RESGUARDO É FORÇA
Nós
que freqüentamos uma casa de axé estamos sempre, nem que seja uma vez a cada
dois meses, de resguardo. Ele é uma pedra no caminho de muita gente. O fato de
ter algo proibido de ser feito na sua vida, por você, mesmo que por uma parcela
pequena de tempo é incômodo. Mas é algo necessário.
O
resguardo, ou o que muitos chamam de preceito, é necessário por uma questão de
respeito, de manter o corpo “limpo” de interferências outras que não sejam dos
orixás. O resguardo nos faz senhores de nós mesmos, aprendemos a dominar a
nossa vontade, sacrificamos essa vontade visando um bem maior, não somente
nosso, o da nossa comunidade, nossa família de santo.
Ele
também mostra aos nossos Orixás a força da nossa vontade, que conseguimos usar
a razão acima da emoção, da busca pelo prazer, que conseguimos sacrificar um
pequeno momento de prazer por um bem maior que vislumbramos para nossa vida. È
uma contribuição em troca da força que nos concedem. E, acima de tudo, é
respeito ao trabalho feito em prol do nosso bem, é respeito pelo Orixá que está
sendo agradado naquela obrigação, é respeito pelo axé que colocaram em nossos
oris.
A
maior parte dos clientes da nacao segue, mas não compreendem o porquê dessas
restrições, mas nós, iniciados, temos a obrigação de buscar saber como isso é
encarado na casa de axé, como o Zelador vê as restrições. Como explica essas
restrições.
Geralmente
o resguardo inclui a inibição de sexo, bebida, pimenta, cores fortes como preto
e vermelho. Esses elementos têm uma ligação íntima com o Exu.
Um Orixá que está presente em tudo na casa de axé e que não deve ser solicitado ou se desviar do objetivo que é encaminhar nossos pedidos aos Orixás, naquele momento, naquele ritual. Depois de feito o trabalho, os rituais de oferta, ele é o responsável por encaminhar o axé dessas atividades ao mundo dos orixás.
Um Orixá que está presente em tudo na casa de axé e que não deve ser solicitado ou se desviar do objetivo que é encaminhar nossos pedidos aos Orixás, naquele momento, naquele ritual. Depois de feito o trabalho, os rituais de oferta, ele é o responsável por encaminhar o axé dessas atividades ao mundo dos orixás.
Quando
estamos em trabalhos coletivos fazemos uma corrente naquele momento e cada
pessoa é um elo, se um quebra o resguardo a corrente se desfaz,e o trabalho
perde a força que deveria ter. Ninguém é prejudicado diretamente, pois o Orixá
não é punitivo, mas a força não é a mesma. O trabalho não é visto e recebido da
mesma forma pelos Orixás.
Por
causa disso, vemos casas que fazem trabalhos iniciações que as pessoas só ficam
sabendo da saída, o zelador escolhe quem vai participar da corrente. E isso se
reflete em perda de aprendizado. Se a pessoa é pouco solicitada na casa, ela
passa menos tempo ali dentro e menos ela aprende.
Claro que temos casos de pessoas que impõem
resguardos desnecessários, inventam quizilas de acordo com o seu gosto. O que é
um desrespeito com quem é obrigado a seguir essas invencionices, e afronta aos
Orixás que são usados para justificar uma mentira baseada no gosto ou desgosto
do zelador.
Temos esse tipo de resguardo coletivo, que
enfraquece trabalhos coletivos quando é quebrado; e temos ainda os resguardos
de trabalhos individuais. Muitos irmãos querbram o resguardo e querem saber o
que vai acontecer. Como bem respondeu o irmão mais velho,Tomege, Orixá quer ser
obedecido. E não se barganha com eles.
Quebrou o resguardo, o trabalho foi vão, não
se conserta elos de confiança do dia pra noite, é preciso tempo para que Orixá
perdoe nossa falha.
Em suma, precisamos lembrar sempre que
resguardo é força, e traz axé a todos nós.
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