CARTA MAGNA DE UMBANDA PREÂMBULO:
Considerando que a
religião de UMBANDA é legitimamente brasileira e foi instituída pelo Caboclo
das Sete Encruzilhadas, através da mediunidade de ZÉLIO FERNANDINO DE MORAES,
em 15 de novembro de 1908, em Neves/Niterói, no Brasil; anunciando pela
primeira vez o termo; “UMBANDA”, como designativo de religião.
A UMBANDA reconhece
as derivações oriundas de seu cruzamento com outras religiões,ocasionadas pela
diversidade religiosa no Brasil, agregando e adaptando práticas das mesmas, se
posicionando totalmente contra qualquer forma de intolerância e discriminação
religiosa.
A Religião de Umbanda
respeita todas as religiões e busca o Estado Laico existente no Brasil, não
discriminando nenhum tipo de manifestação religiosa que vise o respeito e a
evolução do ser humano. Assegurando que tem de existir um posicionamento único
em relação à própria religião e suas percepções sobre as diversas questões
sociais, jurídicas, culturais, filosóficas e humanas.
Considerando que
alguns que não comungam desta FÉ, acabam por interpretá-la de maneira errônea,
dando conotações equivocadas que influenciam a opinião pública e a mídia.
Tem-se como assente que o presente documento visa proteger os conceitos básicos
desta religião,dando força a todas as Casas que professam a FÉ religiosa de
UMBANDA. A partir deste instrumento, poder-se-á reivindicar com mais
identidade, que respeitem os direitos religiosos e de liberdade de culto
elencados na Declaração Universal dos Direitos do Homem (DUDH), nomeadamente,
nos seus artigos 2° e 18°, na declaração sobre a eliminação de todas as formas
de intolerância e discriminação baseadas na religião ou convicção, bem como,
noutros marcos legais de natureza internacional,supranacional e nacional.
Salientando que a
UMBANDA é um conjunto de leis que regem a vida e a harmonia do Universo, como
religião ou como ciência, na UMBANDA, tanto na prática ritualística
material,como na esfera espiritual das comunidades umbandistas, só se conhece
uma hierarquia espiritual: a da evolução de cada Espírito nos diversos planos
da Criação e a vibratória estabelecida pelo mérito de cada um. A par do
conhecimento perfeito da vida, a UMBANDA aproveita o ambiente material
fornecido pela vibração humana para abrir o verdadeiro caminho da sabedoria,
onde se aprende que a verdade ou a realidade final do Universo é imutável.
Dentro da concepção de que o aproveitamento material fornecido pelo homem é
força ativa indispensável à realização da
UMBANDA, é sobre o médium que repousa integral responsabilidade, somente
excedida pelo sua própria compreensão quanto à missão que lhe é, por escolha,
concedida.
Reconhecendo que a
UMBANDA é uma síntese expressiva de Amor, Sabedoria, Respeito,Tolerância e
Renúncia, como nos ensina JESUS e nos apresentam outros tantos Mestres
Crísticos sem vários momentos da História e em culturas tão diversas; o Umbandista
utiliza-se da religião como meio de progresso, amparo e defesa; mas nunca como
instrumento de ataque.
Realçando que a UMBANDA está em vários países, levando a PAZ e a Elevação de
uma Religião que defende os direitos pela igualdade, respeitando a pluralidade
de cada nação. As bases da CARTA MAGNA DE UMBANDA são o registro dos princípios
seguidos por religiosos de Umbanda pelo mundo.
Explicando que a UMBANDA como religião CRISTÃ, NATURAL E ECOLÓGICA, têm em seus
seguidores os defensores da Natureza; entendemos que os Sagrados Orixás se
manifestam magneticamente com mais intensidade nos sítios vibratórios da
natureza, aonde os religiosos de Umbanda vão constantemente, promovendo
concentrações para refazimento energético,harmonizações e captação de energias sublimes,
reequilibrando-os com as forças da Mãe Natureza.
Claramente que, as
oferendas realizadas pelos Umbandistas no seio da Natureza, além de simples,
são todas efetuadas com materiais biodegradáveis, que rapidamente se incorporam
no meio ambiente. A religião de UMBANDA defende a Natureza, preza pelas matas,
mares, rios,cachoeiras e nascentes. Preza também pela fauna e flora,
contribuindo, assim, com os Tratados Internacionais de Preservação da Natureza,
indicando a necessidade de meios de desenvolvimento que não agridem.
Observando que a
CARTA MAGNA DE UMBANDA sugere e defende a necessidade de organização jurídica e
administrativa no que diz respeito à organização dos Templos e Federações;
entendendo que é fundamental órgão que represente interesses do coletivo,baseando-se
no referido documento.
É de suma importância informar que a UMBANDA indica inclusão nas matérias de
filosofia,história, sociologia, antropologia e outras. O estudo da CARTA MAGNA
DE UMBANDA como fonte didática e como ponto de partida para o diálogo
inter-religioso crê na afirmação de que as religiões constituem os diversos
caminhos de evolução espiritual que conduzem a DEUS. Assim como as demais
religiões, a UMBANDA passa a ter um documento que esclarece de forma objetiva,
seus postulados, dando à UMBANDA uma referência única, tendo por objetivo
final, ser um documento nacional e internacional da religião, por meio do qual
poderá se diferenciar de trabalhos que não condizem com a essência da
umbandista.
Admitindo que o
trabalho inicial do presente documento fora iniciado em 2012 e apresentado em
reunião dia 14 de abril de 2013, na rua Brigadeiro Jordão, 297 – Ipiranga – São
Paulo/SP., com participação de várias lideranças; cada órgão federativo,
representado pelos seus diretores,sacerdotes e lideranças se empenharam,
ajudando a trazer propostas para o Congresso Nacional de Umbanda. A direção dos
trabalhos foi do MPU (Movimento Político Umbandista), com todos os presentes
unidos com responsabilidade pela UMBANDA.
Posteriormente, houve
necessidade de apresentação do documento em vários estados do Brasil,onde
agiram como fonte de ideias e agentes reguladores da CARTA MAGNA DE
UMBANDA,lideranças, Templos de Federações que coadunam com a necessidade do
documento como organizador das práticas e postulados básicos.
Assumindo que, o
Congresso tem por finalidade agregar todas as vertentes: escolas,
federações,templos, escritores, pensadores, imprensa, filósofos e outros que
estão inseridos na religião de Umbanda, com a finalidade de atingir a opinião
pública sobre o que é UMBANDA; sua cultura social, política e religiosa, tendo
a responsabilidade de fundamentar um pensamento único, em relação à vários
pontos específicos. Esses pontos são aspectos claros existentes em qualquer
vertente da Religião de Umbanda, e, passam a ser uma forma de normatizar a base
da religião.
Porém fica claro aqui
não sugerimos que este documento venha, em nenhum momento, ser algum tipo de
codificação, deixando livre quem não aceita-lo.
Considerando que, a
normatização nada mais é do que uma forma de trazer a unidade, coerente e
inteligente para a difusão da religião de Umbanda, respeitando a liturgia e os
estudos aplicados em cada vertente. Afinal, a CARTA MAGNA DE UMBANDA propõe a
união, não a unificação.
Aponta-se que, após a
sua aprovação e instituição como documento referencial para a religião, a cada
dois anos, será convocado novo Congresso Nacional e Internacional de Umbanda
para reavaliação e aperfeiçoamento da CARTA MAGNA DE UMBANDA, estando previsto
o próximo, para o ano de 2018, preferencialmente, no mês de novembro.
Desta forma, fica
acordado o seguinte:
Denominamos o
documento como: CARTA MAGNA DE UMBANDA.
1. A religião de
UMBANDA é genuinamente brasileira, com as seguintes características em sua
origem: É MILENAR, porque seus fundamentos são os mesmos que presidiam o
reencontro com DEUS, desde o início da raça humana no nosso planeta.
É CÓSMICA, porque
seus fundamentos culminaram com a união preconizada pelo Movimento Umbandista
dos quatro pilares do conhecimento humano, que são: a FILOSOFIA, a CIÊNCIA, a
RELIGIÃO e a ARTE.
É EVOLUTIVA, em suas
manifestações, porque a UMBANDA se manifesta em seu dia-a-dia,utilizando todos
os recursos positivos existentes no ontem, no hoje e, com certeza, se valerá
dos que vierem, no amanhã.
É CRÍSTICA, porque os
seus aspectos, princípios, postulados e finalidades estão baseados nos
ensinamentos dos Mestres da Luz, principalmente no Mestre Jesus, sendo a
manifestação e a vivência do Evangelho Redentor. Aceitando tudo o que é bom,
rejeitando o que não eleva e caminha ao crescimento do ser humano.
É BRASILEIRA, em suas
origens. Como prática religiosa surgiu e desenvolveu-se no Brasil,instituída
pelo Caboclo das Sete Encruzilhadas, através da mediunidade de ZÉLIO FERNANDINO
DE MORAES, em 15 de novembro de 1908 e, hoje, também em todo o mundo. E, ainda
citamos que existe corrente que defende sua existente como milenar, aceito por
conta que manifestações espirituais existiram mesmo antes de ZÉLIO; porém, o
registro em Cartório se deu primeiramente com o nome de UMBANDA através dele,
entendendo sua existência de firma jurídica.
2. A UMBANDA teve na
sua origem contribuições positivas das religiões e ou filosofias Espírita, a
Natural Indígena, a Africana, sobretudo, a da cultura Banta e Sudanesa, assim
como,do Catolicismo Popular, entre outras. Contudo, a Umbanda é isenta de
interferências de todas elas, não se submetendo a nenhum dogma relacionado com
as religiões e filosofias citadas.
3. A UMBANDA
integrou, reinterpretou e adaptou as visões religiosas e filosóficas aludidas,
de acordo com sua própria percepção, dando origem a uma religião de base
sincrética e universalista.
4. A UMBANDA é:
doação, caridade, compromisso, prosperidade e humildade.
5. A UMBANDA tem Hino
próprio desde 1961, de autoria de José Manoel (letra) e Dalmo Trindade Reis
(música).
a) DOAÇÃO - A UMBANDA
tem no voluntariado, no serviço mediúnico a forma de crescimento natural da
religião, onde a participação é fundamental. É por meio da doação que o
medianeiro aprende a valorizar o seu Templo e a socializar com os seus irmãos.
b) CARIDADE - A ação
caritativa é uma das formas da elevação do espírito. Fora da caridade não
existe a compreensão da missão evolutiva do religioso de Umbanda. A caridade é
a expressão máxima do aprendizado religioso em sua plenitude pelo médium de
Umbanda.
c) COMPROMISSO - A
UMBANDA tem no compromisso do médium com o bem, com a verdade, com a lealdade, com
a caridade, com a entrega pessoal e com o respeito, a essência do verdadeiro
religioso como forma de evolução.
d) PROSPERIDADE - A
prosperidade se dá a todos os níveis pelo esforço de crescimento e
desenvolvimento diário em todos os sentidos. A prosperidade não se ganha, se
conquista através da prática da honestidade,do esforço, do conhecimento e pelo
trabalho individual, onde, amparado por sua fé e merecimento, o individuo
conquistará seus objetivos.
e) HUMILDADE - O
religioso de Umbanda tem como base espiritual a sua humildade; entendendo que
ele,médium, não é melhor que ninguém, mas sim tem a responsabilidade maior e
compromisso como instrumento da Espiritualidade em transmitir as mensagens de
Luz, passadas pelos planos elevados. Na Umbanda, existe uma hierarquia
espiritual que orienta os trabalhos, com Dirigentes Espirituais, Médiuns e
Auxiliares; porém, todos sabemos que no plano material somos, em todos os
momentos, aprendizes e professores e todos nós estamos em constante
aprendizado, não sendo ninguém melhor do que o outro, apenas com funções e
responsabilidades diferentes. Entendemos que, quem deve ser glorificado é DEUS
e a Espiritualidade, nunca o medianeiro !
6. O religioso de
Umbanda segue o que foi anunciado pelo seu fundador, o Caboclo das Sete
Encruzilhadas, bem como, os ensinamentos dos inúmeros Espíritos Crísticos e os
Mestres do Amor, como via evolutiva para se chegar a uma espiritualidade
superior.
7. A UMBANDA trás em
si a base religiosa que deve ser respeitada: AMAR,RESPEITAR,NÃO JULGAR, NÃO
CALUNIAR, ATUAR SEMPRE COM A VERDADE, NA BASE DO BEM, DA EDUCAÇÃO E DA
ELEVAÇÃO. O posicionamento ético em
qualquer religião deve se basear em tais predicados, manifestados pelos
verdadeiros religiosos.
8. Os médiuns e
assistidos, em geral, são vistos como religiosos e devem agir como tal, com FÉ
em DEUS, nos ORIXÁS e Guias Espirituais; possuir os atributos da FÉ, AMAR SEU
SEMELHANTE, NÃO JULGAR, NÃO CALUNIAR, SER PACIFICADOR, ESTAR AO SERVIÇO DO BEM
E JAMAIS UTILIZAR O SEU CONHECIMENTO DE FORMA TORPE.
9. Esses atributos
são posicionamentos éticos e morais para todos os que comungam da FÉ
UMBANDISTA.
10. A UMBANDA atua na
elevação, na educação religiosa e na evolução dos espíritos praticando
trabalhos que visam o progresso do ser humano, direcionando a reforma íntima
por meio dos postulados de Jesus, da vibração dos Orixás e dos ensinamentos dos
Mestres Iluminados de todos os tempos, que são transmitidos pelos Guias
Espirituais que se manifestam nos Templos de Umbanda.
11. A UMBANDA é uma
religião que crê na existência de um DEUS ÚNICO, INTELIGÊNCIA SUPREMA, CAUSA
PRIMÁRIA DE TODAS AS COISAS, ETERNO, IMUTÁVEL, IMATERIAL, ONIPOTENTE,
ONIPRESENTE, SOBERANAMENTE JUSTO E BOM,INFINITO EM TODAS AS SUAS PERFEIÇÕES.
12. A UMBANDA crê no
Mestre JESUS, sincretizado com OXALÁ, pautando o aspecto doutrinário, baseado
nos seus ensinamentos de amor universal.
13. A Umbanda crê na
existência de um panteão divino, onde existem divindades, denominadas por nós
de ORIXÁS, responsáveis diretos por toda a criação do universo e sustento do
planeta Terra e alicerces para direcionarmos nossas condutas na prática do
amor, da caridade e da fé. Não são deuses, mas sim, denominações humanas para
uma classe de Poderes Reinantes do Divino Criador.
14. A Umbanda
reverencia a Mãe Natureza, por ser nela que se encontra a mais pura
manifestação Divina, por onde os Sagrados Orixás se manifestam energeticamente
com mais intensidade e, também, porque vamos buscar e nos harmonizar com as
forças ali reinantes, sustentadoras de toda a forma de vida planetária;
atraindo ainda forças do universo para complementar tais vibrações já
existentes em nosso Planeta, unindo assim, poderosas forças divinizadas
existentes nos planos espirituais.
15. A Umbanda crê na
existência da comunicação mediúnica por meio de medianeiros preparados para tal
tarefa, em trabalhos caritativos, em atendimentos fraternos dos Guias
Espirituais.
16. A UMBANDA prima
pela simplicidade de seus rituais, o que permite a dedicação integral do tempo
das sessões ao atendimento fraterno dos que a ela recorrem.
17. Nos atendimentos
fraternos está o cerne do assistencialismo da UMBANDA, sempre de forma
caritativa.
18. UMBANDA é
sinônimo de prática religiosa e caritativa, não se coadunando com cobranças
abusivas. Não faz parte de seus fundamentos a retribuição financeira pelos
atendimentos fraternos ou pelos passes realizados. Contudo, é lícito, quando
necessário para sustentação, manutenção e desenvolvimento dos Templos, assim
como, para proporcionar conforto e bem estar a seus frequentadores, o
chamamento dos médiuns e das pessoas que frequentam o Templo para contribuírem
para esses fins. Todavia, a contribuição far-se-á conforme o critério de cada
Templo, mas de uma forma moderada e ajustada às necessidades, sem que haja
discriminação ou
preconceito para com aqueles que não possam contribuir.
19. No caso
específico de sacerdotes/sacerdotisas umbandistas que passaram a dedicar-se
integralmente ao Culto, em determinadas situações e regiões, cobrando
nomeadamente por suas consultas, as sessões (giras) devem continuar públicas e
abertas, onde é facultada a solicitação de contribuições voluntárias aos
membros e assistidos.
20. A UMBANDA possui
sacramentos e ritos próprios, tais como: o batismo, o casamento e o fúnebre.
21. Os principais
ritos da UMBANDA são realizados por meio de orações, pontos cantados, que podem
ser ritmados através de instrumentos musicais.
22. A UMBANDA realiza
sessões e trabalhos de limpeza espiritual e energética denominados de
descarrego, assim como o de aconselhamento e tratamento espiritual, que visam o
bem-estar e o desenvolvimento espiritual, consciencial, emocional e moral do
indivíduo. Nesses trabalhos são utilizados o passe energético, o uso
ritualístico do tabaco e dos elementos vegetais,
designadamente, em DEFUMAÇÕES, em BANHOS e ou AMACIS. A Umbanda ainda se
utiliza de componentes minerais, tais como: pedras, cristais, metais e a PEMBA,
que são elementos condensadores de energia, como também, da energia essencial
dos quatro elementos básicos da natureza.
23. A UMBANDA recorre
às orações, descarregos, desobsessões, ou, se preciso for, às oferendas de
flores, bebidas, frutos, sucos, chás, alimentos, incensos e velas. A oferenda,
além de operação espiritual/vibracional, é também uma reverência espontânea aos
Sagrados Orixás e é recomendada a sua prática aos seus fiéis. Visto que
entendemos que esses elementos possuem elevadas vibrações energéticas que podem
ser manipuladas espiritualmente em beneficio de algo ou alguém. Entendemos
também que um dos objetivos da Umbanda é o de elevar e sublimar o espírito e
seus iniciados e assistidos pela ética de Cristo.
PRINCIPIO DE IGUALDADE
24. A UMBANDA defende
a todos um tratamento digno e igualitário, pois ninguém pode ser privilegiado,
favorecido, prejudicado, discriminado, privado de direitos ou dispensado de
deveres em razão de ascendência, descendência, sexo, orientação sexual, cor,
etnia, raça, idade, língua,religião, descrença religiosa, grau de instrução,
condição econômica e social, território de origem,
convicção política, ideológica e filosófica.
DIREITO À VIDA
25. A religião de
UMBANDA defende que a vida humana é inviolável.
26. Não é admissível
para a UMBANDA a pena de morte. SUICIDIO / EUTANÁSIA / DISTANASIA / HOMICIDIO
27. A UMBANDA, por
valorizar a vida, nos aspectos terreno e espiritual, entende que a passagem
deve ser natural, respeitando a Lei do Carma e aprendizados importantes ao
espírito.
28. A UMBANDA defende
que ninguém tem o direito de abreviar voluntariamente a sua vida pelo suicídio.
29. Só o Criador,
através de Sua Onisciência, Onipresença e Onipotência, sabe o momento do
desenlace carnal de qualquer individuo.
30. Assim, mesmo no
caso em que a morte é inevitável e a pessoa esteja em situação de sofrimento, a
Eutanásia ativa praticada por pessoas, mesmo que com motivação altruística é
compreendida pela UMBANDA como a falta de resignação e de submissão à vontade
do Divino Criador.
31. A DISTANÁSIA que
é prolongamento da vida por tratamentos extraordinários e a ORTOTANÁSIA, que é
a decisão de não se submeter a tais tratamentos considerados paliativos,do
ponto de vista clínico, legal e espiritual, não ferem o conceito religioso de
Umbanda porque o paciente é livre para submeter-se ou não a tratamentos e
cirurgias consideradas ou não de risco, e se o fizer, virá a falecer de causas
naturais da evolução da doença, sem interferências de pessoas no processo do
Criador.
32. Práticas que
atentam contra a vida humana ou animal, não são aceitas pela Umbanda.
33. Porém, homicídio
cometido em legítima defesa própria ou de terceiros, ou por erro não
censurável, não acarreta ônus espirituais sobre tais fatos.
ABORTO
34. A UMBANDA é
contra a prática do aborto considerado interrupção da gestação.
35. Na UMBANDA
entende-se que a partir da concepção da vida pré-embrionária já existe um
Espírito que anseia por sua evolução.
36. Os progenitores
com ou sem auxílio de terceiras pessoas que provoquem o aborto por qualquer
meio, e em todo período da gestação, cometerão uma transgressão à Lei de
Deus,porque isso impede o espírito de passar pelas provas necessárias à sua
evolução, necessitando do corpo em formação como seu instrumento.
37. Quando o
nascimento da criança colocar em perigo a vida da mãe, é preferível, por bom
senso e na forma da lei, manter a vida da genitora.
38. O aconselhamento
direto com os Guias Espirituais é fundamental para que as ações se baseiem
sempre na Espiritualidade e na particularidade de cada situação que envolva a
formação e desenvolvimento de vida humana.
39. No caso de
ocorrer ou ter ocorrido o aborto por decisão de qualquer natureza, a UMBANDA
jamais condenará os envolvidos, ocupando-se, antes, em acolhe-los e
prestar-lhes orientação e conforto espiritual.
DIREITO À INTEGRIDADE
PESSOAL
40. A religião de
UMBANDA defende que a integridade moral e física das pessoas é inviolável.
41. Ninguém pode ser
submetido à tortura física ou mental, nem a maus tratos ou penas
cruéis,degradantes ou desumanas.
PEDOFILIA / MAUS
TRATOS
42. A UMBANDA não
aceita qualquer forma ou ato que atente contra a integridade física e moral da
criança e do adolescente, em especial os casos de pedofilia praticada por todo
e qualquer meio, inclusive por internet, assim como as condutas de maus tratos,
defendendo que as leis já estabelecidas devam ser aplicadas, nomeadamente, a
Convenção dos Direitos da Criança.
43. Pessoas que
possuem desvio de conduta em relação às crianças e adolescentes podem estar
obsediadas e necessitam de orientação espiritual e acompanhamento psicológico,
além de se submeterem à aplicação das leis civis e criminais pertinentes.
VIOLÊNCIA DOMÉSTICA
44. A UMBANDA não
aceita qualquer forma de violência doméstica, atendendo aos parâmetros da
legislação vigente com destaque para os Princípios das Nações Unidas para as
Pessoas Idosas
Convenção sobre a
eliminação de todas as formas de discriminação contra as mulheres e a Convenção
sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência e a Carta das Nações Unidas
(O.N.U.), segundo os quais os direitos da pessoa humana devem ser preservados.
No âmbito doméstico, a prática do respeito, aceitação das diferenças, e
convivência de harmonia devem ser cultivados entre os familiares de todas as idades.
As relações sexuais, dentro e fora do casamento ou da união estável devem ser
sempre consentidas pelas pessoas envolvidas, sendo que a UMBANDA condena
qualquer ato sexual obtido mediante violência ou contra a vontade da pessoa.
PRECONCEITO ÉTNICO
45. A UMBANDA não
aceita o preconceito étnico e racial. O preconceito racial é antes de tudo,uma
demonstração de atraso espiritual e desconhecimento das Leis Divinas. Aquele
que diminui ou persegue o irmão pela cor da pele ou por qualquer outra
característica étnica, viola a regra de ouro presente nas mais diversas
tradições espirituais e religiosas: “AMAR A DEUS SOBRE TODAS AS COISAS E AO
PRÓXIMO COMO A SI MESMO”.
ORIENTAÇÃO SEXUAL E
IDENTIDADE DE GÊNERO
46. NA UMBANDA todo
ser humano é visto como irmão (ã) espiritual, sendo aceita qualquer orientação
sexual e identidade de gênero. Assim, a religião entende e acolhe espíritos, e
não o gênero ou a sexualidade. Discriminação e preconceito não são ensinados
pelo nossos Guias,posto que a Umbanda acolhe a todos. Desta forma, é
fundamental respeitarmos a condição decada indivíduo: heterossexualidade,
homossexualidade, bissexualidade, transexualidadee e intersexualidade são
questões de foro íntimo e pessoal.
O PAPEL DA MULHER NA
SOCIEDADE E NA UMBANDA
47. A UMBANDA defende
o direito de igualdade, sendo que a mulher deve ocupar qualquer posição na
sociedade e no mercado de trabalho, com o mesmo tratamento, conforme o vertido
na Convenção sobre a eliminação de todas as formas de discriminação contra as
mulheres.
48. As mulheres na
UMBANDA estão em todos os níveis hierárquicos da religião, inclusive na
CURIMBA, não apenas no canto, mas também no toque.
CRIANÇAS NA UMBANDA
49. NA UMBANDA todas
as decisões que digam respeito às crianças devem ter em conta o seu melhor
interesse consideradas suas peculiaridades de pessoa em desenvolvimento, em
harmonia com o estipulado na Convenção dos Direitos da Criança.
50. A UMBANDA
reconhece que a presença das crianças nas sessões é um processo importante na
sua própria formação espiritual, assim como para sua educação e assistência
religiosas.
51. A UMBANDA garante
às crianças, o direito de conhecer segundo os preceitos da religião, a mensagem
universal da JESUS, sincretizado com OXALÁ, com sua magnitude em DEUS e nos
ORIXÁS, através do atendimento mediúnico, do batizado, passes e
desenvolvimento. Promovendo o respaldo moral, físico e espiritual contra todas
as formas de violência.
52. A UMBANDA
incentiva a criança para que reconheça desde cedo sua importância, valor e
caráter, concedendo-lhe o direito de livre escolha condizente à sua pureza e
maturidade às nossas crenças, garantido sempre o seu amparo. É admissível e
reconhecido a prática da Evangelização Infantil, a fim de instruir crianças e
adolescentes em condutas morais e éticas, além de
proporcionar aulas educativas a respeito da umbanda e as culturas afro
existentes.
IDOSOS NA UMBANDA
53. A UMBANDA defende
que os idosos devem ter acesso aos recursos educativos, culturais, recreativos
e espirituais da sociedade.
54. Os idosos devem
ser tratados de forma justa, independentemente de sua idade, não podendo ser
privados do acolhimento dentro da religião e do desenvolvimento mediúnico.
55. A UMBANDA
preconiza o respeito, o amparo e a assistência aos idosos, no âmbito familiar e
social, com base no amor, na caridade, no reconhecimento e na legislação em
vigor, em especial nos Princípios das Nações Unidas para as Pessoas Idosas.
DEFICIENTES
56. NA UMBANDA,
nenhuma pessoa portadora de deficiência congênita ou adquirida, seja de
natureza física, sensorial ou intelectual é privada de acolhimento ou
desenvolvimento mediúnico.
57. A UMBANDA
compreende que as deficiências se restringem à carne e não ao
espírito,portanto, as limitações do corpo material se tornam nulas, mediante a
nossa fé e o Plano Espiritual. Porquanto, como disseminadores de amor ao
próximo, não nos cabe desmerecer ou restringir quaisquer que sejam as condições
físicas, mentais ou psicológicas de um irmão, pois somos livres de julgamentos
e permitimos que todos aqueles que buscam a doutrina umbandista sejam tratados
com igualdade e respeito.
58. Aos dirigentes de
Templos de Federações pede-se privilegiar a acessibilidade, conforme a
caridade, o bom senso e as leis vigentes, designadamente, a Convenção Sobre os
Direitos das Pessoas com Deficiência e o Estatuto da Pessoa com Deficiência. Em
âmbito internacional segue a Carta das Nações Unidas, que reconhece a dignidade
e valor inerentes e os direitos iguais e inalienáveis.
ÁLCOÓLATRAS E
TOXICÔMANOS
59. Todos que
recorrem aos Terreiros de Umbanda encontrarão o lado assistencialista. O
dependente químico e o alcóolatra devem ser tratados sem preconceito e
discriminação, tendo total assistência por parte da Umbanda.
60. A UMBANDA respeita a vontade e o livre arbítrio do indivíduo de buscar e
aceitar o tratamento espiritual. Nos tratamentos devem ser observados e
respeitados o lado psicológico, a dependência química e a atenção espiritual
deve ser fornecida para o dependente e sua família.
CASAMENTO
61. A UMBANDA defende
que o casamento deve dar-se por amor e livre arbítrio, onde o casal é orientado
e acolhido também espiritualmente. Independentemente, da orientação sexual,
etnia,instrução, condição social e religião.
62. Na visão
umbandista é irrelevante a heterossexualidade, a homossexualidade,
bissexualidade,a transexualidadee e a intersexualidade, ou se um dos consortes
não professar a religião umbandista. Reservamos a todos, direitos iguais de
matrimônio, respeitando a orientação sexual de cada um.
63. A UMBANDA
compreende que o casamento religioso funciona como base espiritual para a
família e tanto o corpo mediúnico quanto a assistência, têm o direito a este
sacramento.
64. NA UMBANDA, o
matrimônio também é assegurado como direito àqueles que já se divorciaram.
DIVÓRCIO
65. Os Conselheiros
Espirituais Umbandistas não incentivam o divórcio. Porém, não compactuam com
relacionamento aparentemente feliz, mas com espírito abalado pelo ódio, pelo
sofrimento, pelo desrespeito, pela falta de amor que, por muitas vezes, pode
causar riscos à integridade física, moral e espiritual de um dos cônjuges ou ao
casal, e por consequência,traumatizar familiares, filhos e amigos.
66. O casamento
indissolúvel é criação humana, por dogmas religiosos e/ou de ordem social e
econômica. Na UMBANDA, acredita-se que o carma do casal pode ser breve ou durar
uma vida inteira, de acordo com o que sua própria missão espiritual determina,
e não se impõe uma convivência de infelicidade ou violência doméstica e sexual.
ADOÇÃO
67. O posicionamento
da UMBANDA não é apenas favorável, mas também incentivador à adoção.
68. O acolhimento
físico, moral e espiritual do adotado, sempre levando em consideração as
condições dos pais, é o de respeito, carinho, amor e proteção para o resgate da
criança e do adolescente e sua inserção nos princípios de cidadania,
favorecendo-o a ser consciente de suas responsabilidades e voltado para a
prática do bem. Esse ser humano, bem como aqueles que serão seus pais, precisam
da compreensão de sua condição humana e espiritual, devendo exercer a criação e
educação do adotado segundo os preceitos da dignidade humana, paternidade
responsável e do planejamento familiar, como determina a Convenção dos Direitos
da Criança.
69. Acreditamos no
mesmo direito por parte de pais e mães heterossexuais, homossexuais,bissexuais,
transexuais e intersexuais, pois a amplitude desse ato não se reserva à
condição sexual ou de gênero e, sim, ao resgate cármico em condições tanto
materiais quanto emocionais para a educação da criança e do adolescente.
PRESERVATIVOS E
MÉTODOS CONTRACEPTIVOS
70. A UMBANDA apoia o
uso de preservativos e métodos contraceptivos, como meios de proteção contra
DSTs (doenças sexualmente transmissíveis) e prevenção de gravidez indesejada. Cada
qual deve saber e escolher o momento de gerar um novo ser, que necessitará de
amor,compreensão, educação, orientação e discernimento ao longo de sua vida.
Nesse sentido, o uso de métodos contraceptivos é um modo de proteger a vida.
71. O uso de
contraceptivo é aceito pela religião da UMBANDA, pois respeita o livre arbítrio,
o controle de natalidade e o planejamento familiar.
DOAÇÃO DE ÓRGÃOS
72. A Doutrina
UMBANDISTA vê com bons olhos a doação de órgãos, em vida e depois da morte, nos
limites da legislação vigente em cada país.
73. A UMBANDA defende
mesmo que a separação entre o espírito e o corpo físico não se tenha
completado, como nos casos de morte cerebral, deste modo a Espiritualidade
dispõe de recursos para impedir impressões penosas e sofrimentos ao espírito
doador.
74. A doação de
órgãos não é contrária às leis da Natureza, porque beneficia outras pessoas e o
próprio espírito do doador em sua evolução espiritual e, além disso, é uma
oportunidade para que se desenvolvam os conhecimentos científicos no plano
material, colocando-os à serviço de vários
necessitados.
75. O mesmo se dá em
relação à doação de sangue, medula e qualquer tecido orgânico que venha
proporcionar ajuda ao semelhante. A UMBANDA, assim como qualquer religião,
necessita incentivar a prática de doação para amparar milhões de irmãos
necessitados pelo mundo.
CREMAÇÃO
76. A UMBANDA não
rejeita a cremação.
77. A CREMAÇÃO é
legítima para todos aqueles que a desejam, desde que haja um período de,pelo
menos, 72 horas de expectação para a ocorrência em qualquer forno crematório, o
que poderá verificar-se com o depósito de despojos humanos em ambiente frio.
Esse período é necessário, pois existem sempre muitos ecos de sensibilidade
entre o Espírito desencarnado e o corpo onde se extinguiu o tônus vital, nas
primeiras horas sequentes ao desenlace, em vista os fluídos orgânicos que o
Espírito ainda solicita para as sensações da existência material.
78. O sepultamento ou
a cremação nada mais representam para o espírito, que a desagregação mais lenta
ou mais rápida das estruturas entretecidas em agentes físicos, das quais se
libertou.
CANDIDATOS À POLITICA
NA UMBANDA
79. A UMBANDA chama a
atenção para o pensamento sobre a política pública participativa. É relevante a
construção de organização política, pois só assim, conquistaremos o que é de
direito de qualquer cidadão que professa sua fé.
80. A participação do
religioso deve ser incentivada através da consciência de institucionalizarmos
nossos ideais.
81. Os representantes
públicos necessitam comprometer-se com a comunidade religiosa a qual está
inserido; deixando seu gabinete aberto para todos os projetos que visam o
coletivo religioso.
LIVRE ARBÍTRIO:
82 – A umbanda, com
sua plenitude, assegura aos indivíduos a sua liberdade e felicidade, não
compactuando com a ideologia de “acorrentar” filhos de fé ou adeptos em
detrimento da casa.
83 – Além disso, não
compactua/comunga com o emprego de ameaças e violências psicológicas ou morais
para garantir o narrado no tópico anterior.
84 – Umbanda preza
pela liberdade individual e o direito de “Ir e Vir” dos adeptos, não
interferindo no livre arbítrio dos indivíduos, sendo este, uma das leis divinas
de nossa religião e da própria espiritualidade. Também exerce qualquer tipo de
violência (moral e psicológica), falseando verdades sobre a liturgia umbandista
para restringir o direito de escolha de seus fieis.
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Vocabulário:
REFORMA ÍNTIMA: é o
processo de elevação da consciência e da condição de um ser humano.
É um processo de auto
melhoramento, tanto a nível pessoal quanto social.
RITUAL RELIGIOSO: que
visa a limpeza energética e espiritual de um beneficiário, visto que a Umbanda
entende que tal como o nosso corpo físico pode ficar carregado de sujidade,
nossa componente espiritual, astral e energética também, necessita de uma ação
de higienização.
AMACI: é o principal
ritual litúrgico da UMBANDA e possui várias finalidades dentro da mesma que vai
de uma simples limpeza no ORI/COROA/CHAKRA CORONÁRIO a estabelecer, energizar
ou fixar uma força espiritual sobre o mesmo.
ELEMENTO CALCÁRIO:
que possui fundamentos litúrgicos e mágicos dentro da religião.
DESOBSESSÃO: é um
tratamento espiritual de pessoas que estejam sofrendo de forma prejudicial
interferência de espíritos negativos que são encaminhados à esferas de
tratamento.