A verdadeira história de
São Cosme e São Damião
Hoje, dia 26 de setembro, lembramos dois dos santos
mais citados na Igreja: São Cosme e São Damião, irmãos gêmeos, médicos de
profissão e santos na vocação da vida. Viveram no Oriente (Cilícia, Ásia Menor
entre os séculos III e IV), e, desde jovens, eram reconhecidos por sua
habilidade como médicos. Com a conversão, passaram a ser também missionários,
ou seja, ao unirem a ciência à confiança no poder da oração, levavam a muitos a
saúde do corpo e da alma.
Viveram na Ásia Menor, até que, devido à
perseguição de Diocleciano, no ano 300 da Era Cristã, foram presos por serem
considerados inimigos dos deuses e acusados de usar feitiçarias e meios
diabólicos para disfarçar as curas. Tendo em vista essa acusação, a resposta
deles era sempre: “Nós curamos as doenças em nome de Jesus Cristo e pelo
Seu poder!”
Diante da insistência dos perseguidores da fé
cristã, com relação à adoração aos deuses, responderam: “Teus deuses não têm
poder algum, nós adoramos o Criador do céu e da terra!”.
Dia de São Cosme e Damião – 27 de setembro
Mais do que uma
comemoração religiosa, o dia de São Cosme e Damião, ou dia dos Erês ou Ibejis,
nos terreiros de povos tradicionais é marcado pela distribuição de doces e
guloseimas para as crianças. Tradição esta que é repetida por católicos, que em
suas casas recebem os meninos e meninas que correm de um lado para outro,
buscando encher suas sacolas de coisas de criança.
A distribuição de doces no dia de São Cosme e Damião, dentro do catolicismo, se
deve ao fato de que os santos Cosme e Damião ofereciam doces para amenizar a
tristeza das crianças e enfermos.
Os dois são considerados protetores dos pequenos, e por isso em seu dia
muitas pessoas repetem o mesmo gesto de carinho, que foi trazido pelos
portugueses.
Independente da origem das guloseimas, o fato é que se trata de uma data
doce, que deve servir para espalhar alegria, cada um com suas próprias
convicções e dentro da mais absoluta harmonia. Delas, o único risco que se pode
esperar é uma cárie ou umas calorias a mais no fim do dia.
Atenção:
Na Igreja, muitos santos são estigmatizados pelo
misticismo devido ao choque de culturas. Nada contra outras culturas, mas é
sempre muito bom lembrar a verdadeira origem dos fatos. Muitos de nossos santos
são cultuados também no candomblé e em outras religiões, mas a história é bem
diferente. Na época da escravatura no Brasil, os escravos africanos criaram uma
maneira criativa e inteligente de enganar os senhores de Engenho. Invocavam os
seus deuses Orixá, Oxalá, Ogum como São Sebastião, São Jorge e Jesus, e os
negros bantos identificaram Cosme e Damião como os orixás Ibejis em um
sincretismo religioso. E fizeram o mesmo com outros santos também, como São
Jorge, Santa Bárbara entre outros. O sincretismo religioso é um fenômeno que
consiste na absorção de influências de um sistema de crenças por outro.
Os negros bantos identificaram Cosme e Damião como
os Ibejis: divindades gêmeas, sendo costumeiramente sincretizadas aos santos
gêmeos católicos [Cosme e Damião]. A grande cerimônia dedicada a Ibeji
acontece, no dia 27 de setembro, quando comidas como caruru, vatapá, bolinhos,
doces, balas (associadas às crianças, portanto) são oferecidas tanto a eles
como aos frequentadores dos terreiros. Para nós, católicos, este é o dia de São
Vicente de Paulo. Por isso, há o costume de distribuir doces e comidas às
crianças no dia 27, que também foi um costume introduzido pelo candomblé.
São Cosme e São Damião jamais abandonaram a fé
cristã e foram decapitados no ano de 303. São considerados os padroeiros dos
farmacêuticos, médicos e das faculdades de medicina.
Senhor, dai-nos uma fé viva, livre de todas as
misturas, uma fé nova, traduzida na vida e no amor aos irmãos. Por isso,
proclamamos o Senhorio de Jesus em nossas vidas, pois os santos não precisam de
alimentos, pois eles já contemplam o Alimento da Vida, que é o próprio Senhor.
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