12 RELIGIÕES AFRO QUE SE ESPALHARAM PELAS AMÉRICAS
1. Santeria
Cuba
As
canções são entoadas em lucumí, uma variação do iorubá falado onde hoje fica a
Nigéria. Os rituais são muito parecidos com os do candomblé brasileiro.
Acontecem em ilês, ou “casas dos santos”, onde geralmente os sacerdotes vivem.
Os orixás também lembram os do candomblé, ainda que alguns, como Ossain (a
divindade que vive nas matas e controla as folhas), sejam mais importantes em
Cuba do que no Brasil.
2. Palo Monte
Cuba
Os
bantus, vindos da região onde fica o Congo, mantinham práticas de culto aos
egunguns, nome dado aos espíritos dos ancestrais da comunidade. Esse costume
foi preservado entre os cubanos, que organizaram um culto cheio de diferentes
métodos de adivinhação – o mais comum usa cascas de coco. O nganga, um
caldeirão cheio de galhos de madeira, abriga um egungun específico, com o qual
é possível fazer contato.
3. Vodu
Haiti
e Nova Orleans (EUA)
Acredita
num deus supremo chamado Bondye, nome inspirado na expressão em francês para
“bom Deus”. Assim como todas as outras crenças listadas aqui, pratica o
sacrifício de animais em situações específicas. Surgido na parte da África
onde hoje ficam Gana, Togo e Benin, o vodu é comandado por mulheres, que lideram
rituais em que médiuns incorporam as entidades e prestam orientações aos
visitantes do templo.
4. Obeah
Trinidad
e Tobago
Iniciada
na Jamaica e disseminada por todo o Caribe, em especial Trinidad e Tobago, onde
ganhou características próprias, como o culto a Moko, um deus surgido no Congo.
Todos os anos, os moradores do país usam, no Carnaval, máscaras em sua
homenagem. A religião também diz que existem os douen, fantasmas de crianças
que morreram sem ser batizadas e que vagam à noite perseguindo quem sai para a
rua sozinho.
5. Kumina
Jamaica
Inspirou
um estilo de música e de dança muito popular no país, que lota shows e movimenta
grandes gravadoras. Os seguidores da kumina, de fato, dançam e cantam muito
durante os rituais. Usam roupas e lenços coloridos – a não ser quando um membro
da comunidade morre, e então os fiéis dançam vestindo preto e branco. Essa fé
se desenvolveu a partir do século 16, inspirada em crenças de escravos vindos
de Angola.
6. Winti
Suriname
Os
deuses winti se organizam de acordo com seus territórios (terra, ar, água e
fogo) e prestam contas a uma divindade suprema, conhecida como Anana Kedyaman
Kedyanpon. Além disso, os ancestrais podem entrar em contato com os chefes das
famílias. Esse é o conjunto de crença que dá suporte a essa fé, desenvolvida na
época em que o país, o menor da América Latina, era controlado pelos
holandeses.
7. Quimbois
Martinica
Resultado
da adaptação da religião tradicional do Congo, lembra a quimbanda, uma linha da
umbanda brasileira. Os praticantes costumam sacrificar animais e colocar as
ossadas em encruzilhadas. Durante as festas, os visitantes recebem receitas de
banhos de limpeza, de amuletos de proteção e até mesmo de bebidas afrodisíacas.
Assim como no vodu, os praticantes fazem bonecos para pregar adereços pedindo
emprego, casamento ou saúde.
8. Candomblé
Brasil/Bahia
A
religião de origem africana mais popular do Brasil é resultado de uma
combinação de influências da Nigéria, de Benin, de Angola e do Congo. Os
primeiros terreiros surgiram em Salvador, e adotaram duas dezenas de orixás, a
partir das centenas que existem na África. Cada um deles foi relacionado a um
santo católico, um costume muito comum em todas as Américas – era uma forma de
driblar a perseguição dos senhores de escravos.
9. Xangô
Brasil/Pernambuco
Surgiu
a partir de 1875, em Recife, quando a escrava Inês Joaquina da Costa plantou
uma gameleira (árvore que representa o orixá Iroko) e fundou o Ilê Obá Ogunté,
que depois ficaria conhecido como Sítio de Pai Adão, em referência ao pai de
santo que popularizou a casa. O xangô é praticado na faixa que vai do Rio
Grande do Norte até Sergipe. Assim como no candomblé, os cânticos são entoados
em língua africana.
10. Tambor de mina
Brasil/Maranhão
Maranhão
e Piauí, mas também Amazonas e Pará, abrigam grandes terreiros dessa religião,
que se destaca pelo uso de túnicas e toalhas coloridas e mais parecidas com as
dos cultos afro que se desenvolveram no Caribe. Além de orixás, são louvados os
caboclos – sinal da forte influência da religiosidade indígena na região. Em
geral, o transe é discreto, e parte dos cultos não é aberta ao público. As
maiores lideranças são mulheres.
11. Babaçuê
Brasil/
Amazonas
Também
conhecida como Batuque de Santa Bárbara, a religião cultua uma entidade chamada
Bárbara Suera – de onde veio o nome Babaçuê. As cerimônias acontecem ao som de
atabaques invocando a presença de entidades indígenas. Cultua poucos orixás, em
especial Iansã e Xangô (e eles conversam com as pessoas, coisa que não fazem no
candomblé). Também cultua os vodus, as entidades espirituais do antigo reino de
Daomé, na África.
12. Batuque/Nação Africana
Brasil/Rio
Grande do Sul
Formada
pelos escravos que viviam no sul do País, tem influência da Nigéria e é muito
praticada também no Uruguai e na Argentina. Os africanos chamavam sua fé de
“pará” – o nome batuque era um apelido pejorativo dado pelos brancos. As
comidas servidas aos orixás ganham adaptações: Ogum, por exemplo, é agraciado
com churrasco, e Oxum ganha polenta. Em geral, o ritual não é diferente do que
se pratica no Nordeste.
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