É impressionante a pressa que alguns
médiuns iniciantes tem, em mal entrar em um Terreiro de Umbanda, e já
"sair incorporando".
Entendemos a pressa do médium em
"começar a fazer caridade", mas é fundamental que se entenda que não
é somente "dando incorporação" que a caridade é feita. Além do
mais,existem tantas formas de se desenvolver mediunicamente.Talvez não seja a
“incorporação” a maneira que os nossos mentores escolheram para estabelecer
contato com esse medium, por isso é necessário um período de acompanhamento e
se certificar de inúmeros fatores antes de "colocar o médium para dar
consulta".
O tempo da espiritualidade não é o
nosso. Entender as etapas do processo de desenvolvimento ajuda o médium
principalmente a se conhecer para depois de entender como tudo consigo
acontece, possa de maneira segura dar passagem a energia de nossos guias. Porém
muitos chegam aos terreiros com a queixa de estarem incorporando tudo a todo
tempo. No trabalho, na escola, dirigindo....
Por que isto acontece? Simples! Enquanto
o médium não entra para uma corrente, a sua mediunidade fica absolutamente sem
disciplina e sem doutrina, a partir do momento que ingressa, que passa a fazer
parte da corrente de um terreiro, tanto médium quanto entidades passarão por um
processo de adaptação e aprendizado, que visa disciplinar tanto um quanto
outro. Além do mais, como ter certeza que estava realmente incorporação e não
sob o efeito de simples animismo, descontrole emocional e nervoso? Muitos dirigentes ainda se esquecem de
esclarecer a seus iniciantes que a mediunidade é exercitada em conjunto com a
espiritualidade. Somos médiuns (MEIO, METADE) e quando solicitados podemos
ajudar, influenciar, porém sem interferir. A mediunidade consciente ou
inconsciente nos torna parte integrante do processo de aprendizado e auxílio
trazidos do astral. Durante uma consulta, um atendimento, um passe também estamos
aprendendo e nos beneficiando dos ensinamentos e da forças trazidas por nossos
amigos de Aruanda.
É fundamental esse tempo, para que todas
as orientações possam ser absorvidas e compreendidas.
Apressar qualquer processo de
desenvolvimento mediúnico, querer queimar etapas, que se existem, são
importantes, é certamente colocar em risco todo o processo.
Lições que deveriam ser absorvidas, são
apenas ultrapassadas, sem a devida confirmação de aprendizado.
Precipitar o processo pode acarretar em
desânimo e frustração no futuro, pode transformar um bom médium num embusteiro,
num vaidoso e talvez até fazendo com que se desvie do caminho, culpando a
Umbanda pela incompetência do dirigente em explicar e orientar e do médium em
esperar. Nossos guias trabalham muito mais no tempo do que em nós. Imaginemos o
esforço que nossos amigos do plano espiritual precisam fazer para sintonizar
nossa faixa vibratória e consequentemente atuar através de nossa matéria tão
grosseira e pesada. Porém mesmo diante de tudo isso, para muitos o fato de
"incorporar" é imprescindível para se sentir de fato Umbandista,
quando na realidade a Umbanda está em nós e praticá-la deve ser mais do que
religião. Deve ser filosofia de vida. Outro aspecto importante que nos assusta
e acaba gerando uma certa presunção é achar que o médium faz caridade. Não
fazemos caridade. Somos instrumentos da caridade divina. Quem presta caridade
são nossos guias e mentores. Mesmo desincorporados quantas vezes somos intuídos
da necessidade de darmos uma palavra de conforto, um carinho, um abraço. Somos
sim usados para atender os desígnios do plano espiritual e entender isso é
avançar sobremaneira no desenvolvimento de nossas faculdades.
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