamental para que as ações se baseiem sempre na Espiritualidade e na particularidade de cada situação que envolva a formação e desenvolvimento de vida humana.
39. No caso de ocorrer ou ter ocorrido o aborto por decisão de qualquer natureza, a UMBANDA jamais condenará os envolvidos, ocupando-se, antes, em acolhe-los e prestar-lhes orientação e conforto espiritual.
DIREITO À INTEGRIDADE PESSOAL
40. A religião de UMBANDA defende que a integridade moral e física das pessoas é inviolável.
41. Ninguém pode ser submetido à tortura física ou mental, nem a maus tratos ou penas cruéis,degradantes ou desumanas.
PEDOFILIA / MAUS TRATOS
42. A UMBANDA não aceita qualquer forma ou ato que atente contra a integridade física e moral da criança e do adolescente, em especial os casos de pedofilia praticada por todo e qualquer meio, inclusive por internet, assim como as condutas de maus tratos, defendendo que as leis já estabelecidas devam ser aplicadas, nomeadamente, a Convenção dos Direitos da Criança.
43. Pessoas que possuem desvio de conduta em relação às crianças e adolescentes podem estar obsediadas e necessitam de orientação espiritual e acompanhamento psicológico, além de se submeterem à aplicação das leis civis e criminais pertinentes.
VIOLÊNCIA DOMÉSTICA
44. A UMBANDA não aceita qualquer forma de violência doméstica, atendendo aos parâmetros da legislação vigente com destaque para os Princípios das Nações Unidas para as Pessoas Idosas
Convenção sobre a eliminação de todas as formas de discriminação contra as mulheres e a Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência e a Carta das Nações Unidas (O.N.U.), segundo os quais os direitos da pessoa humana devem ser preservados. No âmbito doméstico, a prática do respeito, aceitação das diferenças, e convivência de harmonia devem ser cultivados entre os familiares de todas as idades. As relações sexuais, dentro e fora do casamento ou da união estável devem ser sempre consentidas pelas pessoas envolvidas, sendo que a UMBANDA condena qualquer ato sexual obtido mediante violência ou contra a vontade da pessoa.
PRECONCEITO ÉTNICO
45. A UMBANDA não aceita o preconceito étnico e racial. O preconceito racial é antes de tudo,uma demonstração de atraso espiritual e desconhecimento das Leis Divinas. Aquele que diminui ou persegue o irmão pela cor da pele ou por qualquer outra característica étnica, viola a regra de ouro presente nas mais diversas tradições espirituais e religiosas: “AMAR A DEUS SOBRE TODAS AS COISAS E AO PRÓXIMO COMO A SI MESMO”.
ORIENTAÇÃO SEXUAL E IDENTIDADE DE GÊNERO
46. NA UMBANDA todo ser humano é visto como irmão (ã) espiritual, sendo aceita qualquer orientação sexual e identidade de gênero. Assim, a religião entende e acolhe espíritos, e não o gênero ou a sexualidade. Discriminação e preconceito não são ensinados pelo nossos Guias,posto que a Umbanda acolhe a todos. Desta forma, é fundamental respeitarmos a condição decada indivíduo: heterossexualidade, homossexualidade, bissexualidade, transexualidadee e intersexualidade são questões de foro íntimo e pessoal.
O PAPEL DA MULHER NA SOCIEDADE E NA UMBANDA
47. A UMBANDA defende o direito de igualdade, sendo que a mulher deve ocupar qualquer posição na sociedade e no mercado de trabalho, com o mesmo tratamento, conforme o vertido na Convenção sobre a eliminação de todas as formas de discriminação contra as mulheres.
48. As mulheres na UMBANDA estão em todos os níveis hierárquicos da religião, inclusive na CURIMBA, não apenas no canto, mas também no toque.
CRIANÇAS NA UMBANDA
49. NA UMBANDA todas as decisões que digam respeito às crianças devem ter em conta o seu melhor interesse consideradas suas peculiaridades de pessoa em desenvolvimento, em harmonia com o estipulado na Convenção dos Direitos da Criança.
50. A UMBANDA reconhece que a presença das crianças nas sessões é um processo importante na sua própria formação espiritual, assim como para sua educação e assistência religiosas.
51. A UMBANDA garante às crianças, o direito de conhecer segundo os preceitos da religião, a mensagem universal da JESUS, sincretizado com OXALÁ, com sua magnitude em DEUS e nos ORIXÁS, através do atendimento mediúnico, do batizado, passes e desenvolvimento. Promovendo o respaldo moral, físico e espiritual contra todas as formas de violência.
52. A UMBANDA incentiva a criança para que reconheça desde cedo sua importância, valor e caráter, concedendo-lhe o direito de livre escolha condizente à sua pureza e maturidade às nossas crenças, garantido sempre o seu amparo. É admissível e reconhecido a prática da Evangelização Infantil, a fim de instruir crianças e adolescentes em condutas morais e éticas, além de
proporcionar aulas educativas a respeito da umbanda e as culturas afro existentes.
IDOSOS NA UMBANDA
53. A UMBANDA defende que os idosos devem ter acesso aos recursos educativos, culturais, recreativos e espirituais da sociedade.
54. Os idosos devem ser tratados de forma justa, independentemente de sua idade, não podendo ser privados do acolhimento dentro da religião e do desenvolvimento mediúnico.
55. A UMBANDA preconiza o respeito, o amparo e a assistência aos idosos, no âmbito familiar e social, com base no amor, na caridade, no reconhecimento e na legislação em vigor, em especial nos Princípios das Nações Unidas para as Pessoas Idosas.
DEFICIENTES
56. NA UMBANDA, nenhuma pessoa portadora de deficiência congênita ou adquirida, seja de natureza física, sensorial ou intelectual é privada de acolhimento ou desenvolvimento mediúnico.
57. A UMBANDA compreende que as deficiências se restringem à carne e não ao espírito,portanto, as limitações do corpo material se tornam nulas, mediante a nossa fé e o Plano Espiritual. Porquanto, como disseminadores de amor ao próximo, não nos cabe desmerecer ou restringir quaisquer que sejam as condições físicas, mentais ou psicológicas de um irmão, pois somos livres de julgamentos e permitimos que todos aqueles que buscam a doutrina umbandista sejam tratados com igualdade e respeito.
58. Aos dirigentes de Templos de Federações pede-se privilegiar a acessibilidade, conforme a caridade, o bom senso e as leis vigentes, designadamente, a Convenção Sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência e o Estatuto da Pessoa com Deficiência. Em âmbito internacional segue a Carta das Nações Unidas, que reconhece a dignidade e valor inerentes e os direitos iguais e inalienáveis.
ÁLCOÓLATRAS E TOXICÔMANOS
59. Todos que recorrem aos Terreiros de Umbanda encontrarão o lado assistencialista. O dependente químico e o alcóolatra devem ser tratados sem preconceito e discriminação, tendo total assistência por parte da Umbanda.
60. A UMBANDA respeita a vontade e o livre arbítrio do indivíduo de buscar e aceitar o tratamento espiritual. Nos tratamentos devem ser observados e respeitados o lado psicológico, a dependência química e a atenção espiritual deve ser fornecida para o dependente e sua família.
CASAMENTO
61. A UMBANDA defende que o casamento deve dar-se por amor e livre arbítrio, onde o casal é orientado e acolhido também espiritualmente. Independentemente, da orientação sexual, etnia,instrução, condição social e religião.
62. Na visão umbandista é irrelevante a heterossexualidade, a homossexualidade, bissexualidade,a transexualidadee e a intersexualidade, ou se um dos consortes não professar a religião umbandista. Reservamos a todos, direitos iguais de matrimônio, respeitando a orientação sexual de cada um.
63. A UMBANDA compreende que o casamento religioso funciona como base espiritual para a família e tanto o corpo mediúnico quanto a assistência, têm o direito a este sacramento.
64. NA UMBANDA, o matrimônio também é assegurado como direito àqueles que já se divorciaram.
DIVÓRCIO
65. Os Conselheiros Espirituais Umbandistas não incentivam o divórcio. Porém, não compactuam com relacionamento aparentemente feliz, mas com espírito abalado pelo ódio, pelo sofrimento, pelo desrespeito, pela falta de amor que, por muitas vezes, pode causar riscos à integridade física, moral e espiritual de um dos cônjuges ou ao casal, e por consequência,traumatizar familiares, filhos e amigos.
66. O casamento indissolúvel é criação humana, por dogmas religiosos e/ou de ordem social e econômica. Na UMBANDA, acredita-se que o carma do casal pode ser breve ou durar uma vida inteira, de acordo com o que sua própria missão espiritual determina, e não se impõe uma convivência de infelicidade ou violência doméstica e sexual.
ADOÇÃO
67. O posicionamento da UMBANDA não é apenas favorável, mas também incentivador à adoção.
68. O acolhimento físico, moral e espiritual do adotado, sempre levando em consideração as condições dos pais, é o de respeito, carinho, amor e proteção para o resgate da criança e do adolescente e sua inserção nos princípios de cidadania, favorecendo-o a ser consciente de suas responsabilidades e voltado para a prática do bem. Esse ser humano, bem como aqueles que serão seus pais, precisam da compreensão de sua condição humana e espiritual, devendo exercer a criação e educação do adotado segundo os preceitos da dignidade humana, paternidade responsável e do planejamento familiar, como determina a Convenção dos Direitos da Criança.
69. Acreditamos no mesmo direito por parte de pais e mães heterossexuais, homossexuais,bissexuais, transexuais e intersexuais, pois a amplitude desse ato não se reserva à condição sexual ou de gênero e, sim, ao resgate cármico em condições tanto materiais quanto emocionais para a educação da criança e do adolescente.
PRESERVATIVOS E MÉTODOS CONTRACEPTIVOS
70. A UMBANDA apoia o uso de preservativos e métodos contraceptivos, como meios de proteção contra DSTs (doenças sexualmente transmissíveis) e prevenção de gravidez indesejada. Cada qual deve saber e escolher o momento de gerar um novo ser, que necessitará de amor,compreensão, educação, orientação e discernimento ao longo de sua vida. Nesse sentido, o uso de métodos contraceptivos é um modo de proteger a vida.
71. O uso de contraceptivo é aceito pela religião da UMBANDA, pois respeita o livre arbítrio, o controle de natalidade e o planejamento familiar.
DOAÇÃO DE ÓRGÃOS
72. A Doutrina UMBANDISTA vê com bons olhos a doação de órgãos, em vida e depois da morte, nos limites da legislação vigente em cada país.
73. A UMBANDA defende mesmo que a separação entre o espírito e o corpo físico não se tenha completado, como nos casos de morte cerebral, deste modo a Espiritualidade dispõe de recursos para impedir impressões penosas e sofrimentos ao espírito doador.
74. A doação de órgãos não é contrária às leis da Natureza, porque beneficia outras pessoas e o próprio espírito do doador em sua evolução espiritual e, além disso, é uma oportunidade para que se desenvolvam os conhecimentos científicos no plano material, colocando-os à serviço de vários
necessitados.
75. O mesmo se dá em relação à doação de sangue, medula e qualquer tecido orgânico que venha proporcionar ajuda ao semelhante. A UMBANDA, assim como qualquer religião, necessita incentivar a prática de doação para amparar milhões de irmãos necessitados pelo mundo.
CREMAÇÃO
76. A UMBANDA não rejeita a cremação.
77. A CREMAÇÃO é legítima para todos aqueles que a desejam, desde que haja um período de,pelo menos, 72 horas de expectação para a ocorrência em qualquer forno crematório, o que poderá verificar-se com o depósito de despojos humanos em ambiente frio. Esse período é necessário, pois existem sempre muitos ecos de sensibilidade entre o Espírito desencarnado e o corpo onde se extinguiu o tônus vital, nas primeiras horas sequentes ao desenlace, em vista os fluídos orgânicos que o Espírito ainda solicita para as sensações da existência material.
78. O sepultamento ou a cremação nada mais representam para o espírito, que a desagregação mais lenta ou mais rápida das estruturas entretecidas em agentes físicos, das quais se libertou.
CANDIDATOS À POLITICA NA UMBANDA
79. A UMBANDA chama a atenção para o pensamento sobre a política pública participativa. É relevante a construção de organização política, pois só assim, conquistaremos o que é de direito de qualquer cidadão que professa sua fé.
80. A participação do religioso deve ser incentivada através da consciência de institucionalizarmos nossos ideais.
81. Os representantes públicos necessitam comprometer-se com a comunidade religiosa a qual está inserido; deixando seu gabinete aberto para todos os projetos que visam o coletivo religioso.
LIVRE ARBÍTRIO:
82 – A umbanda, com sua plenitude, assegura aos indivíduos a sua liberdade e felicidade, não compactuando com a ideologia de “acorrentar” filhos de fé ou adeptos em detrimento da casa.
83 – Além disso, não compactua/comunga com o emprego de ameaças e violências psicológicas ou morais para garantir o narrado no tópico anterior.
84 – Umbanda preza pela liberdade individual e o direito de “Ir e Vir” dos adeptos, não interferindo no livre arbítrio dos indivíduos, sendo este, uma das leis divinas de nossa religião e da própria espiritualidade. Também exerce qualquer tipo de violência (moral e psicológica), falseando verdades sobre a liturgia umbandista para restringir o direito de escolha de seus fieis.

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Vocabulário:
REFORMA ÍNTIMA: é o processo de elevação da consciência e da condição de um ser humano.
É um processo de auto melhoramento, tanto a nível pessoal quanto social.
RITUAL RELIGIOSO: que visa a limpeza energética e espiritual de um beneficiário, visto que a Umbanda entende que tal como o nosso corpo físico pode ficar carregado de sujidade, nossa componente espiritual, astral e energética também, necessita de uma ação de higienização.
AMACI: é o principal ritual litúrgico da UMBANDA e possui várias finalidades dentro da mesma que vai de uma simples limpeza no ORI/COROA/CHAKRA CORONÁRIO a estabelecer, energizar ou fixar uma força espiritual sobre o mesmo.
ELEMENTO CALCÁRIO: que possui fundamentos litúrgicos e mágicos dentro da religião.
DESOBSESSÃO: é um tratamento espiritual de pessoas que estejam sofrendo de forma prejudicial interferência de espíritos negativos que são encaminhados à esferas de tratamento.